Pesquisar este blog

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O caminho do avivamento e o ladrão sutil da estrada


Caminhar não é tudo, o importante é como caminhar. Essa era a filosofia dos ensinos de Jesus ao nos alertar dos perigos da estrada. Dessa forma, ligar o carro e seguir rumo à estrada do avivamento requer antes de tudo se desprender de si mesmo e de tudo que dificulta a nossa trajetória.
Nessa direção, muitas pessoas de forma ingênua tentam buscar o avivamento como se estivessem prontos a subir na carruagem de fogo, crêem no avivamento apenas como derramamento de poder e de dons, quando na verdade não verificam que viver avivado é estar apto à graça, é estar na brecha tapando os buracos, é estar de atalaia no alto do muro, é permanecer no lugar e na porta, é primordialmente revestir-se de amor quando a amargura, o ódio, o desprezo nos rodeiam, afinal não podemos dever nada a ninguém, a não ser amor, disse Paulo.
A questão é que o ladrão encontrou um esconderijo na estrada para nos assaltar, sim, ele está nas espreitas vitimando muitos “quase avivados” que envolvidos por um poder estranho e modista acabam sendo golpeados sem entender que o inimigo de nossas almas veio para roubar, matar e destruir.

Como será que o ladrão assalta e quais suas táticas?

Certa comunidade de uma cidade metropolitana do estado de Pernambuco saiu às ruas e fechou a rodovia na propalada alegação que ali havia muitos atropelamentos e exigiram uma lombada naquele lugar já demarcado pelos manifestantes. O protesto foi acalmado pelos policiais, a imprensa noticiou o fato e a comunidade foi atendida, o departamento de estradas e rodagem instalou uma lombada de concreto naquele lugar. Os acidentes persistiram e continuaram provando que a lombada foi apenas um pretexto para assaltar os motoristas à noite. Meses depois ficou claro para autoridades e motoristas que aquele lugar deveria ser evitado por qualquer motorista, pois ali muitos estavam à espreita bem próximo a lombada para quando o motorista desacelerasse, o ladrão viesse a dar o bote.

As táticas são muitas para fazer desacelerar o nosso carro rumo ao caminho do avivamento. Logo, a questão é como você caminha, posto que o verdadeiro avivamento não nos faz viver de embaraços, no avivamento só há pessoas lúcidas e cientes de suas limitações, mas uma simples pedrinha pode vir a danificar a nossa comunhão com Deus, a desarrumar o nosso altar e nos deixar desarmados para as guerras que vem, portanto sede sóbrios, disse Paulo e Pedro. (1ª Tessalonicenses 5.6; 1ª Pedro 5.8)

Observe bem o culto e veja se como as pessoas adentram a casa chamada de oração. Já observou? Se você não sabe, as portas do templo parecem ter detectores identificando quem veio adorar ou não e através disso podemos entender o porquê Jesus usou a ilustração do fariseu em uma oração de auto justificação: “Senhor, eu não sou como esse publicano...”, eu oro mais, eu faço mais, eu trabalho mais, eu prego melhor, eu canto mais bonito, quando na verdade a essência da adoração já começa em casa, na minha ansiedade em ir ao templo: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à [casa do Senhor.” (Sl 122.1), porém muitas vezes não há alegria, há desprezo, “se der eu vou, nem sei se quero ir, nem se posso” e ao adentrar pelas portas as pessoas trazem consigo seus muitos problemas dificultando assim o espaço exclusivo de adoração.

A forma como caminhamos denuncia o nosso altar, pois somos testemunhos vivos e diante de nós há uma multidão a nos olhar, há o próprio Deus nos observando e o próprio inimigo que, nas escondidas, também nos analisa: “Viste meu servo Jó...” (Jó 1.8) Partindo desse princípio, muitos baratearam a adoração e acabaram por entregar a Deus um animal com mancha, um louvor defeituoso, um culto torto, uma pregação preguiçosa de quem nem se quer visitou as Escrituras e orou a Deus para dar o pão à igreja, mesmo assim, todos esses esperam um culto fervoroso no qual Deus venha derramar fogo sobre o altar, contudo saem frustrados e mais frios.

Já em muitos lugares, a casa de oração foi transformada num circo para entreter a platéia e para o tempo passar mais rápido preenchem o espaço com músicas de auto – ajuda que fazem derramar até lágrimas de crocodilo, é uma forma de deixar o emotivo preparado para o golpe final, a mensagem e na preleção o orador põe lenha no altar, arruma as pedras, cava o rego d’água e clama por um fogo estranho e no final os alienados saem alegres e massageados sem perceber que o pão oferecido tinha fermento demais.

Mas, quem anda no caminho do avivamento oferece um culto diferente, racional e cheio de graça, visto que tal caminho nos deixa consciente e livre para entender o percurso do rio desembocando no mar, nos faz endireitar nossas veredas através da Palavra de Deus, nos faz medir nossos passos e nos submeter às autoridades constituídas quer eclesiásticas ou não, nos derrama nos braços de Deus e Ele acaba por nos cobrir com o seu sangue contra as astutas ciladas da estrada, Jesus chega primeiro a resolver nossas causas porque estando avivados, nossos ouvidos vão estar atentos, assim não será qualquer manjar que vai nos encantar.

O inimigo está roubando nosso tempo em adorar a Deus, com barraquinhas de guloseimas na estrada ou com um fast food nos postos de combustíveis. O que rouba seu tempo de adoração? O que faz em 24 horas do dia não haver se quer duas horas para adorar e conversar com seu Criador, o que está atrapalhando sua caminhada?

Por outro lado, o assalto não é apenas contra o relógio diário, mas também de nossa visão. Queremos entrar no caminho do avivamento sem o colírio do céu, estamos caminhado de forma cambaleada sem perceber o veneno na panela, por sua vez o veneno preparado é tão doce que passa despercebido nos dvd’s do engano. Sim, o inimigo está roubando nossa consciência, nos jogando um contra o outro, pois ele é mestre em roubar nossa adoração e dedicação a Deus, ele é mestre em nos fazer ficar em casa sem querer ir à igreja cultuar aquele que nos criou, ele é mestre em nos desanimar, ele é mestre em fazer-nos desistir de nossa chamada, ele é o mestre dos embaraços e nos que nos alistamos não podemos nos embaraçar com as coisas dessa vida se quisermos andar no caminho do avivamento.

Quanto ao assalto, além do tempo e da visão, o ladrão da estrada rouba a nossa amizade com Deus e muitas vezes e sem perceber trocamos o nosso verdadeiro amigo por coisas pequenas, o negamos na estrada quando fora do templo vestimos outra roupa interior, quando fora do templo somos reprovados pelo nosso falar e caminhar diante das pessoas, quando lá fora somos mais pecadores que os pecadores, porém nos púlpitos e nos corais transparecemos um brilho ofuscado: “tendo aparência de piedade, mas negando-lhe a eficácia dela. Afasta-te também desses.” (2ª Timóteo 3.5)

Nessa direção, o inimigo sabe quando estamos ou não caminhando corretamente, e com isso milita de duas formas: tentando derrubar quem aprendeu caminhar e derrubando de uma vez por todas os que vivem em cima do muro, mesmo assim é bom sabermos que os que caminham na corda bamba não são os que estão fora da peleja, os que deixaram a casa paterna, mas aqueles que estão na igreja dando a Deus as migalhas na sua forma torta de adorar, aqueles que sem temor e misericórdia deixam de frutificar onde Deus os planta, porque aprenderam que o caminho do avivamento é apenas um adorno exterior, quando no interior os mesmos bichos continuam vociferando lá dentro com seus rancores, invejas, soberbas e vaidades por esquecermos que a simplicidade do caminho proposto por Deus é que faz a diferença aonde quer que chegamos. “Sede simples como as pombas e prudentes como as serpentes” (Mateus 10.16)

Enfim, verifiquemos não só o nosso carro, mas também de que forma conduziremos o nosso veículo para que não venhamos a forças as marchas, rasgar os pneus nos buracos do caminho ou mesmo abastecer nossa mente com o veneno da panela, porque o ladrão está ai, para nos roubar o que há de mais precioso em nós: a nossa salvação e a presença do Espírito Santo em nossas vidas.

Até à próxima!

André Silva

segunda-feira, 2 de novembro de 2009



Há tempo


Há tempo para tudo debaixo do sol

Para se justificar por tudo o que deveria ter sido e não foi

Falta tempo.

Para nos avaliar e rever nossos defeitos

Para falar demais, sobra tempo

Para calar, analisar e refletir ainda não nos foi ensinado

Ensinar a pensar é perigoso e só consegue esse feito

Quem tem tempo para ser livre

Porque liberdade ainda é um bicho que nos amedronta

Só o tempo para nos dar coragem em ser destemidos

E para sair de uma luta corporal com o nome mudado

Só o tempo com suas marcas profundas para nos ensinar

Que pra chegar aonde Deus quer é preciso: Tempo

Devagar ou no Já instante de nós mesmos.

Quando depois de uma saborosa aula

tomamos dois rumos:

Balançamos a cabeça para concordar com tudo

Ou praticamos o que foi ensinado

Por atentar que até a arte de amar alguém

requer tempo e muita espera

Infelizmente muitos preferem aprender

aos solavancos e pauladas nas aulas da vida

Quando deveriam aprender

na suavidade de quem com a verdade quer dizer:

acorda ainda há tempo.

Tempo para tirar essa máscara de quem diz estar feliz,

mas está insatisfeito com o menu do dia a dia

Tempo para não gastar suas energias com o que não alimenta a alma

Tempo para se gastar no que é verdadeiro e eterno

Tempo para perder o medo de apostar naqueles que foram excluídos

Tempo para deixar a concorrência

que nos preenche o ego

e colocar a mão na massa de fato e de direito

Tempo para silenciar em meio a tantas críticas.

Que venham as críticas, viva!

É o tempo provando que estou dando frutos

Tempo para se alegrar com a multiplicação da obra,

até por que o Mestre lhe deu um tempo para isso

O tempo é tão simples, nós é que o encurtamos demais,

por isso falta tempo para tudo,

menos para o espelho de nossa vaidade:

eu sou, eu fiz, eu tenho, eu estou...

Há tempo para o tempo rir de tudo isso

Como também há tempo para virarmos a mesa da mesmice

e ensinar nas classes e púlpitos

Que Deus é muitos mais do que aquilo que o tempo já tentou nos mostrar.

Que venha o tempo arruinando nossos corpos

com a velhice e as enfermidades,

Mas que tenhamos tempo de nos virar para o canto da cama

e clamar a Deus por mais um pouco de vida

para podermos ter mais tempo de fazer

o que estava em nosso alcance e ainda não o fizemos.

Até quando vamos gastar tempo

em elogiar as grandes vozes agudas e fortes

sem nos atentar ao que a Palavra nos quer ensinar?

Os nossos alunos continuam vazios,

porque o ibope e a “boa oratória”

é a preocupação do tempo que teimamos em gastar

quando bastaria sermos apenas uma voz clamando no deserto.

Até à próxima!

André Silva!