Adora(dores)
“Mas
a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (João
4.23)

E
o Deus triuno fez o homem e pronunciou: façamos o homem segundo a nossa
imagem e semelhança e que ele “governe” (orquestre) sobre toda obra criada. (Gn
1.26-28) Assim entendemos que o homem foi o maestro da maior orquestra
filarmônica do mundo: a natureza, e por isso deveria até hoje entender o que
são e como são as notas musicais da suprema adoração. Então, o primeiro casal
não entendeu o poder existente no louvor e atraído pelo doce veneno da serpente
abandonou seu posto e deixou o coral cantando sozinho até que um dia tudo
começou a desentoar e produzir as tantas catástrofes: maremotos, tufões,
alagamentos, erupções desordenadas, todo som harmônico que rege a nossa vida
desentoou talvez porque você e eu abandonamos o nosso lugar de conhecedor da
adoração.
Não
quero com isso dizer que a adoração no homem se extinguiu, pense comigo: o
homem quis acrescentar uma nota fora do tom ao que já existia, pois no
princípio a única ocupação do homem era adorar com o seu trabalho, tanto que na
viração do dia Deus falava com ele, quando então o casal decide deliberadamente
ser igual a Deus, o Criador se ausenta por ausência de adoração, posto que a
adoração é o feedback, a certeza de que adorando seremos ouvidos, adorando
seremos agraciados pela santa paz que excede todo entendimento mesmo no momento
mais turbulento de nossas vidas, adorando em espírito e em verdade entoamos som
como uma bomba atômica contra os poderes do mal, “damos um golpe de estado num
estado de coisas”, adorando verdadeiramente ao Rei dos Reis, até a morte tem
que retornar ao seu lugar de origem e a pior enfermidade tem que ir embora,
nada suporta o som da adoração a Jesus, até os caídos se levantam, os ossos
secos criam carne e vida, pois esse é o único som que faz Deus se levantar,
pelejar, guerrear e vencer por você.
Se
a adoração verdadeira que é produzida no íntimo da alma é a arma para
lutarmos e o som para agradecermos, o que aconteceu com os adoradores? Onde
eles estão? Onde está o seu Deus?
O
homem aprendeu a cantar, exibir sua bela voz, bater palmas, levantar as
mãos, saltar sem entender que é necessário, mesmo caído, restaurar seu posto de
maestro. O caminho inicial sem dúvida é se entregar a Jesus e nascer de novo,
mas ai está, nem todos nasceram de novo, muitos buscaram sozinhos e com as
próprias mãos mudar para obedecer, mudar para fazer média na comunidade, até
obedecem às regras e costumes, mas no íntimo não nasceram de novo, logo sua
adoração não é adoração é dor, enfado, interesse próprio, carnalidade revestida
de santidade ou não foi assim com a Samaritana? Ela contra-argumentou com Jesus
sobre esse tema: “nossos pais adoravam
neste monte e vós (judeus) dizeis que o lugar de adorar é em Jerusalém” (Jo
4.20); percebam que a dor da tradição é latente e essa dor é quase incurável,
nossos pais, antepassados, isto é, aprendi desde pequena que é assim disse ela,
em outro tom dizem: nasci nesta religião e nela vou morrer, e não entendem,
como a Samaritana também não entendeu até que Jesus explicasse que o adorar é
livre não está aqui nem ali, o adorar é como o vento, qual a sua direção?

Por
outro lado, aquele que não adora em espírito e em verdade é apenas um adora
– (dor), é só dor, dor e dor. Dor por não ser sincero; dor por não receber a
benção verdadeira e confundir benção material com prosperidade divina; dor em
ir ao culto só para assistir e não para adorar e por não adorar verdadeiramente,
continua levando essa vidinha de resmungos, dor por parecer o que não se é; dor
por não buscar na fonte certa a verdade; dor pelo juízo que vem, dor em causar
mais dor ainda, quando deveria o homem fugir de toda aparência do mal, porém se
deleita nas rodas de fofocas, entrega seus irmãos e não consegue andar de dia
nem carregar a paz, porque a paz nunca teve. Afinal, “Vai buscar o teu marido e
vem cá, disse” Jesus, ela respondeu: não tenho marido e Jesus retruca: “disseste bem, pois já tiveste cinco e este
que agora tens não é o teu, agora falaste a verdade”. (Jo 4.16-18) Ora,
nenhuma verdade é verdade sem que antes venhamos a conhecer quem é Jesus e
quando o homem o conhece, experimenta, segue e o fim é se entregar e adorar,
fora disso é só religiosidade, hipocrisia, fanatismo e muito farisaísmo.
Mas ainda tem uma saída! É
possível, mesmo hoje, transformar adora- (dor) em “a - dor – ação”. Jesus disse
a Samaritana: “aquele que beber da água
que eu lhe der nunca mais terá sede” (Jo 4.13,14) Talvez seja esse o
primeiro princípio para que o maestro retorne ao seu posto e orquestre uma
sinfonia que mova o coração de Deus e restabeleça sua aliança com ele, mas onde
está o homem? Quem sabe buscando naquele “hino de vingança” confortar o seu ego
e mentir para si mesmo, pois o inimigo que deve ser humilhado e morto, segundo
a Bíblia, é o diabo e seus anjos os quais pelejam o tempo todo para que eu e
você paremos de adorar, outro inimigo é a morte a qual Jesus já tem o fim para
ela em breve. Agora nosso maior inimigo humano existe para exercitarmos canções
de louvor em adoração a Deus, pois é o amor, fruto produzido pela Água Viva do
Espírito Santo em nós, que nos faz perdoar aqueles que nos perseguem, porém não
estou aqui bancando um super – crente que já foi transportado pela carruagem de
fogo da santidade, perdoar o inimigo demanda esforço e exercício diário dessa
luta entre a carne e o espírito, não é fácil, mas a água da vida nos faz mudar
de visão, sai então a visão carnal limitada e surge ao longo do amadurecimento
da vida cristã a visão espiritual ilimitada. “Como sendo tu judeu pedes de beber a mim que sou samaritana?” (Jo
4.9) Para a samaritana carnal tal união era impossível, mas quando ela passasse
a experimentar a Água da Vida, toda barreira seria quebrada.
Onde Está o Deus dos adora – (dores)? Em
primeiro lugar, o Deus dos adora- dores não é o verdadeiro Deus é apenas um
deus criado na imaginação daqueles que se vestiram de religião, mas nunca
beberam na fonte, não nasceram de novo, logo escutam vozes estranhas, o que
ganha perece e o fim será gritar: “Profetizamos tanto em teu nome, em teu nome
expulsamos demônios”, a resposta é uma só: “Nunca os conheci”, dirá Jesus. (Mt
7.22)
Em
segundo lugar, esse deus é fruto da tradição cultural, logo seus produtores
são como violões com apenas uma corda, só têm uma nota: o eu, eu, eu, só eu...
Assim,
os verdadeiros adoradores estão acostumados às sinfonias, o que é belo não é a
sua voz, mas a essência do seu trabalho, portanto na alegria ou na dor, mesmo
que o fruto da oliveira minta, que falte mantimentos, que tudo se acabe, eu,
porém, louvarei ao Senhor. Faça isso agora, aconselho você que pare agora um
minuto onde estiver e eleve seus pensamentos aos céus, direcione – se ao trono da
Graça e apenas adore, adore, adore... Esqueça passado, presente e futuro,
problemas, sonhos não realizados e adore, as demais coisas você verá: serão
acrescentadas, assim diz o Deus dos verdadeiros adoradores, Jesus Cristo.
Até à próxima!
André Silva.