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domingo, 17 de fevereiro de 2013


Qual o principal erro da 

Teologia da Libertação?






Nas últimas semanas de dezembro de 2009 o Papa Bento XVI condenou novamente a Teologia da Libertação (TL). Nas palavras do Pontífice a TL realiza uma interpretação inadequada da Bíblia, nega-se a pregar o evangelho, direciona a estrutura da Igreja para atividades que são incompatíveis com o cristianismo e o mais grave, elimina a fé que existe nos fiéis.
Oficialmente a TL procura exprimir a fé cristã num contexto social marcado pela pobreza e pela injustiça social. É preciso ter consciência que para a TL são os pobres que marcam o lugar da ação histórica e do encontro com Deus. Nesta perspectiva, a fé cristã só adquire substância histórica quando considera os pobres e excluídos como desafio incontornável e, portanto, é imperioso haver a opção preferencial pelos pobres. Ninguém, nem mesmo o Papa Bento XVI, condena ou critica a Teologia da Libertação por se dedicar a libertação dos pobres e demais grupos socialmente excluídos. Historicamente a Igreja cometeu erros, mas qualquer historiador ou sociólogo que tenha o mínimo de honestidade irá afirmar que a Igreja foi uma das instituições, na sociedade ocidental, que mais promoveram a integração humana e, por conseguinte, a emancipação dos injustiçados.
Aparentemente há uma contradição entre a condenação oficial da Igreja emanada principalmente pelo Papa Bento XVI e o discurso oficial da Teologia da Libertação.
Afinal, qual o principal erro da Teologia da Libertação?

Sinteticamente serão apontados três erros da Teologia da Libertação.
Primeiro, a TL afirma que o pobre é o lugar de Salvação e, por isso, a Salvação se dá por meio do pobre. Isso contraria gravemente os ensinamentos bíblicos e a doutrina da Igreja. Para a Bíblia e a para a Igreja o lugar da veracidade da teologia é toda a humanidade, com todos os seus grupos e segmentos sociais e, não apenas o pobre. Cristo veio para toda a humanidade e não apenas para os pobres, justamente porque “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3, 23). Jesus Cristo não é o Salvador apenas de uma classe social (o proletariado) e de um grupo social (os pobres), mas de toda a humanidade. Ele não salva apenas a vida material (comer, vestir, etc), mas salva o homem em sua totalidade (vida econômica, emocional, espiritual, estética, etc).
Segundo, em grande medida libertar o homem da pobreza significa oprimi-lo dentro de novas formas de sofrimento físico e espiritual. As populações da Europa e de outras partes do planeta que conseguiram se libertar da pobreza atualmente vivem sob o jugo de novas opressões (terrorismo, depressão, suicídio, individualismo, ditadura da mídia, morte da democracia, etc). Jesus Cristo sabe que o libertador de hoje fatalmente é o opressor de amanhã.
Terceiro, o real intuito da TL não é libertar o pobre. Se realmente a Teologia da Libertação desejasse libertar o pobre, ela não apoiaria abertamente regimes tirânicos como Cuba e a Coreia do Norte. O pobre não passa de massa de manobra dentro dos planos da TL. O que realmente ela deseja é implantar na América Latina um regime fechado nos moldes de Cuba. Na prática a Teologia da Libertação funciona como uma cabeça de ponte, ou seja, de um lado, é uma forma de ideias e doutrinas não cristãs entrarem dentro da Igreja. Entre essas doutrinas cita-se: o secularismo, o ateísmo, a defesa de um Estado totalitário e, por causa disso, a opressão de toda a população. A TL funciona como uma espécie de idiota útil, ou seja, deve legitimar o discurso opressor oriundo do totalitarismo. Sendo que essa legitimação é feita por meio da estrutura da Igreja e de uma indevida interpretação da Bíblia. Do outro lado, a Teologia da Libertação funciona, a nível latino-americano, como um grande palanque político da esquerda. Não é crime uma facção religiosa ter uma ideologia política. Muitos grupos religiosos adotam posições e ideias políticas. O grande problema é que a TL afirma defender o pobre. Na prática o que realmente ela deseja é angariar a simpatia e os votos dos pobres para a esquerda.
A Teologia da Libertação simplesmente ignora que historicamente foi a esquerda quem persegui e matou milhões de cristãos em todo o mundo. Grande parte dos sofrimentos que a Igreja sofreu nos últimos duzentos anos se deve à esquerda. A esquerda é a grande propagadora, a nível mundial, do ateísmo e de doutrinas anticristãs. Entretanto, tudo isso não interessa a TL. A Teologia da Libertação está mergulhada num mar de alienação, de totalitarismo e de doutrina marxista anticristã. O Papa Bento XVI está correto ao condenar essa facção teológica.
Por fim, é preciso afirmar que sem dúvida a teologia e, portanto, toda a Igreja devem estar preocupadas e empenhadas em combater a pobreza, principalmente a pobreza extrema que causa a morte física do indivíduo. A sociedade cristã não pode admitir a existência de pobres e de pessoas morrendo de fome. Entretanto, a luta contra a pobreza deve ser feita por meio da doutrina social da Igreja e não por meio da ideologia marxista, opressora e totalitária defendida pela Teologia da Libertação. Os países que a TL apresentam como modelos (Cuba, Coreia do Norte, Venezuela) não extinguiram a pobreza. Os modelos de homens propostos pela TL (Marx, Che Chevara, Fidel Castro, etc) são pessoas que trouxeram para seus países a morte e a destruição. Quem realmente deseja combater a pobreza deve ter como modelo Jesus Cristo, a Virgem Maria e os santos. Além disso, deve colocar em prática a doutrina social da Igreja.
Ivanaldo Santos é filósofo ( ivanaldosantos@yahoo.com.br ).

                    Reflexões sobre a quarta-feira de cinzas


A quarta-feira de cinzas marca, para muitos cristãos católicos, um dia de arrependimento pelos excessos cometidos durante a festa carnavalesca, e define o reinício das atividades profissionais em todo o país.
O reverendo presbiteriano Hernandes Dias Lopes publicou em sua página no Facebook um pequeno texto, em que propõe uma reflexão sobre o real sentido do arrependimento.
“Muitas pessoas hoje passarão por um rito religioso, colocando cinzas sobre a testa. Afinal hoje é quarta-feira de cinzas. É uma espécie de arrependimento dos pecados e excessos cometidos no carnaval. A grande pergunta é: o que é arrependimento? Será que um ritual externo pode limpar o coração e aliviar a consciência?”, questiona.
Em seu texto, Lopes observa que o arrependimento passa por mudanças de atitude conscientemente e transformação da mente.
“Arrependimento tem três implicações. A palavra grega “metanoia” traz a idéia de mudar de mente. Portanto tem um componente racional. Depois traz a idéia de sentir tristeza segundo Deus, ou seja, uma profunda convicção que o pecado é uma ofensa contra Deus. Portanto, o arrependimento tem um envolvimento emocional. Finalmente, o arrependimento envolve a vontade, pois significa dar meia volta e tomar uma nova direção. Não é arrependimento e novamente arrependimento, mas arrependimento e frutos de arrependimento”, pontua o reverendo.
Já o bispo anglicano e doutor em Escatologia e Ciência da Religião Hermes C. Fernandes publicou um artigo em forma de oração a Deus, em que fala sobre a quarta-feira de cinzas do ponto de vista de quem assiste ao pós-folia.
“Ninguém nos conhece tão bem quanto o Senhor. Tu sabes o quão suscetíveis somos às paixões carnais. Por isso, dirijo-me a Ti para rogar o Teu perdão e a Tua misericórdia sobre nosso sofrido povo brasileiro. Não somos inocentes. Sabemos exatamente onde e quando erramos e magoamos o Teu coração. Porém, nem todos conhecem a Ti por meio de Teu Filho Jesus Cristo. Estes carregam nos ombros o insuportável peso da culpa, sem ao menos saberem a quem recorrer em busca de alívio”, escreveu Fernandes.
Em sua oração escrita, o bispo Fernandes confessa que por sermos humanos, todos pecamos, e todos devem buscar perdão na quarta-feira de cinzas: “Muitos de nós, desejosos de Te agradar, preferiram privar-se da festa, isolando-se em seus domicílios ou em retiros promovidos por suas igrejas. Mesmos estes não estão imunes ao pecado, seja ele de ordem moral ou por pura presunção. No fundo, somos todos “farinha do mesmo saco”. O pecado não está na Avenida onde acontecem os desfiles, nem nos blocos, nos bailes ou na transmissão televisiva. Antes, o pecado está em nós, em nossa natureza caída. Por isso, todos, igualmente, temos nossas próprias razões para nos arrepender. Inclusive pela nossa indiferença e alienação”.
O artigo se encerra com um pedido a Deus por mais graça: “Ajude-nos, Senhor, a que sejamos mais compassivos e menos jactanciosos. Que sejamos sal da terra, luz do mundo, e não sal no saleiro ou holofotes voltados para nós mesmos. Que tenhamos mãos estendidas no lugar de dedos em riste. Tire-nos de nosso comodismo e ostracismo, e conduza-nos na direção do outro, mesmo quando este pensa e age de maneira contrária aos nossos valores e princípios. Que o mundo conheça através de nosso testemunho de amor, aquela alegria perene que não termina em cinzas, festa que não tem hora para acabar”.
Por Tiago Chagas – extraído do site Gospel+ no dia 14/02/2013