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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Quando o amor se tornou inútil


De palavra mais profunda a mais chula, rasgada como pão seco em dentes famintos, massageadora de corações de pedra à banal presunção, o amor, tema tão desejado entre os seres humanos poderá virá inútil a qualquer momento. É o que diz a notícia diária de nossos olhos tenros por amor, mas distantes de contemplá-lo, o jornal da vida entrevistou pessoas nas ruas em uma grande pesquisa e o resultado não foi nada animador.
Foram entrevistadas gente de diversas classes sociais, raça, religiões e ideologias, mesmo assim a resposta foi unânime: amar faz bem a alma, o problema é como e quando amar, isso porque a preocupação geral dos entrevistados estava na sua carência, a predominância estava em amar se for amado, isto é o que estanca o fluxo do amor e, sem percebermos, começamos a nos distanciar dessa dádiva por acreditar o quanto a maneira como conduzimos este barco já é suficiente, por isso há tanta gente murmurando, chorando ou batendo no peito, proclamando -se bem feitora de um amor o qual ela mesma não plantou, não regou e, por tabela, não colherá.
Observe que aquele jovem rico da parábola de Cristo em Mateus 19:16 era um homem de boa reputação na sociedade, cumpridor dos mandamentos de Deus, mas Jesus disse que ainda faltava algo para ele alcançar a vida eterna, nessa direção, não vejo outra coisa que restasse para ele ser feliz senão o próprio amor. Em que está apegado o teu amor? O exercício de suas palavras e ações têm levado você procurar restabelecer o que está faltando? O amor daquele jovem estava infelizmente e inutilmente nas riquezas.
A máscara da emoção contorna em ações e palavras nossas bocas cobertas de verdades e a verdade é: eu sou, eu tenho, eu faço, quando na prática é o inverso. Nosso dedo vive sempre direcionado a julgar o amor dos outros, mas não é capaz de apontar para nós mesmos e dizer o que precisamos para amar mais e melhor, por outro lado estamos deixando escapar a felicidade desejada, pelo simples fato de estarmos no lugar errado, depositando nosso amor na coisa errada, embora bela, concentrado no que não deveríamos, suando a camisa em busca de uma realização pessoal, ejaculando muita emoção sem o esperma do amor, tudo porque nosso mundinho de sonhos desse castelo feudal o qual erguemos em torno de nós nos diz que a hora é agora, sem perceber que para alcançarmos a felicidade, a estrada de pedras e barreiras no caminho pode se tornar um beco sem saída ou uma saída no beco, se atentarmos ou não às palavras do Mestre.
Bom Mestre, disse o jovem rico. Jesus respondeu: Ninguém é bom, senão um, DEUS.

Se você é daqueles que sempre tenta agradar para não magoar, diz que ama, mas não chama à responsabilidade os que te cercam, tenha certeza, seu amor começou a se tornar inútil. Se você diz que ama, mas no fundo quer ganhar algo em troca, fique sabendo que o fim mercantilista desse amor será um mero troco e nunca o lucro desejado. Se você ama apenas para agradar a sociedade, coitado de você, seu amor se tornará inútil porque o amor o qual nasce dentro de nós tange quaisquer expectativas no exterior. Se seu amor só existe para um seleto ciclo de amizade, saiba então, ele se tornou inútil, porque a regra básica da felicidade verdadeira é amar a todos sem distinção e o próprio Deus diz: aquele que não ama o outro não conhece a Deus, é mentiroso e que sem amor nada o quanto você venha fazer terá valor. Se você ainda acredita ou é capaz de dizer que ama, mas não é capaz de perdoar quem o maltrata, não vai com a sua cara ou o magoou um dia, não adianta, seu amor morre aqui, inútil, porque o trunfo do amor é dar um tapa sem mão na discórdia, amando, porque o amor consegue, sem medo, dar a outra face para discórdia bater, pois sabe que o fim é doce e eterno, não tem preço.
O amor não tem vergonha de amar, não escolhe lugar, estereótipos, condições financeiras, idade, apenas se vale do próprio amor como arma, não vive em conchavos buscando um modo para se autobeneficiar, porque não existe ganho melhor para nossas buscas quando o fim é o amor, por este prisma, o amor é de aparência pobre e a sua virtude se veste do nada para se fundir num tudo, o amor nunca vestiu a blusa do orgulho nem se maquia com o batom da elegância, o amor é simples, tão simples que muitos não enxergam seu brilho, por estar acostumado ao brilho falso e artificial da enganosa emoção.
Esperávamos Jesus num trono e berço de ouro, pois Ele é rei, mas seu amor por nós acabou de nos provar que nada material neste mundo, nem ninguém poderá nos dar o amor que Ele nos deu e por deixar-nos o seu exemplo, Ele nos pede constantemente em sua Palavra que amemos como Ele amou, caso contrário vai se tornado inútil nossa forma de amar e Ele continuará a nos amar, se quisermos, porque o amor também é uma escolha e vai se tornando inútil quando achamos um valor para o amor,
se torna inútil quando continuamos achando que o encontramos em qualquer esquina, se torna inútil quando acreditamos que ele mora em algum olho azul de braços fortes, num jeans apertado de algum corpo sensual ou no assistencialismo de muita gente que doa um quilo de feijão, mas não consegue doar o coração, inútil ao crer o quanto acreditamos amar mais que os outros e com isso, vamos nos tornando apáticos e sem esperança, porque para sermos amados de corpo e alma é preciso antes fazer uma análise de nossas ações para com o outro, senão se desgastará antes mesmo de você provar dele, se desgastará primeiro e interiormente com suas ações diárias, por que Deus nos assiste do céu a todo segundo, se desgastará quando percebemos que o amor o qual queremos colher é diferente do amor que plantamos no dia a dia e quando dizemos, “ninguém me ama”, estamos apenas consciente de que o outro jamais poderá nos ofertar o que nunca plantamos ao longo de nossa caminhada, por ser inútil, quando antes deveria ser belo, simples e sem barreiras entre nós e o outro.
Que o tempo o faça refletir o tipo de amor que você está doando agora, por qual caminho sua meta em ser amado está trafegando? Que você possa perguntar ao próprio DEUS, que a fonte do amor como amar, como não tornar inútil o amor que existe em você, através de sua Palavra, a Bíblia, você poderá aprender a olhar para discórdia e doar sua outra face sem medo, pela Palavra do Deus de amor, aprenderemos que amor com amor se paga, senão agora, mas um dia, pois o verdadeiro amor espera e tudo suporta, não cansa, mas sempre renova suas forças, uma vez que amor não é troféu, mas uma estrada a percorrer e serão os seus pés, seus olhos, suas mãos, suas palavras e suas ações as quais colherão na esquina da vida os frutos de um amor plantado por você. Então, que tipo de amor você quer colher no final? Saiba, Amor não é sorte, nem jogo, apenas ação nossa no outro, com o outro, pelo outro.
Sendo assim, se você plantar o amor o qual o mestre Jesus pediu, pode até demorar, pode até ser sacrificado, pode até custar caro, pode até haver traições e decepções no caminho, mas na encruzilhada da vida, haverá amor como pagamento por todo preço sofrido. Agora, se você continuar semeando amor fazendo acepções de pessoas, usando seus interesses e jogando mercantilistamente, você também colherá amor, você também gozará, ainda que precocemente, uma felicidade e amor inúteis.

Até à próxima!
André Silva