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terça-feira, 15 de maio de 2007

A mão que não balança o berço
O que está acontecendo com os nossos jovens? Essa pergunta é unânime hoje em todos setores da sociedade, embora eu prefiro trazer um olhar sobre jovens de outra sociedade, os jovens de Deus. E me arrisco aqui em dizer que fomos um dia de outra sociedade, mesmo vinculado à principal: o mundo.
No passado, a sociedade era bem mais cruel que hoje, a violência tinha outro patamar, quem fosse louco que ousasse não obedecer às ordens do rei, seria jogado na masmorra, em trabalhos forçados, devorados em arenas, decapitados e mortos; hoje temos toda liberdade. Outra característica das sociedades antigas é que o volume de prostituição e desagregação dos valores morais também eram maiores que hoje, os bacanais e as variadas culturas provam isso, (Gênesis 6) a vontade da carne era estabelecida para fortalecer o bel prazer dos deuses da época; nessa direção, a sociedade viveu esse tempo todo cultuando deuses e deusas no melhor estilo: com festas, enquanto o vinho e outras bebidas eram muito mais comercializados que a cerveja de hoje que precisa apelar em comerciais, usando a imagem de uma mulher quase nua para vender o seu produto, mas isso também tem na história universal um porquê, por isso quero começar dizendo que festas, prostituição, a extinção de valores éticos e morais não é nem de longe uma desculpa para um desvio comportamental de nossos jovens hoje, uma vez que tudo isso era bem mais presente, latente e impactante nas antigas civilizações, a questão era: a mão que balançava o berço.
Com isso, observamos que a sociedade moderna com tanta tecnologia e avanços científicos é uma mera cópia do passado, afinal: “não existe nada de novo debaixo do sol”, afirmou Salomão. (Eclesiastes 1.9) É bem verdade que houve avanços, mas onde estão os resultados?
Os resultados também não são diferentes do passado, os séculos XVI e XVII foram de trevas e pouco equilíbrio comportamental, viver o momento presente era a ordem e em seguida pedir perdão, isso era rotina, quando no século XVIII e XIX o Racionalismo trouxe a frieza aos corações apegando-se aos bens materiais e mais tarde o capitalismo foi inevitável até hoje; jovens alienados, homens egoístas, mais amantes dos prazeres do que amantes de Deus, violência latente, desapego aos bons costumes, conceitos morais deturpados, ganância e outras cenas visíveis hoje (1ª Timóteo 3.1-5) não são cenas novas.
Fico imaginando se o jovem Daniel estivesse presente entre nós, será que ele usaria a roupa da moda para satisfazer o grupo? Ficaria três vezes ao dia sem conversar com Deus para entrar no bate - papo e no orkut ou será que iria três vezes na semana a uma academia de ginástica para deixar o corpo sarado. (Daniel 1.8,9) E se José, filho de Jacó estivesse entre nós, na cultura de hoje, sozinho numa casa com uma mulher linda chamando por ele, será que ele fugiria? Será que José nem daria importância em ser chamado de "homossexual" pelos amigos nessa cultura machista por deixar escapar a beldade que era a mulher de Potifar ou ele deitaria com ela para ganhar o troféu de homem potente, troféu esse que os pais de hoje tentam dar aos filhos. "Prendam suas cabritas porque o meu bode está solto" infelizmente, não é assim que dizem os pais?
Cá pra nós, só sendo muito ingênuo para acreditar que lá na sociedade de José e Daniel os hormônios da adolescência não explodiam de desejo, que as mulheres não se vestiam de forma sensual, só sendo muito ingênuo ou não leitor para não perceber que as armadilhas da carne no passado eram as mesmas de hoje com roupa nova. Porém, onde está o diferencial?
Peço aos pais e líderes que olhem para suas mãos e atitudes, porque não estão mais balançando o berço, começaram a criar filhos para darem resultados, hoje nessa cultura tão igual e afastada de Deus como antes, desde o ventre, os pais estão desejando criar filhos para sociedade, para serem modelos, grandes homens e mulheres de destaque social.
No passado, Ana chegou entregar o próprio filho a Deus, os homens de Deus criavam filhos para serem adoradores exclusivos do Pai Celestial, por isso que os Josés e Daniel estão escassos nas ruas, nas escolas, trabalho, faculdade, pois só estão os ensinando a cantar música gospel nos conjuntos, enquanto os princípios que nasce no balançar do berço foram transferidos para escola secular ou para uma hora de culto de doutrina e as conseqüências estão ai: jovens que nascem em berços cristãos, mas não sabem quem é Jesus, não se têm uma experiência pessoal, sabem só de ouvir falar e a igreja, por sua vez, que lá em Atos 2.46 caia na boca e na graça do povo, hoje é motivo de chacota, por falta de unidade e singeleza no coração.
Outro diferencial são as causas e efeitos dessa cultura. As causas são as mesmas, mas hoje nossos deuses são outros os de ordem econômica; observem que os políticos e homens influentes da sociedade estavam lá com Sadraque, Mesaque e Abede - Nego, não se engane, não foi apenas a sentença de morte que saiu da boca do rei, vejo mais além neste texto; (Daniel 3) para satisfazer a vontade dos deuses e dos homens, cargos políticos foram oferecidos em troca, dinheiro, vida fácil no palácio e fama para que aqueles jovens fizessem a sua vontade, igualzinho aos dias de hoje, quando os homens de Deus, muitas vezes se vendem ou trabalham pelo status que o cargo eclesiástico pode oferecer. Eis o efeito de causa - conseqüência: a mensagem de João Batista tinha a mesma fonte das mensagens de hoje, mas João Batista não dava palestra de auto ajuda, nem transformava o rio Jordão em consultório psicológico, ele dizia: arrepende-te! João Batista hoje jamais diria “não importa o que você está fazendo, a vitória é sua”, mas com certeza diria: A árvore que não produzir um bom fruto será cortada e jogada no fogo. (Mateus 3.10) Mudaram a mensagem, o estilo, mudou a época, mudaram os conceitos sem perceber que eles são os mesmos.
Onde estão os jovens do passado? Aqueles os quais salgavam a sociedade ditadora de costumes, que não se curvavam, se preciso fosse morriam por amor a Deus, onde eles estão hoje? Estão perdidos, muitos, dentro da própria casa. Onde está a igreja que era luz? Infelizmente a cultura dessa sociedade está ditando a regra até entre nós, igreja viva, fomos atraídos pela cultura e não pelo evangelho, por isso muitos estão com a sua luz brilhando, mas debaixo da mesa.
É por esses e outros motivos que podemos afirmar: a mão não balança mais o berço e inverteram a posição, não estão balançando o berço e reconstituindo vidas que estavam mortas, mas deixaram de balançar uma alma para se preocupar com números, estão deixando de balançar o berço e sair dos templos por amor às almas, para temperar e salgar a gosto a mensagem da noite para quem quiser escutar; deixaram de balançar o berço da comunhão, da preocupação com as ovelhas, para manobrar papéis, transformando a igreja viva em empresa de lucros e resultados, estão deixando de balançar o berço e vestindo Jesus com outra roupa, estereotipando sua essência, mas esquecendo que seu amor e justiça por todos aqueles que fazem sua vontade será como surpresa e tapa sem mão aos que forçosamente investem nas placas e esquecem que Cristo investiu na graça. (Gálatas 5.14; 6.15)
Voltemos a balançar o berço, temos o sopro de vida a cada manhã, embasados no Evangelho genuíno de Cristo, envoltos a um coração quebrantado igual a Davi nos Salmos 51 e retornando a prática de conversar e depender mais dAquele que tudo entende de sociedade: Jeová Deus. Dessa forma, teremos nesses fins de tempo, novos Josés, Daniel, muitos jovens Sadraques e muitos pais e obreiros convictos de seus papéis em unidade, conscientizando mais, sendo um atalaia de voz forte (Ezequiel 33), porque maior é o que está conosco, irmãos; ainda podemos balançar o berço, mesmo que devagar, não tem problema, chegar ao céu é um resultado árduo da qualidade de um grupo e não de quantidade. (Mateus 22.14) Então, balance o berço agora e você que está lendo, faça a sua parte, seja mais um e diga não a filosofia da sociedade e sim à vontade de Deus, agora, hoje e sempre, balancemos o berço como no passado para produzirmos novos personagens vivos, cheios de autoridade contra o mal, cheios do Espírito Santo de Deus para vencer a carne, vencer os manjares saborosos do mundo, esse é o nosso desafio agora: balance o berço novamente.

Até à próxima!
André Silva

sábado, 5 de maio de 2007

Felicidade Clandestina
Você é feliz? Pare, não responda, penso que seja melhor você refletir por um minuto, caso contrário, poderá responder com a emoção, a resposta exigida aqui é racional. Geralmente não raciocinamos ao responder esse tão grande questionamento, às vezes dizemos estar bem, noutras dizemos estar mal, mas isso não importa agora, até por que faz parte da vida os altos e baixos, portanto responda tão somente a pergunta: você é feliz?
Percebe-se que pouquíssimas pessoas conhecem o significado da palavra felicidade, vivem misturando momentos de alegria e descontração e talvez não tenham ainda encontrado um caminho para se encontrar com ela, porque nos ensinaram desde pequeno, nas músicas e nos romances que, ser feliz para sempre é ter encontrado a pessoa amada, em outros momentos, também nos ensinaram que felicidade é conquistar o tal emprego desejado e comprar tudo o que sempre sonhamos, disseram que ela estaria num parque de diversão com muita pipoca, algodão doce e sorvete, enfim ser feliz seria viver aqui para sempre, conquistar tudo e nunca morrer, mas porque existem pessoas que conquistaram tudo isso e não são felizes?
Por esse lado, obvia-se que o nosso conceito de felicidade desaba, quando percebemos o quanto não precisamos de nada disso para sermos felizes, mesmo assim teimamos em buscar a felicidade por essa estrada, por isso, há tanta gente inconformada, entregando sua vida a própria sorte, acreditando que a felicidade pode ser encontrada num simples resultado das cartas do tarô, acreditam, infelizmente, que os signos do zodíaco possam a cada dia ajudá-las a encontrar esse caminho, muitos até apelam para os tantos santos, simpatias e as cores, sem resultados, porque não atinaram ainda: felicidade é, antes de qualquer coisa, uma colheita, nessa grande plantação que a nossa vida, muitas vezes regada a lágrimas e muito suor, mas feliz.
O problema é, queremos a felicidade, mas não temos a disposição de plantá-la ou talvez quando adubamos a terra esquecemos de água-la, transferimos a nossa tarefa para Deus, muitas vezes queremos que Ele dê um jeito em tudo ou que alguém faça uma mágica para depois colhermos o fruto sadio no final, quando nos enganamos: se o problema é nosso, a saída cabe a nós encontrá-la, simplesmente por que Deus não fará nada que tiver ao nosso alcance, Ele só faz aquilo que é impossível para nós, sabe por que? Para que o nome dEle seja glorificado, para que todos saibam que não há outro fazedor das coisas, não há milagreiros, só Ele, porque “do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” . (Salmos 24.1)
Dessa forma, vemos muitas pessoas baterem no peito e proclamarem uma felicidade que não possuem, acreditam serem felizes dentro da casa nova e julgarem os “sem casa” por faltar o pão naquela mesa, mas saiba: mesmo com muito dinheiro, com uma pele bonita, com braços musculosos, corpo perfilado, mesmo caminhando lado a lado com a pessoa escolhida metricamente por você, os problemas baterão a sua porta, pois se a felicidade pudesse ser regada a vinho e uma dose de charme, os ricos não morariam aqui, se mudariam para um planeta que correspondesse à altura as suas ambições, mas se estão aqui é por que ainda se encontram perdidos, não se descobriram enquanto pessoa ativa nessa história, fazendo apenas o que mandam, sem refletir, vestindo azul, verde, vermelho, andando descalços, fazendo a simpatia, apelando a quem quer que seja a procura por uma fórmula para essa tal felicidade, mas infelizmente não encontrarão, continuarão empurrando com a barriga, essa vida tão nossa, pois o caminho ainda está ladeado de hipocrisia e orgulho, quando antes deveríamos meditar se esse é realmente o caminho para encontrarmos a felicidade.
Talvez você diga agora que a felicidade pode ser encontrada em todo lugar, porém só os tolos pensam assim, se isso fosse verdade, o mundo seria outro, não haveria tanta disputa pelo poder, pois o poder é a via clandestina da felicidade social, que dar valor ao TER e não ao SER, por isso a depressão se instaura, o suicídio é alarmante. Se a felicidade estivesse em todo lugar, não havia sentido sair em busca dela, afinal já a teríamos conquistado, mesmo em meio às lágrimas do dia a dia, mesmo no árduo trabalho de mãos calejadas, ainda que a mesa esteja sem o pão necessário, mesmo sozinho ou em fase terminal ou mesmo numa cadeira de rodas com as pernas amputadas a verdadeira felicidade está lá presente, independente das circunstâncias, pois ela é e sempre será alimento para irmos até o fim, na esperança de que os problemas um dia se resolverão, mas aqui e agora é a vida a principal garantia de que mesmo no fim do poço, podemos criar forças para dar o salto o qual nós levará de volta ao topo e começarmos outra vez, nessa bela construção de paredes que devem ser restauradas e pintadas todo ano devido às sujeiras acumuladas. Isso é a vida nossa de cada dia, precisamos refletir diariamente, pois não há como fugir disso, nem mesmo morrendo, só os idiotas - preguiçosos tiram a vida, só os imbecis se trancam em quartos, quando a vida lá fora está fervendo, esperando você escrevê-la, é no lá - fora de nós, no lá - dentro de cada um que a felicidade começa e se estabelece solidamente sem ir embora.
Só somos felizes vivendo, somos felizes quando metemos a mão na massa, quando erramos para depois acertar, quando caímos e descobrimos como levantar, quando pegamos a semente e plantamos na terra seca e cuidamos de fofar a terra, água-la e esperar com a paciência do amor os resultados e se não houver resultados, não tem problema, plantemos outra vez, procuremos uma nova maneira de cuidar daquilo que é mais precioso, para não continuarmos dando murro em ponta de faca ao ansiar e querer cuidar do TER, dando valor ao material, esquecendo que o sentimental nunca se alimentará de glamour e orgulho, mas de um punhado de amor, dedicação e paciência.
Felicidade clandestina essa nossa de alimentar o ego sem alimentar a alma, de alimentar o orgulho sem alimentar a humildade, de alimentar o ter sem alimentar o ser, de alimentar a social reputação sem alimentar a dignidade.
Dessa forma, vamos todos morrendo sem felicidade, apenas de momentos agradáveis e passageiros, vivendo inconformados, buscando ter mais, sendo menos, buscando alcançar o topo sem escalar a montanha, vivendo clandestinamente a buscar um motivo de ser feliz aqui para que todo mundo veja ou do outro lado, isto é, se é que existe um outro lado, se aqui nem conseguimos ser felizes, é fundamental compreender o porquê precisamos plantar essa semente diária em nós, no outro e no mundo por onde a gente passar, se não, nem lá chegaremos, por não termos conquistado esse passaporte único para essa viagem que cobrará de nós um preço, porque viver custa caro para quem alimenta o TER e custa muito pouco para quem quer apenas dignamente viver.
Sendo assim dê um passo, renuncie a tudo isso que interfere seu acesso ao veículo da felicidade o qual o homem em si ainda não descobriu, talvez, nem a si mesmo, mas o caminho é latente e palpável, está vivo e bem perto, dentro de nós bem aqui para ser experienciado agora sem precisar de muito, apenas o imitando, seguindo -o, obedecendo -o. Saiba tão somente: a felicidade existe por si só, ela vive sem nós, mas nós morreremos sem ela, por isso é necessário haver uma entrega total de você para Ele, JESUS, o único caminho da felicidade.

Até à próxima!
André Silva