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sábado, 17 de novembro de 2007

Liberdade cristã
e o cancro das verdades humanas

Bastava uma palavra e o impossível acontecia, foi assim que Deus usou a liberdade da sua palavra para criar o mundo, mais tarde, Cristo, enquanto Verbo encarnado, não se deteve diante de tantos arroubos, dificuldades, omissão, invejas e traições, pois a sua palavra soava livre de qualquer vírus transmissor de discórdia e com misericórdia suspirou à beira da morte um pedido de perdão junto ao Pai a todos aqueles a quem não o entendeu, mesmo assim, o maior desejo de Cristo era o de liberdade: a liberdade da alma.
Nessa direção, Madalena corre ainda prisioneira ao sepulcro, mais tarde Cristo com sua ressurreição, sentencia a liberdade a todos sem exceção, mas os apóstolos continuaram meses detidos mesmo depois da ordem expressa do Mestre: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16।15)

O que significa então, esse “Ide”, para você?

No bojo das relações humanas, percebemos que o “Ide”, descaracterizou-se em relação ao intervalo entre o ser e o não ser, passamos a construir nosso sistema feudal, depois de termos sido alcançados pela graça dAquele que nos libertou, para mais tarde nos algemarmos a tanta ideologia, preconceitos e “plaquissísmo”, o “Ide” a todo mundo, ficou tão longe, que nem temos coragem de ir ao vizinho ou mesmo ao colega de banca lá na faculdade, porque nosso feudo de sonhos e realizações, esqueceu-se da tarefa que liberta, mesmo sem estarmos libertos, pois a Palavra não respeita nosso comodismo, ela vai assim mesmo sem nossa boca, às vezes embolando pela calçada empoeirada em forma de literatura que algum curioso apanha e lê, medita e se transforma no transcurso em que naquele momento muitas bocas se calam.
Há muitos motivos os quais tornam a liberdade cristã numa pseudo-prisão e podemos crescer e acompanhar a trajetória daquele o qual não se deteve a nada: nem a ideologia política, nem as amarras da cultura, nem mesmo aos arroubos da carne, é verdade, falo de Paulo, para ele, divulgar o nome de Cristo e seu Evangelho foi o maior prazer. Quando solto não temeu diante daqueles que o quiseram prender e matar, ainda que preso, deu um jeitinho de divulgar e levar a Palavra aos necessitados, podemos dizer que o “Ide” foi efetuado por este homem. (Atos)

E se Paulo vivesse hoje em nosso sistema capitalista e cheio de arrumadinhos? Certamente, Paulo não estaria estagnado como nós, preso a nossa própria liberdade, se ele usasse os púlpitos de hoje, a graça seria melhor distribuída aos sedentos e, ao invés de tanto favoritismo e oba-oba, não faltaria liberdade, pois Paulo certamente não teria o rabo preso com o sistema, pois importava alcançar as almas, não interessava de onde elas vieram, como elas estão vestidas, não importa seu relacionamento com o poder que rege o meio, Paulo com certeza teve uma, entre tantas boas intenções, ganhar e não só ganhar, mas também estabelecer almas num só corpo que é Cristo.
Para muitos, cristianismo virou placa e moda, o “Ide”, verbo mais importante do Evangelho, acomodou-se nos tantos louvores de vitória, porque a ambição pelas vitórias terrenas é tanta que o céu prometido por Cristo virou miragem em conto de fada. Esquecemos que Cristo morreu em resgate de muitos e não apenas em favor de nosso mundinho de sonhos, do piso de nossa igreja que precisa ser ladeado de mármore, mas em favor das almas que perecerão no inferno por tanta negligência de um cristianismo que só fala, mas não faz, que se calou depois de grandes bravuras de nossos irmãos em Cristo lá no início da igreja em Atos, um cristianismo que acorda pela manhã e vê o seu povo preocupado com a opinião da astrologia, da mídia e do meio, pois não está mais conseguindo sobreviver sem o meio, tudo isto por que estamos insensíveis às palavras do Mestre, mas sensíveis à luta pelos cargos eclesiásticos, pelos melhores assentos no templo, pelos espelhos que cegam nossa sede de transcendência, falamos muito do céu, mas nossa falta de amor ao outro, a Palavra e a obra de Deus já nos deixa sentir as chamas arderem nossa alma e consciência por tanta hipocrisia.
“Tudo, ó Cristo, a ti entrego; tudo, sim, por ti darei”.
Sua liberdade cristã tem deixado você fazer tudo por Cristo, por amor a Ele ou apenas o que é conveniente a você?
Miserável liberdade que nos condena, mesmo assim, Cristo liberta dessas amarras quando queremos caminhar nEle, com Ele e por Ele, ainda que custe sofrimento, perseguição, invejas, tramas, deboches, porque, quem nasce de novo ainda que preso a qualquer coisa ou “liberdade”, deixa a Palavra caminhar sem medo, ninguém pode deter a verdade, pois a Palavra é poder, Ela cura almas e torna livre qualquer cativo, mesmo ainda os de pouca fé, os de pouca roupa ou os de pouca palavra.
Mesmo sem a liberdade, grandes nomes fizeram o papel que cabe a nós hoje e viraram mitos, porque se libertaram do meio e das ideologias impostas pela sociedade, quisera eu saber se houve para estes liberdade em Cristo à beira da morte. São Francisco de Assis, madre Tereza, Ghandi e outros certamente teriam a coragem de Paulo em divulgar Cristo, mas preferiram divulgar o amor ao próximo, porque acreditaram que por esse viés Cristo já se faria revelado sem intenções como aquele bom samaritano, não me atrevo em dizer aqui que a liberdade do Evangelho não os alcançou antes do suspiro final, prefiro dizer apenas que o “Ide” precisa hoje de um pouco deles em nós, pois o que eles fizeram em prol de uma ideologia sem Cristo, poderíamos ter ao menos coragem de fazer mais por saber que Cristo está em nós.
O que motivam pessoas a subir escadas de joelhos, amarrar bombas na cintura, deixar tudo e sair como peregrino, deixar o mundo pra viver em mosteiros suas vãs filosofias? O bojo motivador desejo de ir – sendo, não deveria ser também o nosso?
O problema é que a liberdade que deveria desembocar em nós como parâmetro medidor de compromisso e obediência, acabou lavando nossas mãos com águas da omissão, dessa forma acabamos passivamente nos acostumando com os clichês que a cultura montou sobre a figura de Cristo sem perceber que o Jesus dos Evangelhos é bem diferente. Com os clichês, o cristão não precisa pensar em compromisso, as bênçãos são mais importante, a prosperidade é o alvo, disputar cargos na igreja é o primordial, enquanto as almas estão morrendo.
Com isso, compreender a liberdade requer, antes de tudo, se estabelecer na verdade de Cristo através de seu Evangelho, então pergunto a você: o que é a verdade? Você está andando na verdade de Cristo revelada em sua Palavra ou em sua própria ideologia de verdades?
Saiba: viver a liberdade através da verdade de Cristo requer suor, lágrimas e desertos, mas viver nossas ideologias cheias de verdades nos conduz a uma pseudo liberdade até então confortável e justa, acreditando, como os fariseus, que suas atitudes exteriores poderiam levá-los ao céu, sem lembrar que no céu só entra santo, lavado, remido, com frutos verdadeiros e sem hipocrisia.
Sendo assim, enquanto os “muitos chamados” se omitem por dentro e faz por fora numa ideologia cheia de verdades humanas, os poucos escolhidos, continuam conscientes de seu papel em semear a Palavra que liberta, porque é livre em Cristo, livre do comodismo, livre do legalismo que abafa a Graça, livre para dar frutos onde quer que vá e esteja, livre dos contratos ilícitos com o poder, livre para ser o que é, sem medo, apenas com medo de não ser livre e de se acomodar com tudo que está ai, bem na nossa frente.

Até à próxima!

sábado, 6 de outubro de 2007


Juventude cristã: felicidade e paradoxos


Algumas pessoas passaram, de um tempo pra cá, a questionar irmãos e irmãs que a partir dos trinta continuam só. Essa tem sido uma tecla subjetiva em nosso meio, entregaram à cultura o penhor da felicidade ao casamento e por ironia estão vendo a benção se transformar em maldição.
Por esse viés, observei que muitos assuntos ainda são tabus numa época de tanta tecnologia e informação, o jovem cristão, por medo de ser punido e ter que se retratar em plena igreja, prefere buscar tais informações com amigos ou na Internet, viajam em minutos em mundos complexos para suas idades, por outro lado, os jovens de hoje estão vestindo uma roupa que não cabe neles, estão pulando etapas, tudo isso porque os pais transferiram a educação para a escola e a igreja, quando a escola secular faliu no propósito de sustentar junto com a igreja os valores morais; enquanto a igreja ainda teima em omitir certos assuntos aos jovens sem perceber que se ela não trata de certas questões antes de acontecer, vai ser obrigada a chorar com eles depois da queda.
Nessa direção, empanturrados de uma massa levedada, os pais cristãos de hoje baseiam a felicidade dos filhos por uma ótica estritamente mundana, almejam seus infantes graduados na sociedade. O diploma tornou-se um alvo e por tabela um casamento bem sucedido, embora não quero com isso dizer que Deus não possa nos fazer homens e mulheres de sucesso na área secular, mas não é esse o objetivo de Deus pra nós conforme escreveu Paulo: “Não vos conformeis com esse mundo”, salgar a terra, ser luz, fazer a diferença em tempos tão difíceis como o nosso cuja santidade foi rasgada de alto a baixo e é uma empreitada difícil pra a juventude da igreja a qual internalizou a felicidade senão por um troféu a conquistar sem entender que suas ações interiores decidem o prêmio que irão receber.
Quando irmãos maduros questionam o porquê alguns irmãos(ãs) não estão namorando ou ainda não casaram, fico a perguntar: O que é felicidade pra essas pessoas? Por qual ótica baseiam a felicidade de seus filhos e ovelhas?
Percebe-se nesse nicho uma contramão de informação, os prazeres de hoje são os mesmos do passado, a questão é que os filhos do presente estão sendo criados com objetivos opostos e contraditórios. Deus disse a Moisés no monte: “Eu sou o Deus de teu pai...” A diferença está ai, Deus já não é contado e experienciado na boca de muitos pais na trajetória de seus pequenos e por motivos mercantilistas, adotaram a felicidade como sinônimo do sucesso material, logo preferem entregar a jovem filha a um jovem crente sem experiência com Deus, mas próspero nos caminhos da vida, simplesmente porque tal escolha assinala o gosto do povo, estão criando filhos para sociedade e não para Deus e até dizem: “seu filho se formou? Que benção! Seu filho casou com a filha daquele grande comerciante, como Deus é demais!” O bojo de tal escolha e o ter e não o ser e por isso, muitos se casam e param na caminhada da vida por se descobrirem incompatíveis com a alma, porém bem compatíveis de corpo.
Infelizmente, criaram jovens na igreja com louvores, ter o filho no conjunto musical tem sido ainda hoje uma maneira frágil de pensar que eles estão seguros, eles sabem cantar todos os hinos em contrapartida, não sabem defender sua fé simplesmente porque Deus tem estado bem distante nos lares cristãos, os propósitos têm sido outros: edificar filhos bem sucedidos em sociedade parece uma benção, quando sua fé é minada nos diversos setores de suas vidas. Sendo assim, que felicidade pode se alojar ai? (Provérbios 16.25)
Parece que estamos criando um atalho para felicidade, não se vê mais Jacós trabalhando dobrado por uma Raquel, mas diversos Sansãos abobalhados com a formosura das muitas Dalilas e o pior que tais Dalilas não estão no mundo, mas ao nosso lado, os nossos obreiros pedem pra fugirmos das tentações dessa vida e se esquecem de dizer que tais desejos estão bem trajados no banco ao lado. Os obreiros por sua vez, falam tanto em jugo desigual sem entender que não precisamos ir muito longe, pois tal jugo se estabelece em muitos cristãos que ainda não nasceram de novo, apenas vestiram a roupa da placa eclesiástica cheia de justificação sem desfrutar da graça que o sangue de Jesus nos condiciona; por isso nós jovens cristãos até queremos fugir dos desejos dessa vida, mas somos empurrados a pecar pela santidade legalista transvestida de sensualidade nas roupas e gestos das jovens irmãs em nosso meio e por isso, a cultura dos filhos e filhas cristãos se liquefez em lascívia de uma moda nada atual e nela, muitos casamentos passaram a ser uma licença pra não pecar, quando antes era um acordo mútuo de almas que se disponibilizavam a reder suas vidas ao serviço do Senhor.(Gênesis 24)
Moisés foi amamentado pela mãe após ser achado pela filha do Faraó, que o preencheu de secularismo, de títulos e diplomas, mas o coração de Moisés rejeitou o sucesso quando Deus o chamou para libertar o seu povo, pois seus pais, bem cedo, os criara nos caminhos e condutas de seu Salvador. Hoje, os pais e filhos estão encantados com o palácio, com as regalias e aplausos de uma vitória mascarada, de uma felicidade clandestina quando vêem afundar o lado espiritual de seus filhos os quais deveriam ser criados para terem temor e servir a Deus mais que a si mesmos. (Efésios 5.15 – 17)
Ainda existem moças e rapazes sem pressa, ainda que a cultura secular soe na voz de alguns obreiros cheios de dúvidas sobre masculinidade e feminilidade, mesmo assim, se você ainda olha como a cultura e não ver com os olhos de Deus, esse é meu recado para você.
Não tenho pressa, quero procurar minha amada com a alma, não tenho pressa por saber que as delícias do corpo não são delícias sem sentimento, mas enjoam, se estivermos centrados nelas, não tenho pressa pra ser feliz, já sou feliz em Cristo nessa nova vida herdada no novo nascimento que sua graça me proporciona, sou feliz em mim mesmo na minha condição de ser eu, sem medo e sem frustrações, por isso não tenho pressa, nem preciso ter pressa acaso eu tenha uma chamada missionária; assim como Paulo foi fiel a Deus num mundo não tão diferente do nosso, mas consciente de tudo isso que o cercava, não tenho pressa porque sei que a escolha é um processo qualitativo forjado no meu coração com aprovação de Deus e não com aprovação da cultura local. Não tenho pressa, porque sei que a minha vida depende exclusivamente de Jesus, é no caminho dEle que devo me estabelecer e não nos meus intentos.
Por caminhos que parecem justos, muitos têm declinado espiritualmente, viver pra Deus tornou-se um acordo: primeiro eu me estabeleço como gente nesse mundo, depois acordamos sobre essa coisa de viver pra Deus. Viver pra Deus tornou-se antes de tudo, ganhar dEle o sucesso aqui, pra depois pensar se esse sucesso pode ser pago com trabalho em sua casa e por esse caminho o contrato se desfaz antes de acontecer, o jovem investe em sua carreira promissora e descobre que não tem tempo nem pra ele mesmo, logo vira domingueiro, sem lembrar de buscar a Deus em seu quarto, pois a busca por uma vida financeiramente estabilizada têm sido prioridade na educação de muitos pais os quais Investem pesado nos estudos, na beleza e no laser dos filhos, sem investir na vida sincera com Deus. Nessa direção, eles crescem com conceitos deformados, não conseguem se firmar na fé e acabam sendo obrigados a colocarem máscaras, vivendo uma vida cristã insípida, porém secularmente feliz. (Mateus 6.33)
E por essa ótica, estamos vendo muitos jovens casados vivendo divorciados sob o mesmo teto, pois não conseguiram o sucesso esperado e por tabela se frustraram por não encontrar no outro a coluna de apoio espiritual para vencer as barreiras, porque ambos passaram a juventude alimentados apenas com louvores sem Bíblia e sem culto doméstico e a única alternativa são dois caminhos os quais geralmente acontecem no seio cristão: viver de aparências para sustentar a máscara da justificação própria ou radicalmente abandonar o barco. E essas escolhas pesam à igreja que deveria ter amamentado seus filhos com leite racional sem metamorfosear o leite com belas canções, mas que não seguram o jovem de hoje devido à cachoeira de informação que cruza o seu caminho. (Efésios 6.10 – 18)
O que é felicidade então?
Na ótica de Deus é que vençamos o maligno, não podemos acreditar que devemos ser sal nas quatro paredes se não temos força de salpicar nas ruas dessa sociedade relativista esse Evangelho que dizemos mudar o ser humano. Na ótica de Deus felicidade será estabelecida se entendermos que nascemos pra viver pra Ele e não para os nossos bel - prazeres. Na ótica de Deus seremos felizes se nos rendemos aos seus propósitos. Há uma carreira proposta e ela não está nos holofotes da mídia, nem mesmo no sucesso das bênçãos matérias, mas tão somente, seremos felizes se corrermos em busca de um único troféu, o caminho estreito que leva aos céus. (Hebreus 12.1)
Sejamos diplomados sim, alcancemos o sucesso secular sim, mas se esse sucesso for pra mostrar a todos que o Senhor é quem faz tal coisa. Deus ainda que usar casais fracassados, se eles deixarem de olhar seus umbigos e entenderem que o desejo do Senhor é que os dois sejam um instrumento, uma flecha na mão do Forte.
Deus ainda que estabelecer pactos com jovens, mesmo em tempos tão modernos, Deus quer usar jovens, adolescentes, pessoas solteiras e casados nas tantas vias de acesso desse mundo: nas faculdades, escolas, na Internet e no trabalho. Deus quer usar advogados e juizes falando a verdade sem precisar vender-se ao sistema corrupto; Deus quer usar médicos e psicólogos nos hospitais da vida, tratando com amor e semeando o Evangelho que cura a alma e não meros profissionais que só visam o lucro sem olhar no olho do paciente; Deus quer usar professores falando a verdade da vida numa filosofia cristocêntrica e não professores descomprometidos com as almas que ali estão; Deus quer usar policiais para falar ao encarcerados que Jesus é vida, que o mal que os prendem é espiritual e deve ser atacado com a presença de Deus na vida através de uma entrega total, Deus quer usar faxineiras que no zelo da casa de seu patrão deixam um testemunho cristão que fala mais alto, através dos louvores de sua voz agradecida pela felicidade em perceber que o pouco com Deus é lucro; Deus quer usar os motoristas de ônibus, taxistas e guardas – noturnos nas tantas vias urbanas de nosso país por não terem medo de estender as mãos as tantas Madalenas possuídas por espíritos imundos, mas carentes do amor de Cristo, dos homossexuais e tantos que perambulam nas calçadas sem teto e sem pão por, num momento oportuno, dizer a eles que Deus tem algo melhor, uma promessa que não falha, tem vida e vida com abundância; Deus quer usar você, jovens solteiros e todos os casados, portanto estendam as mãos e a voz; eles também têm uma alma, deixemos de acreditar que só os bem sucedidos têm o direito de seguir a Deus, então só dessa forma veremos a felicidade.
Enfim, podemos deixar claro ao mundo vil que ser diferente não é vestir roupas, mas é ser consciente que a nossa salvação custou preço de sangue e por isso estar no meio deles não ludibria nossa fé, mas com Cristo é possível ser feliz, mesmo sem os manjares dessa cultura tão impregnada em nosso meio. (João 15.16)
Felicidade é um caminho árduo de uma busca por Deus que não pode esfriar, de uma busca que não acaba no casamento, mas recomeça ali no esquentar dos lençóis, na cumplicidade de sentimentos cuja Palavra os alimentou durante a explosão de hormônios e proporcionaram a ambos uma plena madureza e segurança, por estarem calçados num porto seguro, os propósitos de Deus: nossa felicidade. (João 4.31-36)

Até à próxima!
André silva

sábado, 15 de setembro de 2007

Quando o sentimento se desfaz em rotina


Certo dia, uma simples conversa foi o ponto de partida para tal investigação e desse dia pra cá, tenho parado pra ver o que antes apenas olhava, assim como você, a maneira pela qual a felicidade é tratada nos relacionamentos e o quanto há de fantasias para alcançá-la ou mantê-la. Mesmo assim, nossas raízes parecem estar profundas e matam sua sede em poços não muito apropriados. A cultura secular é o poço e sua filosofia é a água que dá de beber sem matar a sede de seus súditos. Até quando continuaremos olhar sem ver tudo isso? Comecemos a ver essa água brotar da terra seca e nos deter em seu percurso para podermos refletir se dessa fonte mina água potável.
Quem sabe você hoje veja e não apenas olhe, porque qualquer olhar é vago sobre o objeto, mas quando não nos detemos em ver, as escamas do delírio interrompem nossa percepção. Olhar sem ver é miopia, é ficar submisso a um ponto perdido, quando há vários pontos a se analisar nas caminhadas da vida, existem muitas pessoas que por não ver estão tropeçando nos abainhados das suas indecisões e até vêem, mas se detém no único ponto a qual lhe foi dado como verdade absoluta. Com isso, gostaria de sua percepção em alguns pontos bem nossos, embora exclusivamente culturais os quais se metamorfoseiam como solução para felicidade e restauração dos corações, mas saiba, você precisa ver e não olhar apenas, então venha e veja.
Depois que vi, passei a escutar melhor, vivo em auto-reflexo, basta uma palavra ao longe e já estou captando o menor sinal e por estar cercado de pessoas todos os dias, passei a escutar e me perguntar o porquê a química dos corpos é o objeto primeiro para análise do outro? O que é essa expressão que recheia a boca dos jovens? “Se não tiver aquela química não dá”. Daí, percebi que em muitos casais existem só química sem sentimento, noutros há sentimento sem química alguma, portanto olhar essas situações sem ver é ficar preso a teorias sem fundamento. A química existe do ponto de vista biológico, mas não deveria ser a razão primeira de análise, e por estar em primeiro plano, muitos não entendem a razão de seus fracassos sentimentais e batizam seus fracassos de rotina e tentam buscar no poço da filosofia secular a solução, mergulhando nesse poço seco de água suja, saindo de suas pseudo-rotinas sem perceber que estão ao sair entrando noutras por estar matando sua sede com uma água que não mata sede, apenas ludibria gerando outras sedes.
Nessa direção, a química dos corpos é objeto de estudos há muitos anos, descobrir o ponto G tem sido até hoje preocupação de muita gente, simplesmente pelo fato de muitos atribuírem a satisfação carnal como objeto de restauração de uma felicidade que nunca se estabeleceu ali, logo o erro está em dar primazia ao corpo sem priorizar o sentimento, nesse caso vejamos:

“De noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma; busquei e não o achei. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o e não o achei.” (Cantares 3.1,2)

Muitas pessoas vivem nessa eterna busca, passando a beber água em muitas fontes sem matar sua sede, por outro lado quem está disposto a se desprender de seu eu, de seu orgulho para ir buscar nas ruas e praças alguém que ame sua alma? Antes de encontrar é preciso saber que esse mergulho requer paciência e entrega, porque ninguém conseguirá encontrar o que se quer, sem ser aquilo que se pretende ganhar. Esse eterno buscar desemboca no seu eu limitado e se banha em águas límpidas e amadurecidas as quais Deus passa a restaurar por ser você dependente dEle.
Tem muita gente bancando sozinho o super – herói, sem prestar atenção nos conselhos do Criador, só Ele tem água potável pra matar sua sede, seus conselhos, embora paradoxais até hoje, têm restaurado o que se chama de rotina, têm trazido alegrias e real felicidade, quando o maior erro e assinar sem ler, sem ver o que está além dos olhos, é sair pra guerra sem armas, é ensinar sem didática e pior ainda acreditar, mesmo quando os lábios sorriem, em fórmulas milagrosas.
Nessas observações, há muito de veneno didático nessa química, há muitas misturas heterogêneas dificultando de onde vem tal fonte, por certo, sabemos que ficou inevitável não ver tudo isso, mas como todo olhar é vago sobre o mundo, limito-me a dizer: “a ordem dos fatores não alteram o produto”, esse ditado tão nosso explica a ineficácia de toda uma busca para se sair da rotina ou não entrar nela, para muita gente mudar de cenário e de posição, reacenderá o que esfriou, sem perceber que ninguém esfria o que nunca se teve. Não quero com isso dizer que na há turbulências e indiferenças entre os casais, apenas que mesmo nessas turbulências, a alma de um estará buscando o outro que se foi e muitas vezes saímos pelas ruas, praças e recantos da nossa casa e não encontramos, isso faz com que a pressa por uma solução nos lance no poço seco, logo, muitos locam até filmes para tentar sanar um rombo na camada do coração com química, (objetos, roupas específicas, comidas e bebidas estimulantes, lugares pitorescos) quando essa camada se rompeu porque a alma cansou de procurar ou mesmo se descobriu que os sentimentos eram apenas um leve acordo mútuo de um costume pela presença do outro e não um desaguar de um eu e um tu fundido num nós.
Por esse viés, alimentar a ansiedade como fuga da realidade é deixar de ver o óbvio, é não atentar para o caminho, se felicidade dependesse de uma mudança de roupa, de um xarope de marapuama, de mudar de posição ou cenário, não estaríamos vendo tanta insatisfação, traições e separações, portanto precisamos refletir sobre esse estigma filosófico, tirar essas escamas de nossos olhos e passar a depender da vontade de Deus, passando a nos banhar nas águas tranqüilas de sua sabedoria.
Nesse caso, posso afirmar a partir de minhas observações que a rotina em si não existe, apenas gotas de insatisfação as quais já faziam parte do contrato assinado entre ambos, contrato esse que começou infelizmente com um vago olhar sobre o corpo, porque nossa tradição cultural já nos ensina assim, infelizmente muitos pais ensinam assim, quando antes deveriam ensinar aos filhos a ver pequenas minúcias esquecidas hoje: um caráter cristão ao invés de um belo corpo.
Por outro lado, buscar sair da rotina não é só atestar uma insatisfação com o momento, mas também é declarar nossas falhas diante um sentimento cujo caráter cristão esteve sempre em segundo plano। Amor não é a satisfação de corpos e quando passa a ser se enjoa rápido um do outro e por não aceitar cada um suas falhas o relacionamento acaba entrando em conflitos, porque sua base foi construída no prazer físico e não no que disse a Sulamita: “De noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma...”. Veja que busca diferente, as águas filosóficas do mundo moderno nos empurra a ir buscar com o corpo, mas um cristão transformado por Deus precisa fazer como a Sulamita deve deitar-se primeiro com a alma, suas vestes e beleza não são os trançados dos cabelos, nem o ouro do pescoço, nem a formosura de seu corpo, mas o caráter interior:

“Sessenta são as rainhas, e oitenta as concubinas, e as virgens sem número. Mas uma é a minha pomba, a minha imaculada, a única de sua mãe e a mais querida daquela que deu a luz; vendo-a, as filhas lhe chamarão bem-aventurada, as rainhas e as concubinas lhe louvarão.” (Cantares 6.8,9)

Quão bom que na hora da escolha a química entre um casal fosse a chama do caráter cristão, um homem e uma mulher sendo louvados pelo testemunho de sua conduta, pela doçura de suas palavras, pela paciência em ouvir o outro, sendo cúmplices nos desertos da vida, um casal que mesmo na envergadura do corpo e nas rugas do rosto se olhassem como adolescentes, se assim fosse, ainda que houvesse muitas rainhas, o amado não envergaria o olhar para outra, ainda que houvesse muitos reis belos, sua amada nem de longe pensaria em esfriar, ainda que viessem as tentações e problemas não iriam buscar no corpo a solução, mas no sentimento da locução eu – tu estariam sempre se fundindo num nós, porque saberia que na ilusão do olhar mora a morte, porém na essência do outro, no prazer de estar com o outro, de enfrentar com alguém as barreiras e as delícias da vida estaria o verdadeiro prazer, impossibilitando quaisquer ricos de uma possível “rotina”. (Provérbios 16.25)
Deus por ser o próprio amor universal, deseja que seus filhos se embriaguem desse amor para descobrir outros amores que vida insere em nós. Ninguém pode se auto – satisfazer se antes não se banhar na fonte inesgotável do amor de Deus, ninguém se realizará por inteiro se dEle não descobrir tal coisa, ninguém conseguirá sair de suas fossas sentimentais se não compreender qual o propósito de se estar ali, ninguém deixará sua rotina de mesmices se não entregar primeiro sua alma ao Deus que promove mudanças no ser, se não deixar de bancar sozinho tais mudanças, ninguém escapará de tal situação se ainda acreditar que uma dose de química muda tudo.
Que você possa começar a ver o que muitos apenas olham, Oxalá que você reflita como deve ser sua escolha acaso você queira agradar a Deus, que você possa mudar de mentalidade e tomar água potável no poço das Sagradas Escrituras, que você reflita antes de escolher para que o seu casamento não seja apenas uma licença pra não pecar, mas uma benção por procurar nos recantos da cidade a alma de alguém, entender que essa alma pode estar visível se você não camuflá-la nas linhas externas e perigosas que um corpo pode oferecer. Sendo que, uma pele leitosa e macia, um olhar misterioso, corpos esculturais de uma cultura alienada, uma voz doce e quente, uma formação cultural invejável, uma posição econômica confortante, nada disso garantirá o fim ou o não começo de uma rotina se um e outro não buscar nas praças, ruas, na cama e nos recantos da casa uma alma cuja sede o saciará quando as crises os quiserem afogar.

“Um bilhete deixado no bolso da roupa, um tapinha no ombro, mãos na cintura ao passar, uma ligação repentina de saudade, passar as mãos nos cabelos, um elogio breve, um beijinho na face, são tantas formas de dizer eu te amo.”

Precisamos rever nossas formas de olhar pra ver o que não se percebe, “Eu dormia, mas o meu coração velava” (Cantares 5.2) Mesmo nesse estado de sono profundo que muitos se encontram é possível reverter o problema e mesmo com os olhos fechados, não pare de velar, vigiar, ficar atento aos embustes de tantas situações que nos deixam desarmados, mesmo dormindo esteja acordado para as possíveis reações do outro, para perceber que nas ações uma reação ressurge, ainda que triste e já desgastado, velar significa não lançar fora o que se conquistou, apenas juntar os pedaços de um possível recomeço sereno e paciente. Ainda que tentemos buscar fórmulas para refazer o sorriso, será inútil se com Deus não nos aconselharmos, inútil se acreditarmos que a rotina pode acabar se não compreendermos que estamos entrando em outra, inútil se ficarmos propensos a buscar água no mesmo poço sem água limpa: (filmes, revistas, objetos) por entender que estes meios não fortalecem, mas enfraquecem mais ainda ao longo da caminhada.
Vejamos todos onde estamos, busquemos no outro o ser dele e não o que as suas características podem oferecer, caso contrário continuaremos caminhar em círculo pelo deserto, entrando em rotinas diferentes achando que já saímos dela e quando nos dermos conta veremos que a solução que Deus nos dava estava tão ali bem perto, mas as murmurações e os passos infalsos de nossas vidas acabam por nos jogar numa estrada de quarenta ou mais anos sem entrar na terra prometida, a nossa felicidade.

Até a próxima!
André Silva.

terça-feira, 28 de agosto de 2007


Omissão ou verdade

O que é a verdade? Indagou Pilatos, bastante espantado diante da certeza de que a verdade não precisa de explicação, afinal Cristo estava ali, Ele é a verdade, só Cristo pode dizer que era rei, só Ele pode dar vida, só Ele pode fazer milagres, ninguém é bom, senão Ele, mas porque Pilatos diante da verdade fez esta pergunta?
Se você for pesquisar a fundo, a verdade sempre abalou os alicerces das grandes civilizações humanas, rachou colunas, até então firmes, doeu na consciência do centurião romano, depois que ele crucificou a Cristo: “verdadeiramente, este homem era o filho de Deus”, diante da cúpula religiosa sacerdotal, a ambição de Judas foi maior que a verdade ao vender seu mestre e amigo por trinta moedas de prata, por falar a verdade, João Batista perdeu a cabeça na bandeja da adúltera Salomé e por dizer que era o filho de Deus, Jesus foi açoitado, cuspido, esbofeteado e morto pelo povo a quem Ele tanto amou.
Numa trama de poder, omissão e muita religiosidade, Pilatos preferiu tirar o corpo fora e se omitir com medo de perder seu prestígio político, pois falar a verdade e defendê-la custaria sua carreira promissora: “Se tu soltares a Cristo não és amigo de César”. (João 19.12) Quando o povo, mesmo presenciando a olho nu os tantos milagres que Cristo fizera em seu meio, não plantou a verdade em seu coração e preferiu dizer: “crucifica-o”, embora Pilatos sabendo que Cristo era a verdade, escolheu a omissão: “eu lavo minhas mãos”, o povo nem se importou nas maldições que o futuro traria as suas futuras gerações, rejeitando a verdade: “não temos outro Rei senão César”. (João 19.15)
Você tem coragem de falar e defender a verdade? Mas qual é a sua verdade?

Se observarmos hoje, você tem a sua verdade, eu tenho a minha, o vizinho tem a dele e ninguém precisa brigar, se eu penso desse jeito e você pensa de outra forma, não vamos discutir por isso, o que vale é o amor e com isso as verdades se fundem numa só, agradando a todos. Fala-se muito em pluralidade cultural, quando a sociedade ainda é preconceituosa, ecumenismo virou moda, budistas, espíritas, umbandistas evangélicos, magos, católicos e zoroastras se reúnem para falar as suas verdades, na velha e contraditória história de que “Deus está em todas religiões”, embora nunca se viu em momento algum na história da Bíblia e dos Evangelhos, Jesus aplaudindo e dividindo espaço com os religiosos, ao contrário, Jesus não parou de criticar e repreendê-los por não estarem compromissados com a verdade, mas com eles mesmos, por estarem preocupados apenas em seus próprios interesses, atando fardos pesados para seus seguidores carregar sem dar exemplo, (Mateus 23.3,5) diante de Cristo o jovem rico tentou agradá-lo com palavras, “Bom mestre”, mas não são palavras que Deus quer de você, Jesus apenas quer que você fale a verdade e renuncie a omissão e a mentira, portanto, você está disposto a falar e defender a verdade? Saiba, falar a verdade pode custar a sua cabeça, mas a vitória é sua, pois Deus é justo.
Nessa direção, já temos um ponto de partida: Deus é o único, portanto precisamos
aprender somente dEle, mas veja que muita gente prefere aprender de outros o que não é bom, ou seja, o que Deus não ensina, antes preferem se omitir na cervejinha do final de semana, nos braços do sexo ilícito, nos carnavais da vida, no culto ao eu, sem perceber que esse alimento não é sadio, que esse ensino não vem do Mestre Jesus, mas do mundo e de nós mesmos. (1º João 2.15 - 17)
Às vezes preferimos ser amigos de César, lavando as mãos com as águas da omissão, às vezes preferimos ser amigos de Herodes, nos deleitando nos bacanais da vida, às vezes preferimos ser amigos de Judas, trocando o amor de Cristo por coisas vantajosas, pelos banquetes que a sociedade pode oferecer, às vezes preferimos ser amigos dos fariseus que mesmo conhecendo a verdade, não praticava, desobedecendo - a, por isso diante da verdade continuamos, por esse caminho, a omitir igual aquele povo diante de Pilatos: “Crucifica-o!”, observe agora suas escolhas e veja que muitas vezes o desejo do nosso “eu” impera, vivemos em função do nosso ego, quando escolhemos ser amigos do mundo e não amigos de Deus, quando Cristo deixou claro: “vós sereis meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando” (João 15.14).
Pare e pense: Cristo mandou você curtir a vida? Cristo mandou você tomar sua cervejinha no final de semana? Jesus mandou você cair na folia neste carnaval e nas tantas festas que o mundo oferece? Cristo mandou você fumar seu inocente cigarrinho? Jesus mandou você mentir para levar vantagem sobre outros? Cristo mandou homens e mulheres praticarem sexo à vontade e posarem nus nas revistas em prol da cultura? Cristo mandou que tirássemos a vida de nossos irmãos e que difamássemos as pessoas com nosso olhar de julgador? Jesus mandou sermos melhor que o outro, nessa fome pelo poder? Afinal de contas, o que foi que Cristo pediu que fizéssemos? (Mateus 12:50) Ora, a vontade de Deus não pode ser igual a vontade do mundo.(Iº João 2:4,6)

Agora estamos diante da verdade, olhando bem pra ela, A verdade está a todo instante te observando lá do céu, a verdade martela na voz da consciência e dela não podemos escapar: “isso é gostoso, mas não é certo”, a verdade está bem aberta em cima de sua estante, empoeirada na mesma página a qual você se omite em ler e dizer que é difícil, complicada, relativa e enfadonha, mas sei que existe algo em você que diz: “lá está a verdade”, no fundo, muitos sabem que essa vida tão divertida que alimenta só nossos prazeres, não é a vida que Deus quer que vivamos, mas será que você vai continuar se omitindo, achando que tudo está bem, contradizendo-se no velho jargão: “Eu já tenho Jesus no coração”, mas continuando a fazer o que Jesus não mandou? Até quando você rezará: “que seja feita a Tua vontade” sem fazer a vontade do Pai? O simples fato de não fazer mal a ninguém e ser caridoso com o próximo não nos levará ao reino dos céus, essa é nossa obrigação aqui e agora, nem mesmo pensemos que por praticar esses quesitos nos tornaremos aptos ao caminho da perfeição, porque a salvação e a perfeição não é mérito nosso, pertence somente a Deus. (Efésios 2.8.9)
A liberdade está ai, não pense que o condeno pela sua continua omissão, esse papel eu deixo para os fariseus de hoje, porque Cristo é vida, é verdade, te ama e o espera, mas você só abraça e segue O caminho e A verdade se quiser, saiba que é inconveniente e anormal tomar um bronze na praia de paletó, da mesma forma é seguir a Cristo do nosso jeito e com nossa omissão, afinal deixemos Cristo dizer o que é a verdade: “A tua palavra é a verdade” (João 17.17) pois está escrito: “os verdadeiros adoradores, adorarão ao Pai em Espírito e Verdade, pois o Pai procuram a tais que assim O adorem” (João 4.23). Sendo assim, daqui para frente, cabe a você se omitir ou ser um dos tais, a escolha é sua.

Até à próxima!
André Silva.

sábado, 28 de julho de 2007



Maravilhoso mundo que nos consome

Ao amanhecer o sol rasga o céu com seu calor e luz e nem percebemos por acordarmos tarde demais.
As nove horas se abrem no jardim, as flores perfumam e colorem o dia, mas o trabalho rouba o nosso olfato com as fumaças dos carros e o stress do dia.
A chuva caindo a tardinha levanta o cheiro da terra, mas não nos traz alegria, apenas resmungos pelas roupas que molharam no varal e pelos cabelos alisados no salão, quando aquelas gotas em minutos estão produzindo vidas e não percebemos.
Crianças no ventre lutam para nascer, enquanto muitos reclamam da vida sobre a terra.
Os pássaros cantando sobre as árvores nem percebem a aflição dos humanos no corre - corre da vida pela sobrevivência, quando se esquecem de que o mesmo Deus que alimenta os pardais também nos alimenta e faz muito mais, porém O esquecemos por estarmos tão atarefados e preocupados com o nosso umbigo.
E assim, saímos apressados, outros nem saem do lugar, alguns, em fase terminal em cima de uma cama, com a esperança já morta, roga a Deus por um minuto dessa vida tão boa que desperdiçamos e nem lembramos de agradecer, pela pressa de nossos objetivos.
A comida está uma droga, o suco está fraco, a roupa está velha, falta perfume, que os salões de estética socorram agora todos aqueles que se intrigaram com o espelho, falta dinheiro, falta sal, muito doce engorda, a pé não dá, o meu carro tem que ser mais novo que o do vizinho, o sorriso se abre, a hipocrisia aumenta, nada está bom neste maravilhoso mundo que Deus nos deu.
Quando o céu anoitece, o brilho das estrelas é pouco para o nosso mundinho de sonhos. A coruja rasgando o céu, deixa os homens com medo de suas próprias, meras e fantasiosas superstições, como são tolos os humanos, malhando o corpo para viver mais sem perceber que mesmo esticando a cara, o organismo já ensaia o cortejo fúnebre da morte que o espera e isso é inevitável, então para que tanta correria?
Diante de tanta insatisfação, de tantas horas que desperdiçamos, diante das futilidades que sustentam nossos caprichos, só podemos ter a certeza de que as nossas vontades são meras contradições, inúteis tentativas de sermos o que nunca poderemos, sozinhos, e enquanto não nos deixarmos guiar pela vontade do Verbo que se fez Carne, continuaremos rodeando esse globo sem conseguir achar uma saída para esse caos que nós criamos para nos consumir.
Nesse tempo frágil das horas, a felicidade quebrou os espelhos, abandonou os egos e divorciou-se do tempo, mas não morreu. Encontra-se nas linhas e entrelinhas de um único livro que conduz a ela.

Nesse maravilhoso mundo que nos cerca, as grandes invenções, a ciência e a tecnologia ao inventar um novo eletrodoméstico, dão de presente ao consumidor um manual para ele melhor manuseá-lo, da mesma forma, o dono da vida, JESUS, também tem o manual para guiar a sua vida e fazê-lo feliz eternamente, o problema é que este manual foi jogado e esquecido nas estantes, em cima do armário, fora do alcance das crianças, pois os pais só enxergam videogame, computador e a tv e não percebem que os filhos estão sendo consumidos por esse mundo com seus ensinamentos coloridos, enquanto a bíblia fica esquecida dentro das bolsas, porque nas bolsas só achamos batom, dinheiro e cartões de crédito, quando a vida em forma de Palavra está ali ao nosso alcance e rejeitamos, ficou apenas para quando sentirmos vontade, isto é, se o nosso mundinho de vontades nos deixar sentir vontade e reclamamos e até tentamos buscar, distorcida em poços desconhecidos e desaconselhados por aquele que é o dono desta Palavra: Jesus.
A vida é tão simples, viver é morrer um pouco a cada dia, mas poucos querem a morte, porque os espelhos já atiçaram nossa cobiça por uma vida que nem conhecemos, nem temos domínio sobre ela, porque o amanhã cuidará de si mesmo e nem com a beleza e o seu dinheiro poderás acrescentar uma vírgula sequer a sua vida ou a esse mundo maravilhoso que te consome.

Até à próxima!
André Silva.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Quando perder é melhor que ganhar



Desde criança somos ensinados a ganhar. Na escola aprendemos a ganhar a melhor nota, que campeão é sempre o primeiro lugar, aprendemos também que a felicidade é um troféu, ser o segundo lugar é o mesmo que ser o último; as conquistas são sempre saborosas, é bem verdade que a conquista pode elevar nossa auto - estima, mas às vezes, perder é muito mais vantajoso do que ganhar.
Se observarmos com mais calma, veremos que choramos em vão, nos lamentamos muito por coisas que já se foram e nunca foram na essência, sabemos lá dentro o que é nosso, sabemos no íntimo as batalhas travadas ao fio da espada conquistadas com suor e lágrimas, sou consciente de nosso esforço, mas o nosso esforço nada mais é que uma cultura alimentada de berço de que devemos ser ativos e sempre conquistar tudo aqui, somos ensinados desde tenra idade que felicidade é conquista, é ganho; então vem a vida e nos tira de um assalto o que mais precioso temos e conquistamos. O que fazer diante disso? Como suportar a dor de perder? Como perceber que mesmo perdendo estamos, na verdade, ganhando?
Tenho vários argumentos para justificar o quanto perder é melhor que ganhar, o primeiro deles é o próprio Jesus que na nossa ótica morreu, quando a Bíblia é enfática ao dizer que Ele veio mesmo para morrer. Mas, para nós a morte não é perder? Jesus sabia que ia ser esbofeteado, incompreendido, traído e morto pelo povo que Ele mais amou, mas quem quer perder hoje? Quem quer ser traído, quem quer passar humilhações? Quem quer sofrer? Se você não quer, também não pode ganhar.

Diante disso, Cristo nos dá uma grande lição aqui e para que tivéssemos vida hoje Ele preferiu o que supostamente para nós é perder, quando na essência, Jesus nunca perdeu, Ele sempre ganhou. Há um paradoxo tremendo aqui e em cada canto do Evangelho de Jesus, senão vejamos:
Para ser vitorioso no deserto diante dos maliciosos conselhos do inimigo (Mateus 4) Jesus teve que jejuar por quarenta dias, Ele ficou sem comer, preferiu a fome, enquanto nós, muitas vezes, nem agradecemos o alimento que Deus coloca em nossa mesa, por estarmos tão preocupados só em ganhar o dia, então Jesus preferiu perder para ganhar.
Jesus veio para que todos tenham vida, nasceu não por vontade de ninguém a não ser dEle mesmo que é Deus, (João 1.3) por isso procurou mudar o rumo da história de muitos, fez questão de comer com pecadores, defendeu uma prostituta em praça pública, libertou pessoas de casta de demônios, preferiu ser incompreendido por tudo isto, preferiu perder, por essa ótica tão nossa, mas ganhou e libertou a todos esses, quando nós, muitas vezes, rejeitamos, julgamos as pessoas e nos orgulhamos achando que somos melhores que os outros, mas Jesus não, Ele abraça, acredita e sempre nos dá mais um motivo todo dia para caminharmos com Ele, ainda que estejamos perdendo, lá no fundo do poço, ainda que ninguém acredite mais em você, mesmo assim Ele diz: Eu o amo, Eu o quero, você é meu.
Na nossa ótica, Jesus perdeu quando os soldados os foram prender, isso é tão explícito que o próprio Pedro, que era seu apóstolo, também tinha a nossa estreita e carnal visão, por isso sacou a espada e decepou a orelha do soldado Malco (João 18.10,11) sem perceber que sendo preso, Jesus apenas seguiria com alegria o seu caminho, morrer na cruz para nos salvar era o seu objetivo, Ele podia ali chamar doze legiões de anjos para defendê-lo, porém Ele aceita a prisão, aceita ser chicoteado, aceita ser cuspido, esbofeteado, aceita todo tipo de humilhação para, ao terceiro dia, ganhar e trazer a todos nós uma vitória com sua ressurreição. Na nossa ótica prisão é derrota, as chicotadas da vida são derrotas, o namoro ou casamento que acabou foi uma derrota, para nós, a morte de um amigo ou parente foi o fim, as finanças que afundaram foi uma derrota, infelizmente para nós as traições, as mágoas e tudo que nos entristece nos traz à mente uma só frase: eu perdi, mas apenas saiba o que está por vir, o que Deus reserva para sua vida no amanhã, revela que Jesus jamais lhe dará uma pedra se você pedir a Ele pão. (Mateus 7.9 - 11)

Nessa direção, folheando a história de Jesus vemos que sua vida foi uma antítese do perder, diante de tantos seguidores, só escolheu doze, não buscou nada que o envaidecesse, Ele disse que o melhor do que tudo isso que nos traz alegrias era fazer a vontade de seu Pai. (João 15.10,14) A Bíblia diz que Jesus não tinha nenhum parecer nem formosura (Isaias 53.2b) quando pensamos que só ganhamos quando temos muito, que as rugas e os cabelos brancos nos faz perder a beleza, que a velhice é sinônimo do perder, quantas pessoas vivem com medo de perder a beleza e gastam tanto tempo para recuperá-la, quando deveriam gastar mais tempo em buscar conhecer, conversar, louvar e adorar ao Pai Celestial que o deu a vida; quantos estão suando a camisa para ficar em forma, estão enriquecendo as indústrias de cosméticos para continuarem ganhando os aplausos de lindo e linda, quando dentro de si não há amor, compaixão, perdão, misericórdia pelas pessoas, quando dentro de si, mesmo com tanta beleza recuperada, vivem amargas por dentro tentando ganhar, ganhar, ganhar e dançam, cantam, mas no fundo, no fundo, são tristes, lá no íntimo existe um vazio, conseguem ganhar muitas coisas, mas não conseguem enxergar que esses ganhos passageiros e materiais não refletem uma plena felicidade apenas um sopro passageiro de alegria o qual lá na frente a vida vem com suas desculpas e rouba tudo de novo com a morte.

Perder é melhor que ganhar quando optamos andar no caminho que Cristo andou e ensinou, porque os seus caminhos, sua sabedoria é loucura para os sábios dessa sociedade, a Palavra da Cruz é loucura, viver a Palavra de Jesus nos leva a perder muitas coisas agora, mas a ganhar aqui a esperança de subirmos com Ele e com Ele vivermos para sempre. Perder aqui é melhor, ganhar nesta vida não é lucro, se fosse Jesus diria: No mundo tereis felicidade, no mundo tereis alegria, antes Ele disse: “No mundo tereis aflição” (João 16.33) Ele mesmo disse: "meio reino não é desse mundo", porque só nEle, no reino dEle o céu há alegria e paz, mesmo com tanta aflição aqui, mesmo em tempos difíceis, mesmo com a exploração do homem pelo homem, mesmo em tempos que não dá mais para acreditar em ninguém, mesmo assim é na aflição em Cristo que ganhamos, é perdendo nesse mundo que vamos triunfar com Ele, é perdendo aqui e ali que mais na frente Ele te faz um vencedor, não estou incentivando você a ser um perdedor, ao contrário, você já venceu e talvez nem sabe disso, vencer é uma antítese, um paradoxo profundo nesses dias atuais, porque quando a sociedade o faz pensar que você ganhou, na verdade você perdeu, por isso é aceitando essa ótica de que é melhor perder e estar com Jesus do que ganhar com o mundo e sorrir, porém viver sem esperança.

Comecemos já a perder para ganhar, varrendo para longe de nós o orgulho, percamos o medo de amar sem medidas, entendamos que os desertos da vida não representam percas e sim ganhos, percamos nossa hipocrisia, fazendo da nossa maneira de agir uma real estrada de caráter íntegro, até porque, podemos fingir para todos, menos para Deus, Ele nos conhece por dentro; percamos nossa atitude competitiva, não estamos aqui para competir, mas para amar, abraçar, apoiar, unir; deixemos de lado os nossos pseudo – sonhos e abracemos com fidelidade os sonhos de Deus para nós; percamos o medo e os traumas, Deus está com você, nunca nos abandonou, Ele não é o homem para que minta; acaso Ele não venha na hora que você esperou, aquietai-vos! Jesus nem se adianta nem se atrasa, só chega na hora certa, sendo assim, perca essa ansiedade, confie em Deus, mas para confiar é preciso perder, caso contrário, não ganhará, para confiar nEle é necessário se jogar totalmente em seus braços e se fizermos isso, saberemos que com Ele não há necessidade de pedir ajuda a outros, Ele tem todo poder, mas é preciso esperar e muitas vezes perder, para depois, no tempo determinado, ganhar; não se esqueça: após quatro dias de tanto choro e perturbação Jesus ressuscitou Lázaro já em estado de putrefação, portanto, confie, perca, entregue-se, Ele é fiel e o ama.

Não interessa se a porta se fechou, se o que você queria não aconteceu, se o que você tinha se perdeu, se o amor de alguém por você acabou, deixe tudo se perder, o amanhã pertence a Deus que coloca todo dia o ar nas suas narinas, a brisa que suaviza sua pele, ele faz a água brotar da rocha para matar a sua sede, Jesus manda a chuva para regar a terra, Ele manda o sol, alimenta os pardais, conhece cada estrela do céu pelo seu nome, Ele acalma a tempestade, o mar escuta a sua voz, a terra treme com o seu poder, Jesus, esse Deus forte, é tremendo. Então, homens de pouca fé, não tenham medo de perder, Jesus é o dono do ouro e da prata, nada vai faltar, Ele poderá restituir tudo como fez com Jó e ainda que Ele te restitua com a morte, agradeça, espere nEle, Ele sabe o que faz e nós não sabemos o que dizemos, pois acaso a morte venha, é bem melhor morar com Ele do que nesse mundo vil e degradante, por que aqui sim você pode perder e nunca mais ganhar, mas com Deus, ao lado dEle, não há perca só ganhos, vida eterna.
Por isso vale a pena servir a Ele com fidelidade, mas por que não vemos por essa ótica? Simplesmente pelo fato de estarmos muito apegados ao aspecto material, por isso choramos, lamentamos e murmuramos nossas percas.

Sendo assim, deixe agora, em nome de Jesus, de se lamentar por tudo que você poderia ganhar e não ganhou, saiba: O que Jesus faz hoje, compreenderás depois (João 13.7) comece já a erguer a cabeça e lembrar que maior é o que está com você, maravilhoso é o nosso Deus que só faz coisas boas e que nos ama e nos chama de "menina de seus olhos", lembre-se sempre de que as quedas são necessárias para o nosso amadurecimento, tanto quanto as traições, prisões, humilhações, afinal por Ele vale qualquer coisa, vale até perder com a vida para ganharmos com a morte, façamos do perder antítese do ganhar, aprendamos a carregar a cruz (Mateus 16.24) para ganhar uma coroa aqui e lá na glória, porque Jesus nos honrará quando o honrarmos com a nossa fidelidade e obediência. Então, fique de pé agora, levante-se dessa solidão, ultrapasse o que te fez cair, não é fácil, é verdade, mas em Cristo tudo podemos, pois é Ele que nos fortalece, então o glorifique, não se entregue com as dificuldades da vida, honre a Jesus louvando somente a Ele na fraqueza de seus passos, mas vitorioso por ser Ele um Deus que nunca te deixará perder, mas transformará a sua derrota em vitória.

Até à próxima!
André Silva

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Liberdade com algemas:
Nos caminhos de uma eterna contramão

Na busca por uma resposta animadora, segura e pacífica, a sociedade tem procurado uma fórmula mágica para encontrar um caminho seguro e menos burocrático, um caminho de paz, felicidade e gozo, por outro lado, as pessoas encontram-se sitiadas, cercadas por exércitos que aterrorizam, deixando - as famintas de incertezas e sedentas por respostas.
O próprio Jesus disse que era O Caminho e A Verdade, entretanto, muitos estão suando a camisa a procura desse Caminho, outros O encontraram e muitos cortaram o caminho por não encontrar nada em seu caminho, mesmo tendo esbarrado nEle.
E nesse ritmo, muitos andam no caminho sem perceber O Caminho, ao mesmo tempo, outros que andavam com O Caminho, saíram do caminho por não ter encontrado algo satisfatório e encontraram: uma liberdade com algemas.
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (Jo 8.36). Essa é a condição ímpar do Evangelho de Cristo: a liberdade, negada pelo normativismo farisaico do passado, que fazia tudo para agradar a si próprio e a todos, porque vivia à risca as letras da lei no exterior sem usufruir a liberdade da graça, pois o pecado o corrompia.
Cristo liberta do cigarro, da bebida, da vida mundana dizem, mas aprisiona em normas estabelecidas por homens que se acham melhores que os outros por praticá-las. Ora, não eram assim que agiam os fariseus?
Se de fato Cristo o libertou, verdadeiramente você é livre, pois Jesus não quer uma ovelha amarrada em seu pasto, ao contrário, Ele quer que sejamos ovelhas livres neste grande pasto, mas conscientes de onde somos e a quem pertencemos, afinal, as ovelhas conhecem a voz do seu pastor. (Jo 10.14)
Por isso, há tantos cristãos frustrados com a igreja, pois recebem uma lista de normas para serem livres, como se a própria liberdade dependesse de regras.
É no caminho largo que nossa luz brilha para o mundo, é no caminho largo que testamos nossa fé e santidade, foi no palácio muito belo e largo que Daniel provou que podia viver nele sem ser contaminado com suas práticas, sabe por quê? Por que ele era livre, José, por sua vez, viveu em uma terra totalmente idólatra sem idolatrar, pois era livre para seguir a Deus, mesmo que custasse a sua vida.
Não é comprando um pacote de normas que você ganhará o acesso ao caminho estreito, mas é passando pelo caminho largo e sofrendo, é passando pelo caminho largo e sendo apedrejado, é passando pelo caminho largo e vencendo as tentações, é passando pelo caminho largo e fazendo a diferença, porque é neste mundo corrompido e largo que o caminho estreito se abre pra você se estabelecer nele. É justamente ai onde o portão da liberdade se encontra aberto, se não, bastava viver no caminho estreito dentro de mosteiros e conventos separados do mundo, mas, mesmo lá dentro, o pecado também bate à porta do quarto e do coração.
Se o isolamento em regras e costumes nos enviasse a Cristo, não estaríamos aqui, mas o pedido de Jesus a Deus foi bem diferente: “Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do maligno”, (Jo 17.15) quando paradoxalmente “Vós sois a luz do mundo”. Entendeu o trocadilho? Jesus pediu ao Pai que não nos tirasse desse mundo mau, simplesmente pediu para vivermos nele e sermos luz, então, se somos luz, não podemos negar o caminho largo, devemos mais é andar nele e espargir luz com nossa diferença, porque fazer a diferença não é seguir um pacote de costumes e condenar àqueles que não o segue, mas é simplesmente renegar os costumes em prol da liberdade em Cristo proposta nas Escrituras.
Nesse âmbito, os cristãos seguidores de costumes são os que mais deturpam o caminho estreito e por não serem libertos, não conseguem prestar reverência a Deus em sua casa, não gostam de trabalhar na obra de Deus, são preguiçosos e murmuradores, omissos, pois vivem baseados e alicerçados nos costumes farisaicos e não na liberdade do Evangelho.
Se somos livres em Cristo, com toda certeza, os costumes não pesarão como fardos, suavemente a liberdade nos fará conscientes de nosso papel em casa, na rua e na igreja. Por esse lado, a liberdade em Cristo condicionará as jovens a vestirem um traje bonito, mas modesto. A corrupção, a maledicência, o engano, a mentira e a falta de amor não andariam tão soltas em nosso meio, pois a liberdade em Cristo nos fará uma nova criatura, a concorrência pelos cargos eclesiásticos acabaria, pois ser membros libertos em Cristo nos fariam trabalhadores responsáveis e amáveis à obra do Senhor mesmo na condição de membro, seríamos obedientes às autoridades constituídas, cumpriríamos o “Ide de Jesus” com doçura, igual a Paulo e outros discípulos no início da história de nossa igreja em Atos, agora se muitos não obedecem é porque continuam no caminho estreito de costumes, um caminho de sepulcro caiado. (Mt 23.27)
Nos caminhos estreitos de hoje, os fariseus modernos nos imitam com tranqüilidade, afinal qual a diferença? Ora, quando Cristo nos apresentou dois caminhos e uma escolha, acabamos criando um terceiro caminho por ilusão de ótica। Sendo assim, o nosso caminho parece ser bem mais bonito e aconchegante, por sua vez, não me interessa quem está no caminho largo, importa apenas que eu esteja no estreito. Enquanto as palavras de Jesus são deturpadas no caminho daqueles que dizem tanto amar a Deus e ao próximo, quando não trazem para o caminho estreito as almas de caminhos largos, controversamente, as condenam ao inferno, fazendo assim, o papel de Cristo, separando o joio do trigo antes da colheita.

___ Qual é o teu caminho? Por qual porta tu entraste?

Saiba: o caminho largo o conduz ao inferno. O caminho estreito o conduz a salvação e ao céu, mas o caminho “neo-estreito” conduz à hipocrisia, conduz ovelhas a serem seguidoras de regras com cabeças de lagartixas concordando com tudo, sem observar o que está escrito no Evangelho doce de Jesus, sem pesquisar a verdade como fez a igreja de Beréia. (Atos 17.10) Nesse “neo-caminho”, muitos pastores têm deixado para trás, não só uma das noventa e nove, mas dezenas de suas ovelhas, porque não há mais tempo para lavar seus pés e cuidar de suas feridas, mas a ovelha que quiser consertar seus caminhos para seguir O caminho, que corra e faça meia volta para escutar a mensagem da noite, pois esse restinho de tempo que há, tem sido, quase que todo, para administrar bens e não para pastorear almas.
Somente a morte nos condicionaria ao caminho estreito de Cristo, somente morrendo para nascer de novo (João 3.3) conseguiremos, com doçura, carregar a cruz do dia a dia sem murmurações, somente matando nossa carne, traremos o vigor do Espírito Santo em nossas vidas, revestindo-nos com as armaduras espirituais (Efésios 6.11-18) para vivermos nesse mundo largo que tenta, a todo instante, ofuscar a nossa luz, somente morrendo é que seu caminho estreito se transformará em apoteose para o caminho largo ver e ser testemunha ocular de sua mudança, pelo amor, bondade e sal existentes na sua vida e a partir deste testemunho, contaminar o caminho largo com muita luz e amor de um Cristo crucificado o qual deseja que todos, sem exceção, usufrua a cruz diária desse caminho livre e estreito de Seu amor.
Viver em caminho estreito é para quem nasceu de novo e quem quer viver nele sem nascer de novo, apenas se perde no caminho, por não conseguir obedecer tanta placa de sinalização, abalroa em si mesmo por não enxergar que está andando na contramão, mas quando a liberdade do Evangelho entra no coração, mesmo com o seu carro velho, o cristão não atropela nem brinca de velocípede, ao contrário, caminha despreocupado, por saber que o dono do caminho conduz o seu carro, mesmo que por estradas esburacadas, lamacentas e empoeiradas, mas você chega ao final, pois no caminho, O Bom Pastor é o seu guia.
Quer obedecer e andar no caminho estreito de Cristo? Então, comece morrendo como barro amassado na mão do oleiro e você caminhará, nesse mundo largo, por vias estreitas, fazendo a vontade de Deus de forma espontânea, livre das algemas ilusórias, livre para caminhar nos tantos caminhos largos com Jesus (O caminho) ao seu lado, mesmo que morto, mesmo que cansado, mesmo que ferido, mas santo, obediente e fiel até o fim do caminho, isto é, se você quiser chegar no caminho com O caminho para o caminho do céu, amém!

Até à próxima
André Silva.

sábado, 30 de junho de 2007

Nos Braços da Amiga Solidão

Há muito tempo venho refletindo a cerca da dor, da separação, da angústia que tanto rodeia o ser humano, venho observando o crescente mercado de livros exclusivos para abordar os danos causados em nós pelo outro, observo também o quanto há de distorção, principalmente nas soluções trazidas na auto-ajuda dos livros de autores que nunca vivenciaram nossos conflitos interiores, mas se sentem habilitados em tratá-los, por outro lado, até agora, os amores mal - resolvidos e as tragédias as quais se inserem como fuga da realidade, analisa-se e diagnostica-se com uma distorcida resposta: solidão. Então, seria a solidão ofensiva ao ser humano?
Infelizmente, se levarmos em consideração a cultura latino - americana, veremos que desde pequenos, somos ensinados com afinco o tema da vitória, somos impelidos a ganhar sempre, ser o segundo lugar é o mesmo que ser o último, os elogios é pra quem está no topo e não para quem se esforça, reflete e caminha, da mesma forma, com essa mesma cultura, fomos ensinados a conquistar a felicidade como um troféu, como uma nota escolar e no campo, na quadra ou no campo dos sentimentos fracassaremos se não tivermos a mesma trajetória dos que já venceram, existem para muitos uma fórmula mágica e isto é tão real que recorremos a quem quer que seja por uma solução aos nossos problemas. As cartomantes riem de nós, os signos do zodíaco, já fadado em sim mesmo, cansaram de repetir nos jornais as mesmas previsões, mas não enxergamos ainda, pois o caminho para se conseguir a felicidade é grande e árduo, por isso, acreditam muitos, precisarem sempre de um empurrãozinho da sorte, das cores, da lua, do sol, mas nunca paramos para refletir o que de fato está faltando.
Observando por este prisma, quando o Aurélio nos responde o que venha ser solidão, muitos não entendem, portanto é “Estado de quem se acha ou vive só”. Se você analisar melhor o contexto, o estado de solidão não é a exclusão de companhia, o Aurélio não diz isto, não é um isolamento depressivo, ao contrário, muitos casais se beijam, mas vivem solitários, dividem a mesma cama e muitas vezes a felicidade não se estabelece ali, logo o conceito dado pelo dicionário não é esse, pois excluiria a vontade soberana do criador que disse: “Não é bom que o homem esteja só...”, é bem verdade que sozinho nascemos, fomos acompanhados em nosso crescimento, mas as descobertas foram feitas a sós: a primeira queda, o primeiro levantar, o primeiro beijo, a primeira paixão e toda vez que descobrimos algo sozinhos, vibramos como se fosse mais um ponto adquirido na escola da vida, ninguém é feliz quando o outro descobre por nós, ninguém se sente bem sendo parasita, somos obstinados a conquistar todo o caminho o qual nos foi dado, por outro lado, vencer para muitos ainda é conquistar, entretanto os mais maduros já perceberam que vencer é perder às vezes.
Nessa direção, excluímos a solidão de nossa lista de amizades e não percebemos o quão amiga ela é, não só no momento de lágrimas, mas também no momento de alegria e plena felicidade, até por que poucos param para refletir no bom momento, acreditam que a felicidade se auto sustenta numa coluna de ferro para sempre e quando a chuva vem, o ferro se desgasta e corrói o que antes era sólido e sem abrigo, ficamos com medo, porque nunca fomos ensinados a conversar com ela, manter um diálogo com a solidão, porque se auto - conhecer, é buscar em si respostas que outros nunca nos darão, pois cada problema é único, ninguém sofre igual, ninguém chora igual, ninguém é feliz igual e ainda que tenhamos um tema para cada um, todos terão reações diferentes, por isso se gasta tanto dinheiro com analistas, psicólogos e remédios e os problemas continuam, cansamos a vista para saber qual a roupa que devemos usar, o perfume, o número da sorte e tudo continua igual, tudo isto por que não temos a cultura da reflexão, da tomada de posição - contra, do encontro conosco a sós, por que nossa cultura ainda alimenta a falácia de que ficar a sós e fazer análise de nós mesmos é solidão e solidão é ruim, é desastroso, é angustiante e depressivo.
Ainda que estejamos bem, devemos adotar a solidão como amiga e companheira, pois no gozo não se reflete, apenas deixa acontecer, nas maravilhas da emoção, o que vier e depois se machuca, quando já é tarde e o que vem nesse após não é solidão, é ressaca de tanto porre de emoção acostumada, que pra tratar demora, dói, causa dores existenciais e suicídios, tudo por que não adotamos a velha conversa ao espelho: “o que queres de mim? O que estás fazendo? É esse o caminho pelo qual deves percorrer? Ao contrário, buscamos sempre saber do outro que posição devemos tomar diante de nossos objetivos, quando a resposta está em nós e não no outro, porque o outro tem objetivos diferentes, embora estando debaixo do mesmo tema. Mas é necessário saber: ninguém consegue dialogar com a solidão se não é capaz de amar a si mesmo.
Ao acordar num dia tão feliz de minha vida, refleti:

__ Preciso me encontrar a sós comigo mesmo...

E ao me olhar no espelho da vida, vi meu passado e muitas dores, mágoas escondidas e ri de tudo isto e me alegrei com tanta dor acumulada e ao conversar sobre meu presente, verifiquei que estou comento erros gravíssimos, olhando pra mim disse:

__ Preciso voltar ao começo de mim e me refazer por inteiro, ainda tenho muito a acrescentar ao mundo e aos outros, tenho ainda um punhado a mais de felicidade acumulada para semear aqui e agora, portanto não posso deixar que um casmurro se instaure em mim como uma segunda pele sem a minha permissão, preciso me abraçar mais com a solidão que chega de mansinho, carinhosa, pois ela me entende, me deixa ser o que sou, me deixa sentir o que quero, me deixa amar, a solidão me deixa pensar por mim e escolher sozinho o que quero sem precisar me trancar no quarto e me esconder, pois a vida é pra ser vivida.

Ao terminar o diálogo, tudo mudou, aquele ser feliz saiu mais ávido, mais determinado a buscar, a ser, a pedir desculpas, a chorar, a rir, a abraçar, a amar e bem mais consciente de mim e, sem tomar porres de emoção, pude fazer consciente o que deveria ser feito, porque na emoção o máximo que eu conseguiria seria um momento de prazer como um algodão doce, daqueles quando o vento bate, diminui como um bolo de chocolate com cobertura de chantilly que logo enjoa e esse prazer temporário o qual almejamos no agora é rápido e só satisfaz o corpo, enquanto a alma continua aprisionada e insatisfeita, gerando com isso, angústias, frustrações, medos, traições, embora sabemos que o já é gostoso, mas quem disse que tudo que é gostoso é bom e satisfaz? Aquilo que acende os nossos olhos de espanto, beleza e nos tenta a desejar, pode ser uma armadilha, a armadilha do corpo, dos olhos, do sorriso, mas com a solidão ao lado a tentação foge, porque passamos a analisar com calma:

__ O que faço? Será que me dará pleno amadurecimento, me engrandecerá enquanto pessoa? Ou será mais um prazer em curto prazo?

Vale a pena aconchegar-se a solidão, vale a pena tê-la como companheira nas horas de alegria, pelo menos, ela não usará a mascará de amor agindo como amante, traindo os nossos sentimentos, nem mesmo irá querer tirar proveito de nossa situação, antes ela vai jogar limpo, vai ser transparente, não nos dará vinho de emoção, nem o gozo é o seu presente, porque sabe muito bem que a felicidade mora no após de nós mesmos e que sem tomada de posição contra, sem reflexão contínua de si mesmo, continuaremos a nos embriagar e nos enganar, por isso, não morra para a vida, senão não valeu a pena você estar aqui, não valeu a pena ter fé em Deus, não valeu a pena colocar um sorriso no rosto diante do espelho ou mesmo calçar aquele sapato que você tanto queria, portanto saia daí, viva, tem um mundo lá fora esperando por você, essa tristeza com cara de Amélia arrependida não é solidão, viva, ame, descubra-se, mas antes reflita, mesmo alegre, para não se machucar outra vez e se houver dificuldades, Deus é fiel e não lhe dará pedras acaso você peça pão. (Mateus 7.9)
Sendo assim, viva a felicidade consciente e a solidão que nos proporciona essas belas paradas em nós, por nós, conosco no outro, pelo outro, para podermos a qualquer momento olhar no olho, sem medo de dizer: sou feliz em mim, contigo e também a sós, por que a felicidade se faz presente da mesma forma que a solidão, por isso amo a mim e a ti, independente de ti, de outros, alegro-me na felicidade, porque não é uma mera conquista, mas um espaço garantido por mim e toda vez que a solidão me chama, a felicidade me abraça e saímos de mãos dadas os três, sem medo, por refletir sozinho o que quero, o que gosto, fazendo sem mágoas, sem rancor, sem embriaguez emocional, sem a frieza racional, mas consciente no meu ser em ser, por ser feliz comigo, no outro, feliz.

Até à próxima!

André Silva

terça-feira, 26 de junho de 2007

Aquietai-vos!

Porque sofre o homem? Ao olhar a trajetória humana é possível observar seus medos e todos os meandros que circundam o percurso de sua história. Daí então, entender nossos medos e frustrações também nos leva a responder tal pergunta, embora há diversos tipos de sofrimentos, mesmo assim a maneira como reagimos desmistifica esse processo lento e complexo de tantas lágrimas e ansiedade em busca por uma vitória diante dos dramas que enfrentamos.
Nessa direção, ainda que tenhamos tantos problemas a resolver, precisamos, pela Palavra de Deus, buscar uma alternativa para aniquilar essa dor pela raiz, esse passado que ainda se aloja com amarguras em nossos corações, as culpas de nossas falhas cometidas, os perdões que precisamos distribuir e que a tanto tempo inflaciona esse sorriso levemente cínico para aparentar nossa respeitosa reputação, precisamos reverter nossa dor e amargura em bênçãos, necessitamos já de restaurar nossa dignidade contra essa frágil reputação mascarada. mas existe um remédio para isso, então abra sua Bíblia, a Palavra de Deus e veja o quanto sua dor e preocupação é mínima diante do Deus que você tem.
Seria possível me deter em muitas passagens para explicar o quanto somos dramáticos diante dos problemas e quanto, devido a ansiedade, acumulamos rugas e murmurações sem saber as possíveis soluções debaixo dos olhos de nossa fé, portanto:

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia; pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares; ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza; há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do altíssimo; Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã; as nações se esbraveceram, os reinos se moveram, ele levantou a sua voz e a terra derreteu; o Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio; vinde, contemplai as obras do Senhor que desolações tem feito na terra; Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança, queima os carros no fogo; aquietai-vos e sabeis que eu sou Deus, serei exaltado sobre as nações, serei exaltado sobre a terra; o Senhor dos exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Salmos 46)

Quantas vezes, num cume de nossa ansiedade, buscamos resolver os problemas com nossas próprias mãos; quantas vezes, com a cabeça enorme, você acaba dizendo o que não deveria; quantas vezes, na pressa por uma resposta, você buscou outros refúgios e subterfúgios para acalentar o seu ego; quantas vezes, sem saída, suas lágrimas disseram que já era o fim, mas saiba de uma coisa: Deus é o nosso refúgio. É bem verdade que em primeiro plano buscamos um conselho de alguém, buscamos apelar a simpatias, a rogar a tantas pessoas, entretanto, quando descobrirmos que existe uma fortaleza, um socorro bem presente e real, sofreremos menos. A questão é Aquietai-vos!
O homem ao longo de sua história virou inimigo do tempo, o imediatismo barateou a nossa fé, e assim, a transportamos em vias marginais, em rios que não desembocam no mar, dizemos que temos fé, embora por agir dessa forma, não a colocamos em prática, portanto se torna sem efeito e causa, gritamos e ninguém nos responde, tudo isso por que tentamos buscar refúgio e fortaleza em lugares onde seguramente não há, mas agora Deus está dizendo a você, Aquietai-vos e sabeis que eu sou Deus.
Aquietar-se aqui no texto reflete a dependência a qual devemos ter dEle, afinal ainda que se abale a terra, ainda que os montes se transportem para o meio do mar, ainda que te digam que não há mais solução, que é o seu fim, mesmo assim Ele te diz: Eu sou o teu refúgio, Eu estou com você, estou vendo tudo, nada passa desapercebido diante dos meus olhos, aquietai-vos e sabeis que Eu sou Deus.
O que dizer diante dos recursos financeiros que acabaram; o que dizer diante da morte; o que dizer diante de uma enfermidade que se alojou silenciosamente e que agora explode num tumor; o que dizer ao perdermos quando queríamos ganhar; o que dizer diante da traição que nos golpeou sem um aviso prévio. Ah, são tantas coisas sem explicação, são tantas dores para justificar nossas murmurações constantes, quando o nosso refúgio e fortaleza, Jesus Cristo já visitou o túmulo de um homem em estado de putrefação com quatro dias de morte e o trouxe a vida, o verdadeiro refúgio e fortaleza, o nosso Deus visitou a Ana, uma mulher estéril, e a ela deu um filho, nosso refúgio, nada mais é que aquele o qual acalma a tempestade, cessa as guerras, corta o laço e quebra a lança do forte, não existe algo impossível a Ele, mas muitas vezes o diminuímos, pois queremos tudo agora, queremos uma solução agora; talvez você não entenda que a dor pode confinar na libertação e ai mora a cura de nossas soluções: esperar o desenrolar da história é deixar que Deus decida por nós.
O que Deus decidiria por você? E o que você decidiria por você mesmo? Ponha na balança e veja o resultado. Valeria a pena esperar na salvação do Senhor ou é melhor agir por conta própria? Eis o motivo de tanto sangue derramado, de tantas injustiças, quebramos tanto a cara pelos nossos passos ansiosos, por conta de nossa pressa e por buscarmos outros refúgios somos traídos por nossa própria fé, quando deveríamos dizer: Senhor eis-me aqui, o que fazer? Será que ao pedir pão, Jesus lhe dará pedra? Esse Deus que está mais vivo que você, esse Deus que nem dorme, nem cochila já fez os leões virarem travesseiro para um filho dEle dormir, esse Deus já passeou na fornalha de fogo com três jovens obedientes a Ele e nem mesmo os seus cabelos saíram com cheiro de fumaça, esse Deus grande já abriu o mar, fez cego enxergar, falou para tempestade: aquietai-vos e ela cessou, foi o único que venceu a morte e ressuscitou, não existe ninguém que possa dizer: foi me dado TODO O PODER, não existe ninguém que possa dizer: EU FAÇO, EU SOU, EU POSSO, esse é o único e verdadeiro refúgio e ainda você continua a dizer que não tem saída, nem esperança? Auto lá, aquietai-vos!
É preciso entender que as lágrimas de hoje serão as alegrias de amanhã, o que Jesus faz hoje só saberemos depois, é necessário entender o percurso do rio, é preciso entender o trabalhar de Deus no além de nós, é preciso entender que Ele quer escrever a nossa história, então aquietai-vos!
O que seria melhor: Você continuar escrevendo as linhas tortas de sua história ou deixar sua vida ser escrita por aquele que é o refúgio das nações, o nosso Deus, Cristo Jesus? Como seria sua vida se você se permitisse ser cuidado, observado e dirigido pelo seu Criador, mas também como continua sendo sua vida na sua própria direção? Entenda, Jesus não precisa de nós, Ele continua Deus sem nós, mas nós não somos nada sem Ele, se o mundo deixar de existir, mesmo assim, Ele continua sendo o Eu Sou Com os amigos aprendemos um pouco, nos decepcionamos às vezes, com os sub – intermediários e os supostos refúgios que cerceiam nossas crenças, continuamos os mesmos, continuamos com nossas mesmas dores, aquele que um dia foi mortal, de carne e osso jamais poderá ser uma fortaleza nos momentos de angústia, os signos do zodíaco, as cartas de tarô, os búzios, as simpatias, as tantas repetições poderão até nos enviar a algum lugar, pode até se maquiar de esperança, mas quando você buscar única e prioritariamente por Ele como refúgio, quando ele chegar na sua causa, quando Ele lhe visitar no leito de morte, quando Ele bater seu martelo e decretar, pode ter certeza, a vitória sua. Mas antes, aquietai-vos!


Não fique triste se a resposta ainda não chegou, Ele sabe de tudo, não se entristeça acaso você não veja agora o que tanto queria, Ele tem poder de transformar maldição em benção, porque o tempo é dEle, acima do tempo Ele mora; Jesus nem se apressa nem chega atrasado, ele só chega na hora certa; não se lamente se você vir todo mundo ganhando, se você vir todo mundo feliz, aquietai-vos! A felicidade sem Deus é apenas um gozo rápido e aparente; se suas forças estão acabando, aquietai-vos! Deus não lhe dará um peso que você não possa carregar, porque Ele é justo, portanto não tenha pressa pela resposta, não tenha pressa para vencer, deixe sua vida nesse momento ser guiada pela direção dEle, do jeito dEle e não mais do seu jeito, crie ansiedade para buscar a Ele, Jesus o seu refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia, da maneira descrita por Ele em sua Palavra, a Bíblia veja lá como é, deleite-se em buscar, você achará águas tranqüilas, mergulhe nesse oceano, reserve um tempo para conversar com Ele a sós, leia, a resposta está lá, ponha – se de pé, Jesus quer falar com você, deixe que Ele seja seu confidente e chore aos seus pés. Amigo(a) não precisa fazer nada, não precisa mover uma palha, não precisa fazer nenhum sacrifício, nem penitência, apenas espere Ele agir, porque Ele trabalha para aquele que nEle espera, somos a menina de seus olhos, Ele pelejará por você, creia, espere, aquietai-vos!

Até à próxima!
André Silva


sábado, 23 de junho de 2007


Antes SÓ do que BEM acompanhado

A escolha é, antes de mais nada, o combustível essencial ao veículo o qual nos conduzirá a nossa felicidade, por isso não conseguirei, nesse artigo, esgotar as possibilidades de argumentação em relação ao submundo da escolha, porque dentro dela há vários seguimentos nessa dimensão que é a vida humana, sendo assim, promover solidão não é minha proposta aqui e sim dizer ao meu leitor que suas escolhas aparentemente perfeitas poderão brotar raízes amargas no fim.
És ai o maior problema “inter” - pessoal e por que não intra, se observarmos ao nosso redor, há mais reclamações do que gozo, muitos choram, outros se trancam em quartos e dentro de si mesmos, já outros disfarçam e compensam sua falsa alegria em analgésicos, estimulantes e psicotrópicos, tudo isso por culpa da nossa escolha.
Geralmente estamos escolhendo e mal. Escolhemos uma roupa para nos sentirmos melhor, escolhemos amigos porque eles se identificam conosco, escolhemos ser livres para nos sentirmos orgulhosos, escolhemos o emprego, não pela necessidade e dom, mas para manter vivo o ego já falecido das dificuldades econômicas da vida, escolhemos um Deus que se identifique conosco e atenda a todos os nossos caprichos, escolhemos alguém para caminhar de mãos dadas conosco para satisfazer o padrão exigido pela cultura local ou mesmo, porque essa pessoa cabe dentro do curriculum vitae já traçado no nosso desejoso e egoístico sonho.
Para manter vivo o padrão estabelecido pela cultura, passamos a escolher mal através de dois fatores: o olhar e o orgulho.
Primeiro quero explicar o que é padrão e penso nem precisar, está muito óbvio. Há uma necessidade em pensar: “aquilo que foi bom para o outro pode ser bom para mim”, quando as pessoas através desse olhar não enxergam o abismo na frente, por outro lado as experiências vivenciadas por outros nem sempre me trarão combustível para fazer meu sonho andar, uma vez que ninguém pensa igual, ninguém chora, ri, sacia-se, nasce, morre, beija e ama igual, sendo assim, as experiências que outros possam acrescentar em nós, podem até me dar um alerta para as pedras soltas no caminho, mas não necessariamente nos deixará prontos para ultrapassar todas as barreiras desse caminho. (Provérbios 16.25)
Nessa direção, nosso olhar geralmente se debruça na janela do desejo, que por sua vez é traiçoeiro. Ora, o traiçoeiro não avisa quando vai dar o bote, muitas vezes aquele que menos esperamos nos entrega ao cárcere, porque o desejo é um veículo o qual transporta apenas um passageiro: a emoção e geralmente o nosso olhar é desejoso e por tabela ansioso, quando a ansiedade gera a busca e a busca gera a conquista e da conquista nasce o orgulho e de orgulho alimentamos nosso ego. É para satisfazer nosso ego que buscamos olhar no horizonte alguém com um curriculum vitae tal qual se enquadre dentro do que estabelecemos como padrão, porque o padrão já foi imposto tão sorrateiramente sem percebermos o mal injetado lá atrás nesse olhar torto e desejoso, quando antes deveria ser reflexivo, vagaroso e oblíquo.
Só é cego quem não quer enxergar, só escolhemos amar alguém se esse amor trouxer em si um curriculum compatível com nossas exigências, caso contrário não serve, não alimenta, não faz feliz nem faz meu sonho andar, muitas vezes olhamos desejosos a procura desse amor e assassinamos ele em detrimento de um padrão cultural ou um padrão já estabelecido por nós: negro, branco, alto, baixo, rico, pobre, experiente ou iniciante, novo ou mais velho, sério ou brincalhão... Nosso olhar, fomentado pelo nosso orgulho, combustível para alimentar o nosso ego é o medidor de como vai ser a qualidade desse caminho o qual iremos trafegar de mãos dadas, olhamos com fita métrica o amor tão desejado, por isso tenha certeza, se você usou fita métrica para escolher alguém para essa caminhada, antes você estivesse só do que bem acompanhado, porque teimamos em fazer o caminho oposto, o caminho de pedras parece árduo demais, construir deveria ser a ordem, apanhar as pedras do caminho e construir o castelo para sonhar dentro dele deveria ser o desejo, mas antes muitos querem pular as pedras, porque no caminho há beleza, há charme, há poesia, há beijos calorosos, há sonhos e ambições, há gozo, há soluções e tudo isso ansiamos para sempre, mas quando no fim do caminho encontramos o castelo tão desejado não conseguimos entrar nele, pois as pedras as quais pulamos no caminho se acumularam na construção do castelo de tal forma que se torna insuportável olhar para o sonho sonhado com os olhos do desejo, por isso a separação é inevitável, porque as rosas também têm espinhos e só enxergamos tarde demais. (Eclesiastes 3)
Porque temos preguiça de construir? Queremos tudo pronto, como se Deus fosse obrigado a nos entregar a casa, a mobília, a empregada, o emprego e o amor tudo num pacote e a cada dia acordarmos isentos de qualquer trabalho, quando esquecemos que amar requer esforço, braçadas de paciência e tolerância, uma dose de hora extra nas noites de rotina, uma dedicação a mais nas folgas e feriados, pois o castelo do amor não tem como salário a auto - realização, e se tiver, antes você estivesse só, porque para estar bem acompanhado mesmo, não basta só bater no peito e dizer: tenho o amor que queria e desejei, mas antes é preciso dizer ao outro: temos uma estrada cheia de pedras para caminhar, vamos colher as pedras juntos? (1ª. Coríntios 13)
Quem ainda usa fita métrica no olhar de suas escolhas, pode até pular de felicidade, pode andar de mãos dadas pelas ruas, rosto ao vento, declarando -se sortudo por ter encontrado a pessoa ideal, pode lembra-se de agradecer a Deus, achando que Ele deu esse presente a você, porém saiba, Ele não nos dá um presente, mas um esboço para transformamos em obra de arte, para lapidarmos ao gosto dEle, pois se for ao nosso gosto, ficará sem brilho esse amor declamado nas cartas e buquês no dia dos namorados, ficará ofuscado quando as pedras do castelo começarem a desabar na primeira tempestade, porque nossa preguiça diária não sente vontade de aprender a consertar o telhado desse castelo cheio de goteiras, a vontade dessa nossa preguiça é somente mudar de castelo, acreditando que ao mudar estamos resolvendo o problema, quando na verdade estamos apenas transferindo mais pedras para o novo castelo. (Mateus 19.6)
É melhor estar só do que bem acompanhado, quando parecemos com orgulhoso Golias diante do pequeno Davi se achando o vencedor, na ilusão de que relacionamento é um mar de rosas e não é, se não houver renúncias e se juntos não buscarem soluções dia a pós dia, nem mesmo aquele corpo belo, aqueles olhos azuis e beijo ardente segurará esse relacionamento. Às vezes não deixamos Deus escolher por nós, não deixamos Deus opinar, nos achamos maduros demais e quando o olhar bate: é aquilo e pronto! Igual a Sansão que tinha n possibilidades de ser feliz se não olhasse sozinho, (Juízes 14) só por que se achava forte e maduro, quando na verdade somos sempre fracos diante das inúmeras armadilhas que um corpo ou a vida podem oferecer, somos fracos e só nos tornamos fortes a cada pedra cimentada desse castelo construído no dia a dia e no além de nós, só ficamos fortes quando diante das tempestades nos abraçamos e choramos juntos os problemas, quando a solução já nasceu na união calorosa dessas lágrimas, no olhar sincero entre os dois, no abraço forte, mesmo sem forças, no beijo ardente de eternos namorados que as pedras começarão a se encaixar de volta, o telhado será revestido com uma telha mais firme, caso contrário, antes estivéssemos a sós do que bem acompanhado, pois sem isso a dor final é mais dolorosa. (Eclesiastes 11.1)
Sendo assim, se for apenas para olhar, medir com nossa fita padrão e achar que tudo estar bem, que já achamos a pessoa certa sem aprendermos juntos a apanhar as pedras do caminho, é melhor estar só do que bem acompanhado. Se for para explodir de desejo diante um corpo e perfil num curriculum exigido por você que o seu ego fomentou por muitos anos ter em mãos, é melhor estar só do que bem acompanhado, pelo menos sozinho, quando a tempestade chegar será mais fácil se proteger, a sua fita métrica não ultrapassará limites, juntos já não há fitas métricas, por que as medidas não acontecem, cada um constrói a paciente busca do outro, com fitas há padrão nessa busca, tornando imperfeito o castelo sonhado, sem fitas ambos regaçarão as mangas para medir os momentos, passando a amar as diferenças a partir da construção de nós e do outro e quando a tempestade e a rotina vierem os braços estarão fortes, um apoiando o outro, mas se houver fitas, cada um apontará as falhas do outro sem trabalhar, será um eterno resmungo de um castelo fadado à rotina e ao abandono, por isso, aprenda a escolher, a olhar e refletir as suas escolhas junto com Deus, o maior arquiteto do sentimento humano, não ame o padrão, busque construir a cada dia o outro em você ou melhor será estar só do que bem acompanhado.


Até à próxima!
André Silva