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sábado, 10 de outubro de 2009

No caminho do avivamento...
(Continuação)

Algumas pessoas teimam em ver o avivamento apenas como separação do mundo vil, essa visão não é ruim, embora se esquecem de que romper o ciclo vicioso social, dá uma marcha ré em becos aparentemente confortáveis não é tarefa fácil, se lembrarmos que o velho homem é o passageiro mó do nosso carro, refletiríamos antes. É ele quem nos coloca em xeque quando tentamos guiar o nosso carro por estradas seguras, é ele quem questiona nosso posicionamento rotulando nossas decisões como radical demais, é dele o forte argumento de que devemos assinar o chegue da liberdade e entregá-lo em branco nas mãos do homem carnal, é do homem caído essa velha roupagem adâmica que só mostra um prato saboroso de comida no momento em que mais estamos com fome, esse passageiro tende a nos acompanhar no caminho do avivamento, embora o deixemos de lado quando mergulhamos no rio do Espírito, mas não podemos negá-lo, ele é a divisão de águas, o nosso mais ardente desejo quando conscientes, pelo óleo da Palavra, ao saber o que não podemos, mesmo assim, o velho homem faz questão de criar uma contenda com homem espiritual fazendo nosso motor esfriar sem podermos seguir a viagem rumo ao céu. (Romanos 7.14)

Lembre-se de que esse passageiro é consciente demais, é um artista transvestido de santo, cheio de roupagens exteriores, mas sem o germe da graça, busca se auto justificar com sua performance de quem ora muito, jejua todo dia, trabalha ardentemente para que todos vejam, mas observe com mais cuidado e veja seus frutos. Apesar de toda exterioridade e leveza nas palavras, o velho homem é rápido em irar-se, é invejoso, busca sua auto promoção, adora ser aplaudido, não ama, mas é um galã apaixonado, consegue escrever belas poesias de amor sem viver nenhuma vírgula do que escreve, representa o tempo todo, é um lobo vestido de ovelha, é alguém com visão trocada, acreditando que a igreja é um palco, uma cadeira promocional, justificando que seu trabalho ali merece um título nobre, sem entender que no caminho do avivamento quanto mais o carro tem força para andar mais ele deve servir e gastar os pneus, quanto mais o óleo é trocado no motor, mais ainda o carro pede uma marcha para correr, embora correr aqui significa fazer a obra até o fim da estrada. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (II Timóteo 4.7)

Com o motor revisado e o óleo da Palavra lubrificando seus pensamentos mais secretos, o livre – arbítrio dá sinal de partida e pára, o velho homem não entende e resmunga por pressa, afinal longa é a caminhada, mas como o motor foi revisão pelo óleo da Palavra, não se poderia pegar a estrada sem os documentos necessários, pois até os mais estranhos peregrinos têm uma identificação. A questão é: muitos até almejam o caminho do avivamento, lêem sobre o assunto, escutam músicas relativas ao tema, mas não levam sobre si uma identificação genuína de quem quer pertencer, ser e estar. Estes são os que levam seus carros para estrada sem revisão, os despreparados, comparando o caminho do avivamento a um momento festivo, apenas quando vem um pregador avivalista, comparando esse caminho a uma estação a qual de ano em ano são visitados pelo desabrochar das flores na primavera da vida. Se os freios (a auto reflexão) e o motor estão revisados, o viajante não medirá esforços em se auto identificar e esta identificação não é obrigatória nem meritória: eu sou! Muito pelo contrário, a mudança de posição, o jogar das máscaras em busca de arrependimento e vontade de acertar faz o seu proceder denunciar de onde ele veio, de qual cidade ele é e para onde está indo. (II Timóteo 2.15)

Infelizmente, há muitas pessoas dando voltas diante da benção, voltas e voltas vendo a terra prometida sem entrar nela, acabando a gasolina do carro, estragando os pneus e forçando o motor, enfim desistindo da caminhada, já outros não desistem persistindo em soltar fumaça tóxica de relativismo cultural e incomodar as pessoas com o ronco do seu motor, que sem o óleo da Palavra, só conseguem fazer barulho, outros são mais sagazes: vivem reparando o motor quebrado com seus paliativos o deixando bem silencioso, se camuflando, é um eterno arranjo de flores artificiais enganando qualquer olhar desatento, estes não gostam de doutrina nem de Escola Dominical, andam segundo suas opiniões, são insubmissos, mas gostam de destaque, são capazes de fazer conchavos pela disputa de cargos, são obreiros tendenciosos, membros “society’s” com “maquilagens sutis nos rostos,” são observadores do defeito alheio, vivem zombando dos mais fracos, adoram bajular a liderança em busca de um lugar ao sol. “...tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Afasta-te também desses.” (II Timóteo 3.5)

Com a documentação em dia, o livre - arbítrio respira e aciona a chave na ignição, o apressado velho homem suspira num “até que fim”, mas o homem espiritual olha as sinaleiras do veículo, deixa tudo para trás e entra no carro rumo ao caminho do avivamento. Como já sabemos que tal caminho não é uma mera estação, o homem espiritual discerne tudo e compreende sua jornada, ele é um entusiasta porque Deus está dentro dele, não há barreiras, buracos, mau tempo, não existe congregação longe, nem o melhor lugar para pregar, nada é desculpa para vãs lamentações, o homem espiritual vive de vitória em vitória e não em busca de uma vitória. Já seu companheiro de viagem, o velho homem, não consegue estabelecer um diálogo com seu Criador, seu olhar só se direciona para um lado: vitória, a minha vitória, eis o motivo da pressa: o velho homem almeja o caminho do avivamento para obter lucro, ele barganha, eu faço, eu recebo, “santifica-se” com intuito de ser abençoado materialmente e não por necessidade de se parecer com Cristo, se trabalha, reclama por um salário, não consegue esperar o momento de ser abençoado por Deus (Salmos 40.1) então é capaz de parar sua caminhada para se empanturrar nos “fast foods” da estrada, se alimentando de todo tipo de modismos e vãs doutrinas, se achando experiente, começando a caminhada obeso, ou melhor, inchado, sua pregação não é uma análise, nem uma preocupação com as almas , mas apenas palavras de efeito preparadas para causar lágrimas quentes dignas de pessoas que vivem na periferia da derrota, até porque no caminho do avivamento não existem derrotados, ninguém precisa ter o cativeiro mudado, ninguém precisa parar no caminho para tomar a água santa ou levar a rosa ungida a fim de se proteger das mazelas dessa vida., afinal a água de todos aqueles que pretendem ou já estão no caminho do avivamento é o Espírito Santo que jorra dentro do ser nos impulsionando a não mais olhar para trás.

Por esse motivo, os obesos espirituais cansam e param no meio da caminhada, porque no caminho do avivamento tem fogo que a cada quilômetro vai aperfeiçoando, limpando, lubrificando, tirando os arranhões, vai lixando a ferrugem da lataria e passando a tinta perolizada do sangue do Cordeiro, vai removendo o mofo dos bancos, vai alinhando a direção, balanceando os pneus, tirando os ruídos das mais venenosas doutrinas dos dvd’s do engano, sim, longo é o caminho do avivamento e para agüentar a jornada é necessário se deixar regenerar, se deixar ser consertado e lubrificado pelo óleo da Palavra ainda que doam as lixas retirando as ferrugens, com a cara limpa podendo olhar no olho de qualquer irmão e o saudá-lo com a verdadeira paz e tomar o cálice e comer o pão na mesa do Senhor, qualquer pessoa disposta a este caminho se deixará moldar nas mãos do oleiro. Sendo assim o caminho do avivamento começará a ganhar sentido e a certeza de quem, uma vez estando nesse estágio, não conseguirá voltar atrás, mesmo que o velho homem ainda seja seu passageiro nesse caminho sem voltas.



Até a próxima!

André Silva