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sábado, 6 de outubro de 2007


Juventude cristã: felicidade e paradoxos


Algumas pessoas passaram, de um tempo pra cá, a questionar irmãos e irmãs que a partir dos trinta continuam só. Essa tem sido uma tecla subjetiva em nosso meio, entregaram à cultura o penhor da felicidade ao casamento e por ironia estão vendo a benção se transformar em maldição.
Por esse viés, observei que muitos assuntos ainda são tabus numa época de tanta tecnologia e informação, o jovem cristão, por medo de ser punido e ter que se retratar em plena igreja, prefere buscar tais informações com amigos ou na Internet, viajam em minutos em mundos complexos para suas idades, por outro lado, os jovens de hoje estão vestindo uma roupa que não cabe neles, estão pulando etapas, tudo isso porque os pais transferiram a educação para a escola e a igreja, quando a escola secular faliu no propósito de sustentar junto com a igreja os valores morais; enquanto a igreja ainda teima em omitir certos assuntos aos jovens sem perceber que se ela não trata de certas questões antes de acontecer, vai ser obrigada a chorar com eles depois da queda.
Nessa direção, empanturrados de uma massa levedada, os pais cristãos de hoje baseiam a felicidade dos filhos por uma ótica estritamente mundana, almejam seus infantes graduados na sociedade. O diploma tornou-se um alvo e por tabela um casamento bem sucedido, embora não quero com isso dizer que Deus não possa nos fazer homens e mulheres de sucesso na área secular, mas não é esse o objetivo de Deus pra nós conforme escreveu Paulo: “Não vos conformeis com esse mundo”, salgar a terra, ser luz, fazer a diferença em tempos tão difíceis como o nosso cuja santidade foi rasgada de alto a baixo e é uma empreitada difícil pra a juventude da igreja a qual internalizou a felicidade senão por um troféu a conquistar sem entender que suas ações interiores decidem o prêmio que irão receber.
Quando irmãos maduros questionam o porquê alguns irmãos(ãs) não estão namorando ou ainda não casaram, fico a perguntar: O que é felicidade pra essas pessoas? Por qual ótica baseiam a felicidade de seus filhos e ovelhas?
Percebe-se nesse nicho uma contramão de informação, os prazeres de hoje são os mesmos do passado, a questão é que os filhos do presente estão sendo criados com objetivos opostos e contraditórios. Deus disse a Moisés no monte: “Eu sou o Deus de teu pai...” A diferença está ai, Deus já não é contado e experienciado na boca de muitos pais na trajetória de seus pequenos e por motivos mercantilistas, adotaram a felicidade como sinônimo do sucesso material, logo preferem entregar a jovem filha a um jovem crente sem experiência com Deus, mas próspero nos caminhos da vida, simplesmente porque tal escolha assinala o gosto do povo, estão criando filhos para sociedade e não para Deus e até dizem: “seu filho se formou? Que benção! Seu filho casou com a filha daquele grande comerciante, como Deus é demais!” O bojo de tal escolha e o ter e não o ser e por isso, muitos se casam e param na caminhada da vida por se descobrirem incompatíveis com a alma, porém bem compatíveis de corpo.
Infelizmente, criaram jovens na igreja com louvores, ter o filho no conjunto musical tem sido ainda hoje uma maneira frágil de pensar que eles estão seguros, eles sabem cantar todos os hinos em contrapartida, não sabem defender sua fé simplesmente porque Deus tem estado bem distante nos lares cristãos, os propósitos têm sido outros: edificar filhos bem sucedidos em sociedade parece uma benção, quando sua fé é minada nos diversos setores de suas vidas. Sendo assim, que felicidade pode se alojar ai? (Provérbios 16.25)
Parece que estamos criando um atalho para felicidade, não se vê mais Jacós trabalhando dobrado por uma Raquel, mas diversos Sansãos abobalhados com a formosura das muitas Dalilas e o pior que tais Dalilas não estão no mundo, mas ao nosso lado, os nossos obreiros pedem pra fugirmos das tentações dessa vida e se esquecem de dizer que tais desejos estão bem trajados no banco ao lado. Os obreiros por sua vez, falam tanto em jugo desigual sem entender que não precisamos ir muito longe, pois tal jugo se estabelece em muitos cristãos que ainda não nasceram de novo, apenas vestiram a roupa da placa eclesiástica cheia de justificação sem desfrutar da graça que o sangue de Jesus nos condiciona; por isso nós jovens cristãos até queremos fugir dos desejos dessa vida, mas somos empurrados a pecar pela santidade legalista transvestida de sensualidade nas roupas e gestos das jovens irmãs em nosso meio e por isso, a cultura dos filhos e filhas cristãos se liquefez em lascívia de uma moda nada atual e nela, muitos casamentos passaram a ser uma licença pra não pecar, quando antes era um acordo mútuo de almas que se disponibilizavam a reder suas vidas ao serviço do Senhor.(Gênesis 24)
Moisés foi amamentado pela mãe após ser achado pela filha do Faraó, que o preencheu de secularismo, de títulos e diplomas, mas o coração de Moisés rejeitou o sucesso quando Deus o chamou para libertar o seu povo, pois seus pais, bem cedo, os criara nos caminhos e condutas de seu Salvador. Hoje, os pais e filhos estão encantados com o palácio, com as regalias e aplausos de uma vitória mascarada, de uma felicidade clandestina quando vêem afundar o lado espiritual de seus filhos os quais deveriam ser criados para terem temor e servir a Deus mais que a si mesmos. (Efésios 5.15 – 17)
Ainda existem moças e rapazes sem pressa, ainda que a cultura secular soe na voz de alguns obreiros cheios de dúvidas sobre masculinidade e feminilidade, mesmo assim, se você ainda olha como a cultura e não ver com os olhos de Deus, esse é meu recado para você.
Não tenho pressa, quero procurar minha amada com a alma, não tenho pressa por saber que as delícias do corpo não são delícias sem sentimento, mas enjoam, se estivermos centrados nelas, não tenho pressa pra ser feliz, já sou feliz em Cristo nessa nova vida herdada no novo nascimento que sua graça me proporciona, sou feliz em mim mesmo na minha condição de ser eu, sem medo e sem frustrações, por isso não tenho pressa, nem preciso ter pressa acaso eu tenha uma chamada missionária; assim como Paulo foi fiel a Deus num mundo não tão diferente do nosso, mas consciente de tudo isso que o cercava, não tenho pressa porque sei que a escolha é um processo qualitativo forjado no meu coração com aprovação de Deus e não com aprovação da cultura local. Não tenho pressa, porque sei que a minha vida depende exclusivamente de Jesus, é no caminho dEle que devo me estabelecer e não nos meus intentos.
Por caminhos que parecem justos, muitos têm declinado espiritualmente, viver pra Deus tornou-se um acordo: primeiro eu me estabeleço como gente nesse mundo, depois acordamos sobre essa coisa de viver pra Deus. Viver pra Deus tornou-se antes de tudo, ganhar dEle o sucesso aqui, pra depois pensar se esse sucesso pode ser pago com trabalho em sua casa e por esse caminho o contrato se desfaz antes de acontecer, o jovem investe em sua carreira promissora e descobre que não tem tempo nem pra ele mesmo, logo vira domingueiro, sem lembrar de buscar a Deus em seu quarto, pois a busca por uma vida financeiramente estabilizada têm sido prioridade na educação de muitos pais os quais Investem pesado nos estudos, na beleza e no laser dos filhos, sem investir na vida sincera com Deus. Nessa direção, eles crescem com conceitos deformados, não conseguem se firmar na fé e acabam sendo obrigados a colocarem máscaras, vivendo uma vida cristã insípida, porém secularmente feliz. (Mateus 6.33)
E por essa ótica, estamos vendo muitos jovens casados vivendo divorciados sob o mesmo teto, pois não conseguiram o sucesso esperado e por tabela se frustraram por não encontrar no outro a coluna de apoio espiritual para vencer as barreiras, porque ambos passaram a juventude alimentados apenas com louvores sem Bíblia e sem culto doméstico e a única alternativa são dois caminhos os quais geralmente acontecem no seio cristão: viver de aparências para sustentar a máscara da justificação própria ou radicalmente abandonar o barco. E essas escolhas pesam à igreja que deveria ter amamentado seus filhos com leite racional sem metamorfosear o leite com belas canções, mas que não seguram o jovem de hoje devido à cachoeira de informação que cruza o seu caminho. (Efésios 6.10 – 18)
O que é felicidade então?
Na ótica de Deus é que vençamos o maligno, não podemos acreditar que devemos ser sal nas quatro paredes se não temos força de salpicar nas ruas dessa sociedade relativista esse Evangelho que dizemos mudar o ser humano. Na ótica de Deus felicidade será estabelecida se entendermos que nascemos pra viver pra Ele e não para os nossos bel - prazeres. Na ótica de Deus seremos felizes se nos rendemos aos seus propósitos. Há uma carreira proposta e ela não está nos holofotes da mídia, nem mesmo no sucesso das bênçãos matérias, mas tão somente, seremos felizes se corrermos em busca de um único troféu, o caminho estreito que leva aos céus. (Hebreus 12.1)
Sejamos diplomados sim, alcancemos o sucesso secular sim, mas se esse sucesso for pra mostrar a todos que o Senhor é quem faz tal coisa. Deus ainda que usar casais fracassados, se eles deixarem de olhar seus umbigos e entenderem que o desejo do Senhor é que os dois sejam um instrumento, uma flecha na mão do Forte.
Deus ainda que estabelecer pactos com jovens, mesmo em tempos tão modernos, Deus quer usar jovens, adolescentes, pessoas solteiras e casados nas tantas vias de acesso desse mundo: nas faculdades, escolas, na Internet e no trabalho. Deus quer usar advogados e juizes falando a verdade sem precisar vender-se ao sistema corrupto; Deus quer usar médicos e psicólogos nos hospitais da vida, tratando com amor e semeando o Evangelho que cura a alma e não meros profissionais que só visam o lucro sem olhar no olho do paciente; Deus quer usar professores falando a verdade da vida numa filosofia cristocêntrica e não professores descomprometidos com as almas que ali estão; Deus quer usar policiais para falar ao encarcerados que Jesus é vida, que o mal que os prendem é espiritual e deve ser atacado com a presença de Deus na vida através de uma entrega total, Deus quer usar faxineiras que no zelo da casa de seu patrão deixam um testemunho cristão que fala mais alto, através dos louvores de sua voz agradecida pela felicidade em perceber que o pouco com Deus é lucro; Deus quer usar os motoristas de ônibus, taxistas e guardas – noturnos nas tantas vias urbanas de nosso país por não terem medo de estender as mãos as tantas Madalenas possuídas por espíritos imundos, mas carentes do amor de Cristo, dos homossexuais e tantos que perambulam nas calçadas sem teto e sem pão por, num momento oportuno, dizer a eles que Deus tem algo melhor, uma promessa que não falha, tem vida e vida com abundância; Deus quer usar você, jovens solteiros e todos os casados, portanto estendam as mãos e a voz; eles também têm uma alma, deixemos de acreditar que só os bem sucedidos têm o direito de seguir a Deus, então só dessa forma veremos a felicidade.
Enfim, podemos deixar claro ao mundo vil que ser diferente não é vestir roupas, mas é ser consciente que a nossa salvação custou preço de sangue e por isso estar no meio deles não ludibria nossa fé, mas com Cristo é possível ser feliz, mesmo sem os manjares dessa cultura tão impregnada em nosso meio. (João 15.16)
Felicidade é um caminho árduo de uma busca por Deus que não pode esfriar, de uma busca que não acaba no casamento, mas recomeça ali no esquentar dos lençóis, na cumplicidade de sentimentos cuja Palavra os alimentou durante a explosão de hormônios e proporcionaram a ambos uma plena madureza e segurança, por estarem calçados num porto seguro, os propósitos de Deus: nossa felicidade. (João 4.31-36)

Até à próxima!
André silva