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domingo, 4 de maio de 2008


Quando o inverno chegar

A intimidade é, antes de qualquer coisa, um desaguar da alma sem reservas a fim de propiciar um relacionamento aberto e sincero com o Pai, está longe de ser apenas uma simples busca, um respaldo para aliviar as tensões ou mesmo uma barganha gerada pela idéia de que estar com Deus será sempre um raiar do sol na primavera da vida.
“Se alguém quiser vir após mim, tome sua cruz e siga-me”.
Pensar na intimidade com Deus pelo simples fato de apenas agradar a sociedade carismática local, de ser visto como alguém santo e que busca, faz de nós meros romanos, quando passamos a orar pelo ter sem se achegar a Ele Por Ele mesmo, pela sua maior representação de amor, mesmo quando o magoamos.
Muitas pessoas correm para os braços da intimidade, talvez com propósitos deslocados, pois no verão da vida, com o sol brilhando e as realizações acontecendo geralmente essa procura desacelera, porém quando chega o inverno a busca se apressa, os dias se tornam nublados pelos problemas da vida, então buscar a intimidade nos dias de tempestade nos faz crer que a misericórdia do Senhor irá ser abundante, mas na verdade a intimidade e o desejo de se estar com Deus a cada dia deve ser o princípio de tudo.
Vale ressaltar que muita gente não se encontra preparada para o inverno, porque ainda há muitas goteiras no telhado da alma a se consertar e esses reparos não se faz no inverno e sim no verão, quando tudo está brilhando, quando o dia está feliz, quando as coisas estão bem, ai sim é urgente o desejo de intimidade para que superabunde a graça de Deus em nós e os frutos sejam resultados latentes e visíveis, assim na intimidade temos um ângulo melhor das coisas, nosso campo de visão amplia, o temor ao Senhor fica evidente em nossas ações não porque nos ensinaram que Ele terrível, que faz justiça, mas pelo simples fato de analisar a contradição em dizer que servirmos a esse Deus de amor, quando não sentimos desejo de estar com Ele por tudo que Ele é pra nós.
Nesse caso, onde você está agora? Vivendo o verão radiante da primavera ou já chegou os dias de inverno? O que você tem feito nos dias maravilhosos e felizes de sua vida?
Em primeiro lugar, é necessário entender que há felicidade mesmo nas tempestades da vida, que os dias bons não são necessariamente matérias, se a tempestade chegou, entenda, existe um caminho, existe uma cruz para carregar, suporte-a, carregue-a, tenha bom ânimo.
Infelizmente muitos caem, mesmo buscando e trabalhando para o Senhor, todavia precisamos entender: mesmo quando lá dentro já estamos entregando a as armas e tombando nas calçadas da vida, existe um propósito para tudo debaixo do sol e por falta da real intimidade traduzida em sinceridade e amizade confidente com o Pai perdemos muitas vezes o ânimo de caminhar, de acreditar, de estar com Deus por ser Ele nosso amigo fiel.
Em segundo lugar, somos impulsionados até mesmo pela comunidade local a buscar ao Senhor pelo poder dEle em realizar coisas, pelas manifestações que Ele possa gerar em seu meio, às vezes colocamos o nosso verdadeiro amigo sentado no trono inatingível, num lugar no qual nunca alcançamos, vestimos Deus com outra roupa, por isso somos íntimos até dos inimigos camuflados de amigos, somos íntimos do tempo por nos entregar a ele com esmero em propósitos matérias do ter sem ser na essência, queremos sempre o verão, queremos sempre vislumbrar o sol raiar pela manhã sem lembrar que haverá na caminhada o inverno de muitas águas fortes que desemboca no mar do escanteio, no mar da angústia, no mar do esquecimento, no mar da falta de espiritualidade e intimidade, no mar das solidão e das portas fechadas para as nossas realizações pessoais, no mar da falta de oportunidades na igreja local, enfim queremos ter, mas sem intimidade até conseguimos ter, mas de forma limitada, porque a nossa visão está aquém do que uma intimidade real com Deus nos proporciona, sem intimidade nossa visão é apostólica romana, é farisaica, é ameninada por não nos doer na alma como doe no coração de Deus tanta hipocrisia no meio do povo, tantas disputas em estar sem ser, porque longe da real intimidade na se pode sentir na pele a necessidade em servir melhor a noiva, mas apenas em fazer média e criar para si um palco de aplausos, mesmo assim, Jesus ainda dá um sopro no tempo, traz o inverno para que na busca por misericórdia a real intimidade seja em si restaurada.
Em terceiro lugar, sem cruz na caminhada nossa vida de intimidade é uma mera farsa, não podemos ter medo dos abismos, afinal sempre há no abismo terra firme suficiente para darmos um salto para o alto; então o que devemos é preparar a casa espiritual antes da tempestade e quando o inverno chegar por sermos íntimos do Deus que tudo pode, teremos a tranqüilidade de Daniel em continuar orando a Ele três vezes ao dia confiantes de que, mesmo na sentença de morte do rei, o nosso amigo dos amigos fará o leão dormir, teremos a paciência de Jó em esperar em Deus ainda que Ele nos mate, pois no fim das contas o nosso redentor vive e se levantará, teremos a confiança de Abraão em entregar aquilo que mais temos de precioso, sabendo que se nos for tirado, Deus providenciará outro melhor, pois Ele nos conhece e sabe o nosso amanhã.
Sendo assim, quando o inverno chegar não se justifique, apenas se renda a ouvir os conselhos do seu criador, não se afaste ao pensar na possibilidade de um possível fracasso, afinal eu e você temos um advogado espiritual, Jesus Cristo o justo; não se atemorize como Davi diante do erro, existe perdão pra você e um inverno ainda maior como conseqüência dos nossos atos, mas as mãos do Senhor não deixarão de ser prosperas em nossas vidas, apenas o desejo dEle nesse inverno que você está passando é que você se coloque como barro nas mãos do oleiro e por fim ser você no verão um servo realmente íntimo e amadurecido para quando o inverno chegar haja em você, em mim, em nós uma busca fidedigna, não por ser Ele o resolvedor de problemas, mas nosso amigo íntimo em qualquer estação.

Até à próxima!
André Silva.