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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quando a razão e emoção se abraçam



Entre tantas recordações que a vida nos oferece, entre tantas palavras inseridas nos discursos alheios ao longo do tempo, nada pode indicar, nem de perto, uma união singela entre opostos, algo que de repetente fosse trabalhado, mas sem previsão para acabar ou mesmo um sentir-estar sem efeito colateral que de repente invada sem medir, sem calcular antes, mas com os pés bem firmes no chão.
Poucas pessoas ousam beber esse vinho, talvez, devido a tantos discursos caminhando tortos em nossa direção, talvez pela descrença pregoada da velha razão que sempre tem medo de se ferir, querendo a perfeição, ou mesmo, pela emoção esperando ainda que ferida, diante do espelho mágico, o final feliz. Por isso, há tanta gente embriagada nas caminhadas da vida, tanta gente desencontrando os passos e tropeçando nas calçadas, vomitando muita razão distorcida e cheirando mal as suas emoções recolhidas.
Infelizmente há muita gente buscando uma fórmula mágica nos livros de auto - ajuda e tropeçando no abainhado de suas indecisões; sem saber que a emoção e a razão não se abraçarão em qualquer mesa de bar, nem mesmo nas madrugadas frias dos solitários, mas caminham de mãos dadas sem calcular a distância a percorrer. É muito óbvio isto.
Se você é muito sentimental e continua esperando da vida uma chance igual a jogador de loteria, ou se você é racional a ponto de ser tão frio com a sonhada sorte dos sentimentais, é necessário olhar ao lado e ao longe, porque certamente a equação: razão de x + a emoção de y não será a soma dos catetos nem da hipotenusa, mas tão somente a divisão dos meios e dos extremos numa intersecção de conjuntos diferentes, mas harmoniosos entre si.
O entendimento disto se dá quando nos desprendemos das velhas fórmulas mágicas e nos banhamos nas águas mornas da paciência, sem tentar entender o rumo e o fim que transcorre o rio, esperando com alegria a dor e o sofrimento e percebendo o gosto doce depois de engolir um cálice amargo. A vida nos ensina isto a todo instante.
Nessa direção, só os entorpecidos de emoção cheios de sonhos que nunca se realizaram, não conseguem enxergar a felicidade, por continuar tomando aquele porre de sensibilidade e se embriagando de paixão, caindo aqui e acolá, procurando cicatrizar-se nos hospitais do tempo. Enquanto a razão, de tão fria, calculista e incrédula não consegue enxergar um palmo diante de seu nariz sem perceber a beleza das flores, o canto dos pássaros e a simplicidade do nascer do sol por ser tão preguiçosa em observar os pequenos detalhes no outro, detalhes que fazem a diferença.
Enquanto não entendemos o compasso que a vida dá, fiquemos a observar os animais que sem nenhuma razão nem emoção usam o instinto, inserindo em nós uma lição harmônica de amores e conflitos em busca da sobrevivência, sem nenhum medo de se ferir e sair na chuva, mas corajosos, firmes e confiantes ao ir à caça, pois os animais não dão tiro no escuro como nós, ao contrário, eles medem seus passos como os racionais e dão o bote, por outro lado se emocionam e se divertem igual a um pinto no lixo depois de abocanhar a presa, porque em seu instinto estão lado a lado os opostos, que não se atraem somente, mas se completam e se abraçam.

Até à próxima.
André Silva

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Até que o corpo os separe




Onde estão o sentimento, as juras de amor e as promessas de viverem para sempre juntos? Muito se fala do declínio da forma de amar, da frustração, conflitos e contradições da forma de pensar; os livros de auto – ajuda têm lucrado demais tentando acender o que lá dentro está apagado, os psicólogos e analistas nunca trabalharam tanto para desvendar as causas de tantos relacionamentos em ruína, o sentimento tão almejado e embalado pelos casais declinam velozmente e com ele as crises, traições e o fim, por que será?

Para se responder tais questionamentos, é necessário embarcar na alma humana e perceber que há uma diferença substancial na cultura, formação física e psicológica dos homens e mulheres, eles trazem em si concepções pré concebidas no bojo de suas experiências. É na infância que tais conceitos são definidos já pelos pais e por sua pobre concepção cultural.

Nessa direção, os preparativos para chegada do filho são tidos como aquele que vai perpetuar o nome da família e nessa linha de pensamento o pai introduz a cultura construtivista de que o quarto deve ser preparado de azul e tons fortes, o pai ao tomar o filho no braço entoa a voz grossa da cultura masculinizada de que quanto mais forte e mais grave mais homem se é, afinal sensibilidade é coisa de mulher. O filho vai crescendo dentro de um espaço limitado, ele ganha força física com a idade, já os brinquedos são escolhidos necessariamente para representar sua força: bola, espada, revólver, são brincadeiras que não permitem a reflexão apenas a força: sim os homens vão crescendo fortes, viris, mas sem entender a beleza da sensibilidade, a leveza de um toque, um aceno com as mãos, o perfume e a alegria de se estar ao lado de alguém. Infelizmente o homem foi adestrado para ser sanguíneo, para se sentir feliz com os seus músculos, com sua performance na cama em sua virilidade que nunca pode acabar ainda que de sentimento nada tenha.

Por outro lado, há homens sensíveis, porém tachados de fêmea, há homens sensíveis e tão homem quanto os fortes, há homens sensíveis, porém mal correspondidos; os sensíveis tentam chamar atenção, mas a cultura os exclue.

Já as meninas, as meigas meninas são recebidas em tons claros e sensíveis, seus brinquedos são românticos e pedagógicos: uma boneca, uma casinha, são delas a missão de educar, amar e morrer de amor, são delas a percepção das coisas escondidas, o auto – reflexo e o olhar oblíquo de quem ver além, mas toda essa diferença entre eles pode ser explicada pela cultura neles enraizada.

Jesus foi homem e o mais sensível do qual podemos perceber. Quando criança seu brinquedo certamente foram as madeiras na marcenaria de seus pais adotivo. Aos doze anos não eram a espada nem a bola seus melhores passatempos, mas a Palavra de seu Pai: as Escrituras Sagradas as quais Jesus mergulhava de cabeça em lê-las com destreza, causando espanto nos adultos e doutores, os pais adotivos de Jesus: Maria e José o esqueceram no templo e retornaram no caminho para resgatá-lo e foram surpreendidos pela resposta daquele menino: “Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia estar na casa do meu Pai?”. Era na sensibilidade que ele queria crescer, mas seus pais adotivos não o entendeu. (Lucas 2.48-50)

Essa sensibilidade apontada aqui, nada tem a ver com feminilidade, mas com coração envolto as percepções humanas, de alguém que enxerga e ama além do corpo, mesmo assim os homens ainda estão aquém dessas características, porque enraizado está dentro deles o corpo e é na vivência e convivência que as diferenças aparecem. Os casais embalados pelas suas juras de amor embarcam no transatlântico da vida a dois e, marinheiros de primeira viagem, se enjoam após os primeiros meses, porque somos corpos, metáfora de nós mesmos, mas o que faz os homens se abobalharem diante um corpo? Mistérios do corpo como entender, se dele nos saciamos.

O homem por sua vez vomita sua sede pelo corpo tão desejado e alimentado pela cultura que o cercou desde pequeno, o quarto e as horas vagas viram apoteose de prazer sem sensibilidade, a mulher desejosa por um olhar, um toque, uma palavra é acordada do sonho pelo barulho e o balançar das águas e entende que ambos precisam agir antes que o navio naufrague.

Não quero com isso dizer que não existam homens fortes que já perceberam o quanto precisam virar sensíveis, sim muitos estão dando meia volta, porque a cultura que os criou nada tem a ver com a tarefa de casa que o mestre Jesus deixou para fazermos: “Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo.” (Efésios 5.28)

Eis a razão de tantas contradições, os homens fortes vão entendendo no caminhar a dois que amor nada tem a ver com aqueles romances e novelas os quais os descrevem sobre um cenário paradisíaco e uma noite de prazer insaciável, que corpo não é tudo. É uma pena ouvir dessa cultura pós – moderna que “bunda e peito” dão prazer, é uma pena ver mulheres gastando quilos de cosméticos pra deixar tudo no lugar, ver homens se drogando com anabolizantes e comprimidos que agregados prometem um corpo potente, mas sem o gozo de um simples olhar, de um simples toque, do simples: “você me faz tão bem, você é importante pra mim, vamos vencer juntos”.

Com toda essa avalanche de informação a mídia bombardeia o jovem cristão que infelizmente só vem entender isso muito tarde. Desejoso pelo corpo adentra o quarto da lua de mel sem ao menos orar e agradecer a Deus pela vitória alcançada, sem ao menos trocar algumas palavras com a esposa, sem ao menos olhar no olho dela, sem ao menos perceber que ali está a sua própria carne e com a mente preenchida de lixo televisivo e cultural faz dos momentos mais sublimes um ato carnal, fazendo sofrer de dor o corpo e o coração de quem com sensibilidade esperava o amor de sua vida e ela em minutos se defronta apenas com um homem armado com os instrumentos da carne militando contra o espírito. (1ª Coríntios 2.11 – 16)

Infelizmente é assim que muitos casais cristãos começam: Ele satisfeito com o seu objeto de amor e prazer e ela insatisfeita com o corpo porque queria apenas atenção. Ele satisfeito com suas estatísticas do número de vezes que adentra o quarto e mede seu relacionamento com o seu desempenho na cama e todo orgulhoso sai para o trabalho sem ao menos perguntar se sua amada deseja alguma coisa. Ao mesmo tempo, ela chora em silêncio vendo seu amado virar-lhe as costas e roncar depois de um gozo que só ele sentiu e pergunta a Deus em oração: onde está aquele a quem ama a minha alma?

Enquanto o homem não se transformar por inteiro, de Cristo não nascer, essas características carregará consigo, está no cerne do seu corpo enraizado. É verdade que muitos cristãos até lutam para vencer essa cultura introduzida desde o berço pelos pais e entronizada na escola pela educação secular. compreendam mulheres, não é por maldade, os homens em Cristo tentam vencer esse estigma, mas leva tempo, por certo muitos deixam cicatrizes em suas amadas, mas não deixem de procurar a quem ama sua alma, (1ª Coríntios 13.4,7) o seu companheiro nascerá do misturar do barro nas mãos do oleiro, é nos desertos que Deus certamente o está preparando para jogá-lo lá, pois é lá no deserto, escola de Jeová, que o homem velho vira novo e fica sensível a tudo que está ao seu redor. É no deserto onde aprendemos que carne e espírito não se misturam são antagônicos entre si, que quanto mais carnal estiver, mais longe está a visão do homem para as coisas de cima, para o amor ágape de quem prometeu diante de Deus amar até que a morte os separe.

Mulheres, por favor, entendam que feminilidade e sensibilidade são conquistadas com caráter e não com corpo, sensualidade é o perfume do leito conjugal, é o sal da cama insossa.

Homens, por favor, entendam que com sensibilidade e espírito envolto em santidade o quarto em seus anos de travessia vira o cenário paradisíaco do mais belo momento de amor. E não precisa ser feminino pra entender isso, mas é preciso ter fé – menino para saborear o néctar da alma que nossos corpos carregam, é necessário ter Deus na vida para vencer a carne mesmo que de carne se alimente. (Gálatas 5.17)

Mulheres, olhem para si mesmas, deixem a idade passar, deixem o corpo enterrar o seu corpo, mas enxerguem pelo Espírito de Deus toda sua força e beleza que nunca se enruga nem envelhece, sim deixem vir a idade e o cansaço, nada disso é condição para não viver aquele romance tão sonhado se o espírito estiver alimentado, sim quebre o protocolo, mostre seu rosto, jogue fora a maquiagem e os produtos da ilusão, afinal pela lei gravitacional todo corpo tem que cair, mas em Cristo você tem a juventude e a força de uma águia a qual renova as penas e voa mais alto quando a idade vem. (Isaias 40.30,31)

Homens, Cristo os chamou das trevas do mundo para ser forte sem braços, para ser forte sem corpo, mas forte na graça e no conhecimento daquele que nunca deixará vacilar o teu pé, porque a maior força de Sansão não foi matar mil homens com um queixada de jumento, mas clamar a Deus, ainda que no fundo do poço, pedindo misericórdia e perdão pelos seus atos e ter a alegria e o prazer de ser atendido e com a força de Deus fazer a sua vontade. (Juízes 16.27-30)

Assim, é com joelhos no chão e os ouvidos sensíveis para escutar o que Deus tem para falar que o homem se tornará sensível em todos os sentidos e desse corpo cultural livre, comendo o que Cristo mandar, negando as ofertas do inimigo, afinal nem só de pão e corpo viverá o homem, pois dele somos apenas hospedeiros e forasteiros e por pouco tempo desse corpo, livre estaremos num só corpo, na glória com nosso Deus, (1º Coríntios 15. 51,52) mas depende de cada um o tempo que você levará para entender isso, faça já a sua parte, amadureça antes que o corpo os separe.

Até à próxima!

André Silva

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A vida da morte


A noticia chegando de assalto e um calafrio tomando o corpo, assim é o momento que abrimos a porta para morte, embora intuitivamente sabemos que ela mora nas calçadas da vida. A morte é atrevida, ousada, não pede licença para entrar, é irônica, zombeteira e vive nas espreitas de nossos deslizes. Se a observamos de fora, assim como ela fica a nos assistir, teremos um outro olhar sobre este estigma da vida humana.


Há outras mortes além desta, mortes necessárias para estancar o fluxo do germe do pecado que também insere morte. Há mortes belas de um amor que se instaura devagar e vai nos tomando por completo e só por completo se entende na madureza da vida, que amar é privilégio de maduros, na maturidade em entender que é preciso estar morto para conceber todo esse peso de amor que Deus nos doa e nos impele a morrer para amar, mas há tantos que recebem amor e não desejam morrer para concebê-lo e conhecê-lo. (Isaias 59.2)


A notícia chegando em náusea, o desespero tomando conta, a saudade já se fazendo presente e o nosso medo interior de ficar só ou mesmo de perder aquilo que mais temos de precioso, quando em Cristo não perdemos nada só ganhamos. Diante da morte ficamos assim: fragilizados, parece que nos falta o raciocínio, o equilíbrio. Jesus ensinou que até na morte é motivo para glorificar o seu nome e ver a olho nu o milagre acontecer.


O caixão já no meio da sala, as pessoas chegando com os rostos vincados, a tristeza tomando conta do ambiente, algumas pessoas falando baixinho: ele era um bom homem, era uma boa mulher, que Deus a/o tenha num bom lugar, como se a morte fosse apenas um tele transporte para um cenário desconhecido, como se ela fosse um fim, quando ali começa a vida. A morte, por sua vez, nos olhando atentamente, mirando a próxima vítima e em deboche silencioso aplaudindo ela mesma sua atuação como atriz coadjuvante.

As pessoas ali no seu último momento com o corpo, como se o corpo bastasse e fosse preciso existir corpo ou imagem para haver lembrança. (Lucas 20.38)
Precisamos amadurecer mais, e receber a morte como quem recebe um presente, afinal em Cristo, nas mansões celestiais, há um prêmio que nunca se acaba, a traça e a ferrugem não consomem, os ladrões não roubam, a doença não chega, (Mateus 6.19,20) lá todos estão sarados das chagas desse mundo, precisamos morrer por dentro, queimar e assassinar nossas taras e manias, pois quanto mais alimentamos nossa carne, mas distante do prêmio ficamos, quanto mais vida damos a ela é que os fantasmas do velho homem nos assombram nesse vazar premeditado entre o ser e o não ser. (Efésios 4.17 – 32)
A hora do último adeus chegando, a sala se abarrotando de gente na oração final, para entregar a alma a Deus como se esse fosse o nosso papel, tentamos erroneamente fazer o que não está no nosso poder, antes da morte tentamos interromper a sua chegada a todo custo sem entender que ela está sentada do lado de fora esperando o momento de bater a porta e entrar, afinal diziam alguns judeus: “não poderia ele que abriu os olhos do cego, fazer também com que este não morresse? (João 11.37) Essa fala tão nossa soa como desespero daquele que não se prepara, não espera, nem tem esperança, mas só espera o tudo daqui. Em contrapartida Jesus antes já anunciava que Lázaro iria ser despertado do sono da morte e com muita tranqüilidade, Cristo não faz uma oração para entregar o defunto nas mãos de seu Pai, seria um contra censo, se Jesus é vida não faria inúmeras rezas para colocar o morto num bom lugar, mas Ele ora ao pai e o entrega a vida (João 11.40 – 44), porque diante da morte, aqueles que crêem nEle, crê no sentido de ter esperança e não de acreditar apenas, esses sim, têm a morte como um presente final, esses dizem a morte vem, esses dizem até quando nos deixarás viver nesse lixo chamado sociedade, quando nos arrebatarás para ti mesmo, quando? (Mateus 24.13)
A morte zomba dos desesperançados, trafega pelo meio da casa fechando todas as possibilidades de alegria e contentamento, traz consigo todos os misticismos, tudo faz mal, quando o mal já existia e não o matamos, apenas continuamos a alimentá-lo transformando ele num gigante a destruir nosso templo sagrado, o corpo. A morte vai adentrando devagar sem percebermos, sobrevoa e faz ninho sobra nossas cabeças, então andamos, corremos, rimos, viajamos, dormimos, amamos sem perceber que estamos mortos – vivos, dando vazão a opinião própria: “esse é o meu jeito de pensar” sem entender:

“Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas se alguém é temente a Deus e faz a sua vontade a esse ouve”. (João 9.31)
De um lado a morte é bem - vinda de outro ela é inimiga, porque vive para frustrar nossos sonhos. A morte é a prova de que quanto mais desobediente somos, mas ela tem poder sobre nós, é a colheita de um plantio forjado no nosso interesse próprio, a morte é a certeza de que o exterior santo não basta para vencê-la se lá dentro de nós ainda temos os mesmos ciúmes, invejas, intrigas, julgamento alheio, mentiras, traições, desejos carnais desenfreados, cobiças, misticismos, incredulidades, rebeliões, desobediência, taras, glutonarias, bebedices, cachorrices e coisas semelhantes a estas, sim! A morte está lá reinando no íntimo do nosso ser se acharmos que basta apenas fazer parte de um grupo, levar a cesta básica ao oprimido, orar muito, trazer no rosto o ar de piedade, se vestir com as roupas da religião e apenas dizer: eu não mato, não roubo, não fumo nem bebo, como se isto bastasse para a morte não fazer morada dentro do ser.

A morte é a paixão da carne, é o vai e vem das emoções, é o brilho latente do orgulho, é a mais pura canção de amor quando cego estamos, a morte é a beleza que formoseia o corpo a quem damos tanta atenção, quando a alma precisa ser lavada e regenerada. (Apocalipse 2.10,11)

É necessário que matemos a morte do ser, que é o pecado de cada santo dia, e que abracemos sem temor a morte que quer matá-la: os frutos do Espírito. Sim, para obtermos os frutos temos que morrer para o mundo e para nós mesmos. (Gálatas 5.16- 26)

Por isso, a vida da morte é um germe sem sabor, sem cheiro e sem dor, mas mata e corroi como uma praga no cafezal, precisamos deixar de dar vida a morte, exterminando-a com a morte da cruz, com o sangue puro carmezim, com um não ao que Deus não se agrada, com um basta a frieza que se instaurou, pois a vida só é vida se o ser salgar e iluminar, (Mateus 5.13 -16) a vida só é vida se o ser imitar aquele que escolheu morrer primeiro para vida nos dar, (Efésios 5.1,2) mas a vida da morte é morte não só física, mas espiritualmente eterna.


Até à próxima!

André Silva.

domingo, 9 de maio de 2010




É proibido louvar

Fifa repreende seleção brasileira por orar em campo no final da Copa das Confederações

O árbitro apita o fim de jogo. Final de campeonato e a seleção brasileira consagra-se, mais uma vez, campeã da Copa das Confederações, na África do Sul. O jogo aconteceu no final de junho do ano passado em uma emocionante partida em que o Brasil começa perdendo dos Estados Unidos de 2x0 e, por fim, vira e vence por 3x2. O clima de emoção e grande parte de religiosos na equipe, faz com que um sentimento coletivo de agradecimento a Deus invada os jogadores, que se reúnem no meio de campo para uma oração. Estava formado o imbróglio.

A comemoração mais “religiosa” causou desconforto e grande polêmica na Europa. A Associação Dinamarquesa de Futebol pediu à Fifa (Federação Internacional de Futebol) que se posicione e puna a seleção brasileira por estar usando o futebol como palco para manifestações religiosas. A Fifa mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, pois a manifestação ocorreu após o apito final.

Comemorações assim são comuns em países em que a religião entra em campo com o jogador. No Brasil, já é comum ver esportistas comemorarem gols e conquistas oferecendo a vitória aos céus e agradecendo a Deus pelo feito. Marcelinho Carioca foi o exemplo mais enfático disso. Outros vieram antes, como Bebeto, Silas e Muller, mas foi Marcelinho que carimbou essa prática religiosa em estádios brasileiros. No islamismo, isso também é prática. No Brasil, temos o exemplo de Jadel Abdul Ghani Gregório, recordista brasileiro e sul-americano do salto triplo convertido ao islamismo que, em suas comemorações agradece a Deus.

Porém a polêmica gerada com o círculo de oração em campo africano, segundo a Fifa deve-se ao receio de que a falta de uma punição abra caminho para “extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes da Europa”. “A religião não tem lugar no futebol”, afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi exagerada. Ele ainda afirma que foi criado um evento religioso no final de um evento esportivo. “Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar de fora”, conclui. A Fifa mostrou seu desagrado, mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã de comemorar à sua maneira. A entidade diz que está “monitorando” a situação. E confirma que “alertou a CBF sobre os procedimentos relevantes sobre o assunto”. A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final. E as leis apenas falam da situação em jogo.

Para o presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas – Uni – o sheikh Jihad Hassan Hammadeh, apesar de concordar que um evento esportivo não pode servir de palco para proselitismo religioso, acredita que as declarações da Associação Dinamarquesa seja discriminatória e preconceituosa, o que ratifica um estereótipo negativo da religião islâmica e dos muçulmanos. “Declarações extremista e infelizes como esta é que trazem discórdia entre as pessoas, o que mostra claramente que, apesar de estarmos no século da informação, ainda há muitas pessoas que ocupam cargos elevados em instituições mundiais importantes e que não têm o mínimo de conhecimento sobre o islam”, afirma.

Segundo o sheik, a religião está presente em todos os aspectos da vida de uma pessoa. “A religião está em todos os aspectos da vida da pessoa e é inseparável, porém, a forma de demonstrar isso é que precisa ser equilibrada e com bom senso”, explica.

Além de extremista e preconceituosa, o ex-piloto de Fórmula 1 e um dos maiores defensores da liberdade de expressão religiosa no meio esportivo, Alex Dias Ribeiro também classifica a ação dinamarquesa como ato de intolerância. Ele afirma que, apesar de a Bíblia ensinar que toda autoridade é constituída por Deus e deve ser obedecida, se essa autoridade contraria as leis de Deus, o dever do cristão é obedecer a autoridade maior. “Nesse caso, prevalece a lei de Deus sobre a lei dos homens. Os discípulos de Jesus optaram por obedecer a Deus e pagaram o preço”, lembra o evangélico que foi diretor de Atletas de Cristo por vários anos.

Para ele, houve violação à soberania nacional aos países que adotam a Declaração Universal dos Direitos Humanos e, por mais que as regras da Fifa impeçam manifestações políticas e religiosas, a Declaração Universal deve ser respeitada. “Como atleta, eu apelaraia para a ONU, exigindo uma intervenção na Fifa por violação aos artigos 18 e 19 da Delcaração Universal dos Direitos Humanos”, afirma.

Em seu regulamento, a Fifa declara que ‘não deve haver discriminação a um país ou a um indivíduo por razões de raça, religião ou política e que a associação que tolerar, permitir ou organizar competições nas quais a discriminação é praticada, ou que for estabelecida num país onde a discriminação no esporte for declarada em lei, não deverá ser admitida na Fifa, ou deverá ser expulsa, se já for membro’.

Para Ribeiro, ainda, de forma incoerente, a Fifa peca por omissão permitindo ou incentivando confederações dos países filiados a atos de coibição a essas manifestações, agredindo homens e mulheres de boa vontade e fé de todos os credos em todas as nações. “Jogando o jogo sujo para as confederações, a Fifa escapa ilesa da culpa, ainda se oculta os olhos do mundo, de violar descaradamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência, religião, opinião e expressão. Tem direito a receber e transmitir informações, idéias e manifestar sua religião ou crença, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”, explica.

Apesar da seleção não ter sido punida, da CBF não tomar aparentemente nenhuma atitude concreta a respeito do assunto e de tudo ter “terminado em pizza’, esses pequenos atos de intolerância devem ser observados e não esquecidos, pois podem produzir frutos maiores e com consequências irreversíveis não apenas para o esporte, como para a liberdade de expressão, religião e crença.

“O que nos conforta é sabermos que Deus certamente está de olho nessa história. Ele já viu esse filme antes de existirmos e a história atesta que mesmo diante da gigantesca disparidade entre antigos protagonistas como David x Golias ou Igreja Cristã das Catacumbas X Império Romano, o Altíssimo jamais perdeu uma dividida”, conclui Alex Dias Ribeiro.

Regina de Oliveira
Colaboradora (Revista Eclésia)

segunda-feira, 12 de abril de 2010



Por: paginamissionaria.blogspot.com



A população cristã continua sendo perseguida na Coréia do Norte, até mesmo aquela parte supostamente protegida de acordo com a constituição do país onde cada cidadão tem direitos fundamentais em termos de permissão para adorar seu Deus da maneira e forma que considere adequada.De acordo com o relatório da Junta de Ações Missionárias, existe um numero de 50 a 70 mil cristãos detidos em várias penintenciárias.O documento também afirma que os cristãos norte-coreanos podem ser presos por qualquer ato que o Estado defina como crime, por exemplo, ser cristão, fazer qualquer comentário negativo sobre o regime ateu, além de serem obrigados a ter pelo menos uma foto do Kim II Sung em casa.Também a rede WCD de Noticias, Noticias Cristãs e Agência de Mídia tem relatado que cristãos na Coréia do Norte vivem sob constante perigo de assédio, prisão e tortura, e estes cristãos que estão debaixo de regime opressivo devem ter cuidado ao se reunirem para estudar a Bíblia ou adorar, como por exemplo, encontrarem-se em grupos de apenas 3 ou 4 e cobrir todas as janelas.“Se você for a uma reunião de cristãos na Coréia do Norte, você tem que entender que está colocando sua vida em suas próprias mãos. Se for descoberto como cristão, você pode ser preso. Isto pode levar a sua execução.Portanto, você deve ser muito cauteloso ao compartilhar informações”, acrescenta.A ironia deste cenário é que a despeito de toda a intensa perseguição aos fieis quase que diariamente, a população de cristãos naquela nação oficialmente atéia, está crescendo cada vez mais e é aberta ao Evangelho.Além disso, apesar dos dez milhares de cristãos que são presos naquele país por causa da sua fé, o jornal WCD diz que a fé dos cristãos continua a perseverar, tendo os cristãos se reuindo em locais secretos por razões de segurança, para poderem compartilhar a verdade das Escrituras.



Apocalipse 13:15 nos diz que o ANTICRISTO irá, na verdade, erigir uma imagem criada à sua semelhança; essa imagem não será apenas capaz de falar, mas possuirá o poder sobrenatural de MATAR a todos os que não a adorarem...


domingo, 14 de março de 2010



Em que cultura caminham

seus pés?















Uma pesquisa feita pelo Instituto Paulo Montenegro (O braço direito sem fins lucrativos do IBOPE) mostra que 76% dos alfabetizados no Brasil não conseguem compreender textos mais longos do que uma simples nota de jornal, embora esse fato tenha raízes históricas.


Não há dúvida de que, no Brasil, o início da martirização cultural de nosso povo chegou com a esquadra de Cabral e mais tarde o produto cultural e exportável mudou o cenário dessa terra onde “tudo que se planta, dá”.


O que seria cultura afinal de contas? Antes de qualquer coisa, é necessário questionar se o nosso país está livre e se a população participa de fato de uma sociedade democrática.

O Brasil é um país democrático?


As respostas às perguntas acima não são animadoras, a maior parte da população é marginalizada e, por esta perspectiva, é possível traçar, por si só, o perfil da cultura brasileira; um povo ainda submisso, não mais à cruz portuguesa, mas à cultura televisiva, embora a Antropofagia tentasse, nos meados do século XX, retornar ao primitivismo e devorar a cultura de importação trazida da Europa, transformando o produto importado em exportável, fazendo os valores da terra gritarem por justiça cultural.



É ai que mora o perigo, no passado os pais eram responsáveis em guiar a educação dos filhos, hoje quem dita a regra de como eles devem se vestir e se comportar é a mídia. Então, querido pai, o que seus filhos estão aprendendo? Qual a herança que eles levarão aos seus futuros netos, depois de alimentar-se de tanto lixo cultural, em qual cultura caminham os seus pés?




De uma coisa é certa, nunca se viu tantas cenas de violência, incentivo à bebida alcoólica, ao fumo e ao sexo livre nos comerciais, filmes, novelas e programas de entretenimento como hoje, levaram o corpo feminino à banalização, o nu de tão mostrado ficou sem graça, as cores passaram a explodir em bombas, tiros e muita morte nos desenhos infantis, por isso as cidades estão cada vez mais selvagens, a educação caiu a níveis subterrâneos, as perspectivas de emprego estão ficando quase nulas para uma boa parcela da população que se farta em “balançar a bundinha”, malhar os músculos com anabolizantes e entrarem numa pré-depressão por não aceitar o corpo que a mídia diz não ser belo.


Enfim, mudaram as crianças, os adultos, os jovens, tudo mudou e cada qual tem sua parcela de culpa.



Portanto, se as crianças aprendem o que vêem, irão aprender tudo isto sentadinhas no sofá, os nossos filhos estão sendo os alunos da mídia nas aulas de ética, moral, filosofia e psicologia, enquanto nós adultos deveríamos ser os avaliadores dessas aulas, mas ficamos alheios colocando a culpa no sistema sem entender que devemos ser leitores críticos para não sermos vítimas: Gravidez precoce, drogas, delinqüência infanto - juvenil, desemprego, escassez dos valores éticos e familiares, banalização da cultura.


Se voltarmos ao passado, os jovens eram politizados em relação à situação do país, iam às ruas protestar, hoje vão às ruas sem saber onde estão andando e em que caminho está traçado o seu destino.


Por outro lado, é decepcionante ver que a escola também começou a perder a rédea, galgando por pedagogias transitórias de belas nomenclaturas com seus remédios em livros maravilhosos os quais não conseguem explicar a ineficácia do ensino nem mesmo sarar suas feridas, quando antes era a tábua de salvação, o futuro para mentes brilhantes, homens e mulheres responsáveis, hoje está se tornando um estacionamento enfileirado de alunos que não sabem onde estacionar seus objetivos, pois o investimento do governo em relação à educação mais parece um saco furado, enquanto o seguimento privado entrou para interferir, gerando programas educacionais de aceleração e alfabetização por entender que uma juventude não leitora assusta e põe medo. Com isso, os jovens sem a oportunidade de leitura e emprego estão gritando alto demais, por outro lado a hipócrita sociedade excludente está de mãos atadas pedindo o fim da violência e o efeito e a causa de tudo é isto é óbvia: criaram um monstro e agora estamos com medo dele.


O que está acontecendo? Em que caminho trafega a nossa cultura, os nossos valores, a ética, os bons costumes e a educação?


Discutir alternativas será o seu papel, mas retornar a fazer cada um a sua parte é o nosso dever, para que mais tarde não comamos esse pão que nós mesmos estamos amassando.

Até à próxima!

André Silva