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sexta-feira, 15 de junho de 2007

Quando a Culpa é sempre uma Desculpa
Ao debruçar nossos olhares na janela da vida, passamos a não compreender e a se perguntar o porquê o ser humano anda tão aflito, amedrontado, atônito, nervoso e cada vez mais omisso em relação ao meio que o cerca, diversas indagações são feitas ao longo tempo sem resposta, pessoas agem inesperadamente causando espanto e espasmo, enquanto a mídia, a cada dia, aborda temas relevantes trazendo terapeutas, psicólogos, artistas e socialites, vomitando soluções para os nossos grandes conflitos interiores, sempre apontando como desculpa um “bode expiratório” sendo o causador do problema e assim seguimos nossa trajetória como agentes “omissos-ativos”, afinal o mundo está por desabar sobre nossas cabeças, por culpa do outro, do meio, da situação e nunca por culpa nossa.
Nessa janela a qual nos debruçamos todo dia, nos deparamos com situações íntimas as quais nos ensinaram que os psicólogos têm a fórmula mágica para curar nosso tédio, falta de amor, intransigência e aquela depressão que chega de leve e nos chama ao suicídio; tudo por que somos preguiçosos, não gostamos de olhar nos espelhos da vida e fazer comparações, se estamos no caminho certo ou não, somos negligentes com a nossa vida que ao invés de pararmos e traçarmos um projeto agradável, preferimos ser egoístas ao querer tudo para nós, negligentes com a sociedade que espera de nós uma semente de bom fruto, negligentes com o outro o qual deveríamos amá-lo incondicionalmente, somos negligentes com a natureza que chora pelos nossos maus tratos e tanta fumaça capitalista e lixos nas ruas, negligentes com o sentimento quando aprendemos ironicamente a brincar com ele e pior ainda: somos negligentes com Deus por nos enchermos de tanta religiosidade, de tanta prece, tantos cânticos sem refletir o Deus de amor em nossas vidas.
Mas de quem é a culpa? Nessa mesma janela a qual todo dia vemos a banda passar, indagamos: a culpa é do vizinho chato que não me dá um bom dia, a culpa é da polícia que não protege mais, a culpa é do político que rouba nosso dinheiro, a culpa é da amante que estragou meu casamento, a culpa é do gerente que não explicou os juros embutidos da poupança, a culpa é do professor quando meu filho é reprovado, a culpa é da lei que anda branda demais, a culpa é do diabo, pois, segundo a Bíblia é ele quem manipula esse sistema. E nós, com que parte da culpa ficamos?
És ai um grande problema: vivemos a todo tempo debruçados na janela da vida, somos atores ativos nessa história, mas sempre nos omitindo e mentindo pra nós mesmos, jogando a culpa, no tempo moderno, na carne que é frágil e no pecado, afinal, se somos pecadores, estamos propensos ao erro e acabamos usando isso como desculpa para encobrir nossas falhas, porque sempre somos os coitadinhos, os fracos, mas na hora da ação, na hora de magoar, na hora de odiar, na hora de cometer o delito, na hora de fazer o que Deus não se agrada não tomamos partido, se esquecendo do livre-arbítrio que temos e de Deus que jamais nos terá como inocente e coitados se fizermos a coisa errada, por que Ele sonda os corações. (Apocalipse 22.12)
Adão, por que estás nu? A culpa é da mulher que me deste. Mulher, porque fizeste isto? A culpa é da serpente que me enganou. E essas foram e são nossas desculpas diárias por esquecermos da resposta de Deus, nosso justo juiz, que não pedirá ajuda de ninguém para julgar nossas causas, nem permitirá que alguém nos defenda, “pois cada um dará conta de si mesmo a Deus, todo joelho se dobrará e toda língua confessará.” (Romanos 14.12; Isaías 45.23; Apocalipse 22.23).
A resposta de Deus para as nossas desculpas não será outra. E disse Deus à serpente: Maldita és... E disse Deus à mulher: multiplicarei grandemente a tua dor... E disse Deus ao homem: maldita é a terra por tua causa, com dor comerás todos os dias de tua vida... (Gênesis 3) Receberemos justiça como resposta, porque a justiça de Deus é do mesmo tamanho de seu amor, porque “O Senhor é tardio em irar-se, e de grande poder, e ao culpado de maneira alguma terá por inocente”. (Naum 1.3)
Todos os dias observamos isto na janela da vida, então, até quando vamos continuar a culpar o meio e o outro? Até quando vamos ser negligentes sem conseguir dizer não àquilo que prejudicará nossa comunhão com Deus? Até quando vamos transferir a culpa de tudo ao que aparece em nossa frente e não criar coragem de dizer: Deus, me perdoa, a culpa foi minha.
Por isso vivemos chorando o leite derramado, nos trancando em quartos escuros e procurando livros de auto - ajuda e terapeutas para nos curar, quando uma única atitude diante de Deus resolveria: sinceridade e obediência. Preferimos escutar os artistas prostitutos com seu modelo profano de vida, buscamos os psicólogos em consultórios frios, nos deixando dependentes deles e da química dos estimulantes, porque não exercitamos nossa fé de que Jesus, Aquele que tem todo poder, possa nos libertar de todo o mal, por isso culpamos com desculpas o presente e futuro, sem nos desculpar com culpa do passado de nossas atitudes, porque sempre temos uma desculpa-decisão para tudo, por orgulho nos desculpamos para não ficar por baixo, somos tão frios às vezes que acabamos colocando a sujeira debaixo do tapete nessa desculpa - descarada para aliviar nossa dor, nessa desculpa - alegre para disfarçar nossa hipocrisia e nesse jogo de omissão nos esquecemos que ao plantar cebola vamos colher cebola e não maçã.
Se continuarmos assim, escutaremos de nosso Deus: O que fizeste? Então, não adiantará usar desculpas, porque, mesmo fracos também temos, diante das circunstâncias, liberdade para dizer não ao erro, por isso não adiantará transferir a culpa, pois sendo Jesus exclusivamente dotado de onisciência e onipresença, sabedor de todo nosso pensamento e ações, ficaremos sem desculpas diante dEle no grande dia que já se aproxima, também não vai adiantar rogar misericórdia a ninguém por nossas culpas e desculpas, por desobedecer tanto às Palavras dEle em prol de tanta tradição sem renúncia, (Marcos 7.8-13; Colossenses 2.8) pois Jesus é soberano, ele faz o que Ele quer, manda e não é mandado, não é mais uma criança, está sentado no trono como Deus amoroso e não mais como filho, mas como justo juiz e executará uma resposta de justiça as nossas omissões, as nossas cegas verdades, a nossa falta de amor, a nossa fria e sistemática religiosidade sem obras e renúncia. (Lucas 9.23) Pense bem: meça suas atitudes, comece agora dando meia volta, concilie-se com Deus, diga não diante das desculpas e omissões, mesmo sabendo que somos falhos, assuma uma postura de quem pode decidir a não fazer o que não convém, para que no futuro não fiquemos a nos esconder como Adão, mas de peito aberto diante de Deus a dizer: posso ser fraco, mas com tua graça na minha vida posso vencer a carne, o mundo vil, as tentações sem culpa e desculpas.


Até à próxima!
André Silva.

Um comentário:

Marcia disse...

A Paz do Senhor, André.

Amei o texto e toda a amplitude abordada retratando bem as faces do ser humano diante desta janela chamada Vida. Sempre propenso a erros, falhas e, o pior sempre buscando alternativas para esconder as próprias verdades.
Interessante que a solução está sempre dentro de cada ser, de cada indivíduo que lateja constantemente fazendo transparecer o interior de cada um como se fosse um espelho. Um pedaço de Deus chamado consciência bem relatado como livre arbítrio em seu texto.
Um abraço fraterno em Cristo.
Marcia.