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sexta-feira, 29 de maio de 2009

O velho homem e a obesidade humana




Nas manchetes dos jornais a obesidade nunca teve uma cadeira cativa como hoje, fator maior para a preocupação dos cardiologistas, nutricionistas, controladores do peso e os personais trainers na busca incessante pelo peso ideal. A dieta virou o slogan da vez, é a gíria do momento e se formos a fundo ao assunto, veremos que tal busca desesperada contra os ponteiros da balança tem em si uma razão especial e se fizermos um paralelo entre o corpo físico e espiritual iremos identificar que os fast – foods da vida não nasceram por acaso, da mesma forma a comida rápida oferecida aos cristãos não é nenhum modismo contemporâneo e sim uma grande e inteligente artimanha.
A comida de Jesus era balanceada e rica em calorias, fazer a vontade do Pai, agradar somente a Ele era seu prato predileto, posto que tal dieta trazia em si mesma testemunho contra os seus agressores, era a resposta que calava a boca e fazia o próprio diabo desistir de tentá-lo, enquanto na ginástica, Jesus era rigoroso em praticar oração nas academias dos montes e locais reservados e de vez em quando exibia os músculos da misericórdia e com uma só palavra expulsava o mal. Jesus não conseguia tais feitos por que gostava de fazer meditação como os budistas, não, Ele nunca se enclausurou em mosteiros para alcançar a perfeição, porque viu que mesmo em meio à sociedade corrupta rodeado por tanta gente com más intenções, cercado de hipocrisia e violência, Cristo conseguiu vencer o mundo e a guerra contra o corpo. Jesus nunca ficou obeso existencialmente, nunca se exaltou nem deixou que o chamassem de rei nem mesmo optou em fazer caminhadas diárias para fazer a dieta dos tantos caminhos que existiam, antes foi claro: essa é a minha comida, minha bebida e minha caminhada, posto que o caminho sou eu mesmo.
No caminho não há receitas milagrosas afim de que o obeso existencial venha perder alguns quilinhos e virar um viciado em academias e exercícios, um dependente de drogas lícitas dos shakes diet, das sopas e chás ou mesmo das doutrinas obesas que ao longo do tempo também emagreceram para se parecer com o caminho chamado Cristo, a proposta de Jesus foi muita mais desafiadora, inquietou os sábios e fez uma revolução no mundo das ciências, filosofia e sociologia, porque não precisava emagrecer para ficar parecido com o modelo, apenas “vinde como estais, vós os cansados e eu, Cristo, vos aliviarei”. No caminho há alívio para alma, não precisa correr muito e levantar quilos e quilos de fardos pesados ou ficar parecido com alguém da televisão, basta apenas caminhar e no caminho o corpo que antes era obeso em sua essência vai tomando forma, a respiração que antes faltava ou vinha com dificuldade agora sai aliviada, a roupa vai encontrando seu contorno no corpo, os botões não fazem mais guerras, antes declaram a paz ao atacar sem muita força, no caminho proposto por Cristo, o espelho da vida já não mais incomoda, há uma reconciliação, uma vez que com todas as falhas que eu tenha, nenhuma condenação há, se eu estiver em Cristo, que é o caminho.
Porém, é com muita tristeza que observamos muita gente caminhando sem sair do lugar, numa eterna esteira ergométrica, pelo fato de um dia ter se deparado com o caminho, se comprometido a andar nele, mas no caminho o sedentarismo tomou conta, as células adiposas se multiplicaram e com elas o costumeiro jargão: “isso besteira”, alimenta mais que o próprio pão do céu, que é a Palavra. Há também outros indícios os quais na esteira da vida não diminui os efeitos da obesidade mórbida no ser, Jesus por sua vez tinha a fórmula exata para tratar esse mal que invade muitos corações desapercebidos: tirar a ansiedade, obedecer, levar a própria cruz, se tornar como criança, comer a Palavra, jejuar, orar sem cessar e nascer de novo. Não há obstáculos no caminho que não sejam vencidos com essas armas, qualquer um que se aventurar a esta empreitada vai sentir alivio tanto na alma quanto no corpo.
Por outro lado, a ansiedade tomou conta do ser, a materialidade, as grifes do momento, o status, o diploma, o reconhecimento humano se tornaram o sonho de muita gente, quando Cristo foi enfático que ganharíamos dez vezes mais se o reino estivesse como prioridade em nossas vidas, seríamos mais prósperos se o nosso tempo fosse melhor administrado, se nos desprendêssemos dos sofás e gastássemos menos tempo em dar ibope a aparência do mal e aos elementos que mais Jesus combateu nos evangelhos, viríamos de perto os milagres, a resposta chegar onde resposta não existe, ficaríamos surpresos com as surpresas provindas do trono da graça, se atentássemos mais em ouvir do que falar e oferecer sacrifícios de tolo, poderíamos estar em forma sem precisar de gastar tempo e dinheiro nas academias da vida, se déssemos meia volta e nos tornássemos como criança.
Nessa direção, os shakes, sopas, chás, anabolizantes e cosméticos até então não trouxeram em si nenhuma melhoria do ponto de vista humano, as pessoas malham o corpo, passam horas diante do espelho, tentam se produzir para causar uma boa impressão, mesmo assim continuam frias por dentro, perderam a sensibilidade, a visão espiritual ficou míope, a beleza que realça o corpo pode até impressionar, mas em si é uma luz ofuscada, pode trazer alívio à alma, contentamento, mas é como um vaso rachado que precisa retornar ao oleiro para ser moldado e transformado em vaso novo.
Da mesma forma, a oração deixou de ser exercício diário para queimar as calorias do pecado, embora a oração aqui não é aquela a qual costumeiramente fazemos antes de dormir, antes das refeições e ao acordar, não, oração é fruto de entrega e sem esse mergulho, tal ação torna-se apenas uma cultura rotineira e mecânica, é um simples repetir de palavras prontas nos fazendo ficar sobre a esteira ergométrica acreditando que estamos saindo do lugar. A oração como fruto de entrega nunca foi algo fácil, sempre travou batalhas com a obesidade e por incrível que pareça em algumas vezes tem perdido diante da carne fraca. Oramos pouco, porque a oração no meio cristão de qualquer placa metamorfoseou-se em barganha, oramos mais para pedir do que mesmo pela vontade de estarmos na companhia do nosso mais fiel amigo, Cristo Jesus, trocamos os valores e com eles engordamos demais com os supérfluos da vida.
A obesidade, além de ser um descuido, passa a ser também uma artimanha inteligentíssima. Quanto mais obeso mais preguiçoso, logo uma vez preguiçoso se tornará presa fácil do inimigo, pois um cristão quem num intervalo de 24 horas não consegue parar 30 minutos para se alimentar da Palavra e mais 30 minutos sem ter uma conversa aberta com o amigo Jesus, pode ter certeza, a obesidade deixou de ser um relaxamento para se tornar uma doença a qual se sedimenta no prato da ansiedade fazendo o homem desejar as guloseimas que os porcos comem.
Nesse caso, precisamos das armaduras espirituais, no entanto carregar armaduras é pesado, tem um preço, colocar sobre os ombros as armaduras espirituais descritas na carta aos Efésios é uma tarefa para quem está acostumado a praticar a mesma ginástica e alimentação de Cristo: Fazer a vontade do Pai. Afinal, sua comida era essa, sua ginástica era o jejum e oração, nenhum obeso conseguiria carregá-las, visto que, é preguiçoso, dorme muito e por tabela é desapercebido, falta-lhe a vigilância diária, falta visão do céu para enxergar o perigo à frente e dar meia volta, porém o obeso ver o prato, sabe que não pode comer, mesmo assim deseja, olha, cheira e come as guloseimas até lamber o fundo, pois o capacete da salvação, o escudo da fé, a couraça da justiça e a espada, que é a Palavra estavam ausentes, portanto sem elas as setas que voam ao meio dia e o arco do forte não puderam ser quebrados e o obeso então atingido.
Ao ser atingido, o obeso passa a sentar no sofá para se alimentar da programação diária, passa a dormir mais, não sente vontade de ler a Bíblia, muito menos de orar, investe pesado no laser secular, investe maciçamente na beleza do corpo, enquanto a alma vai se tornando um animal feroz vociferando as mesmas paixões do velho homem. Uma vez atingido pelas flechas malignas do colesterol, pelas setas anabolizantes do mal, o cristão se torna precipitado, egoísta, avarento, adúltero, desobediente e fazendo coisas de menino. Ora, se foi a época em que o inimigo lançava os cristãos na arena para serem engolidos pelas feras, hoje não precisa muito para exterminá-lo, basta torná-los obesos.
O velho homem não brinca em serviço, portanto continuaremos a descrever suas artimanhas no próximo texto. Lembre-se, você precisa das armas espirituais, mas para tê-las é necessário sair do sofá e subir o monte da oração, seja no próprio monte, seja no quarto, seja no intervalo do trabalho, seja no caminho com o caminho.

Até à próxima!
André Silva

quarta-feira, 27 de maio de 2009


Será que você está obeso(a)?

Suba na balança e descubra isso no meu novo texto:
O VELHO HOMEM E A OBESIDADE HUMANA.
A paz do Senhor, a todos.
André Silva

domingo, 3 de maio de 2009

Nas mãos do velho homem




“Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém aniquilará, tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo.” (1ª Co 6.13)


Muito se tem escrito sobre os fracassos nos relacionamentos, sobre as frustrações em alguns casamentos que mal começaram, nas decisões encalças, nas fraquezas daqueles que almejam acertar. Há uma enxurrada de livros sobre o assunto e ainda não tenha escrito nem um terço das causas, conseqüências e possíveis soluções, posto que assassinar as paixões não é tarefa fácil, principalmente se levarmos em consideração as inclinações do velho homem, suas motivações, medos, neuras, desejos e predicados contextuais. Então, o que nos impulsiona agir de corpo? Escolher pelo e com o corpo?
Em primeiro lugar, alguns autores discorrem sobre o contexto da modernidade jogando toda ou parte da culpa dos nossos fracassos espirituais como se as pessoas fossem manipuladas inocentementes. É bem verdade que os instrumentos da mídia em geral têm nos bastidores essa função, mas nenhuma ação se torna reação se em mim ela não tiver poder, assim entendemos que as ações da mídia no homem moderno é resultado do poder de influência sobre cada um, portanto os anúncios, jornais, revistas pornográficas, novelas, filmes e o mau uso da internet têm motivado algumas reações pelo simples fato do corpo ser alimentado e se o corpo foi alimentado é porque estava com fome e se com fome é porque estava pouco a pouco se inclinando ao prato, fator pelo qual o próprio Jesus não caiu na emboscada da ação – reação quando em quarenta dias com fome estava, antes preferiu dizer “Nem só de pão viverá o homem...”, sim, o corpo é metáfora de nós mesmos, ele é o que defendemos ser nos bastidores da vida, lá quando ninguém nos vê, quando as luzes se apagam e o oculto entra em cena.
Na contramão das reações, não poderíamos culpar a mídia, embora saibamos de suas armadilhas, a questão é: O que somos? O que defendemos? Quem somos nos bastidores do corpo, lá onde ninguém pode escutar os gritos do velho homem ruminando seu alimento predileto: as concupiscências. Sim, quem somos nós?
Responder a tais perguntas nos levaria a descobrir as raízes dos problemas nos relacionamentos em vésperas de fracasso, nos colocaria frente a frente ao espelho da verdade, infelizmente a face refletida no espelho tem sido mais verdadeira e real que nós mesmos, por isso poderemos julgar que o diálogo com Deus, com o outro e com nós mesmos têm estado ausente, até porque antes de se alimentar desejamos, desejo causado pela ação – reação do corpo, mas só alimentados se poder tiver sobre nós e para que a fome não nos cause reações contrárias, precisamos entender nossas limitações, porém temos a mania de camuflar nossos mais negros segredos, temos a cultura de mascarar nossas dores, taras, manias que ao se confrontar com as reações do corpo se lambuza com o banquete que a oferecemos, logo a mídia é o banquete dos olhos do corpo, são as guloseimas numa diabetes que nem dói nem se detecta a olho nu, mas surge de mansinho; então pare agora! Se não está sabendo usar a internet, se ao ficar a sós o dvd tem sido um banquete para os filmes pornográficos, se as playboys e G’ magazines e até mesmo as revistas de vendas de lingeries têm sido o combustível que dá poder sobre você, pare em nome de Jesus, porque nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus.
Através desses e outros elementos, o homem se sente cercado entre o ser e o não ser, falta-lhe a respiração na hora da tentação, mesmo com o espírito pronto, falta coragem para assumir que o câncer do pecado está tomando conta do corpo, falta coragem para encarar a quimioterapia no gabinete pastoral em busca de ajuda, por outro lado faltam também apascentadores nos gabinetes da vida, porque o gabinete transformou-se, em alguns lugares, em gestão financeira de “lucros – alma”, quando a alma ficou presa nas mãos do velho homem e sem forças para retroceder ao seu bel – prazer, escolhendo assim pelo corpo e com o corpo que essa terra ainda há de comer.
Dessa forma, nada pode ser feito, a não ser que a quimioterapia faça efeito na consciência e o remédio da oração seja tomado regularmente na hora exata, se não o corpo fica a mercê do velho homem, vagando pelas as avenidas de uma certeza incerta, decidindo com o olho nu ou com o coração, que de bom nada tem, acreditando nos seus passos que pouco a pouco vão cavando a própria cova no inferno que o espera, embora de cetim, brilho, grife e posição sócio - eclesiástica esteja coberto o corpo.
Sim, minha irmã tem solução, sim meu irmão o remédio da oração tomado regularmente na hora certa é um antibiótico de mil miligramas contra a pneuma da alma. Sim, buscar ajuda junto ao seu apascentador o fará enfrentar as reações do corpo, mas é exercitando o espírito em jejum, é se esvaziando da carne, que o corpo vai morrendo e o espírito tomando fôlego para responder com voz forte: eu não preciso desse alimento, eu preciso da Palavra que sai da boca de Deus.
A partir daí poderemos desenhar a arquitetura do velho homem e mostrar seu desequilíbrio diante as diversas situações. Jesus por sua vez era um homem sensato, seu corpo teve fome, mas ele rejeitou transformar as pedras em pães, visto que atender aos apelos do corpo seria jogar quarenta dias de jejum fora, seria agir com ansiedade, seria deixar o caminho, o alvo: a cruz.
Observe que o velho homem, o diabo, nos oferece comida aos poucos, primeiro ele tenta matar a fome de Jesus, segundo pede para ele pular do alto do pináculo e assim dar um espetáculo, terceiro, prostrar-se. O velho homem alimenta seu desejo, depois faz você se revelar para todo mundo envergonhando a igreja e por fim desviar-se se lambuzando com o prato. As táticas são variadas desde um simples olhar, um gesto, um pensamento para desembocar num vai e vem das emoções, numa repetição igualzinho as colheradas que colocamos na boca quando o paladar acusa que a comida esta gostosa, vamos comendo pelas beiradas, depois acabamos por lamber o prato. Então cuidado, nem toda comida gostosa é sadia, mas é um canal para algumas doenças que explodem numa simples gastrite, num diabetes ou mesmo num câncer no velho argumento que o meu corpo está forte,quando fracos somos diante de qualquer doença, ninguém venha dizer que fica em paz quando a doença nos assalta, mesmo depois dos remédios, o corpo se reabilita, dá sinais de melhoras, mas a cura total não existe, somente quando nos livrarmos do corpo dessa morte, só nas mansões celestiais estaremos livres, aqui estaremos sujeitos a tomar remédio controlado todo dia, o diagnóstico é o mesmo para todos cristãos: Vigiar, orar, jejuar e se alimentar da Palavra do Senhor, que o pão do céu, essa receita é infalível contra o vírus do velho homem.
Já entendemos que a mídia ou a modernidade não pode ser justificativa para a queda. O que interessa saber é o que nos leva a ficar nas mãos do velho homem? Por que ele exerce tanto poder sobre nós? Como se livrar das garras desse homem caído? Essas respostas nós iremos construir juntos, portanto estaremos abordando nas próximas postagens.

Até à próxima!
André Silva