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quinta-feira, 28 de março de 2013


Adora(dores)
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (João 4.23)

                                                                                                                             
          A adoração sempre foi o princípio de tudo, a natureza criada harmonicamente entoa sons de adoração: o marulho das águas louva a Deus, o estrondo das ondas do mar adora o Criador, o uivo dos ventos veementes são acordes de adoração (À)quele que tudo faz, o cantar das aves anunciando o dia, o balançar dos galhos no estalar da madeira, os animais em bandos ruminando e agradecendo no engordar dos seus lombos, a ave de rapina dando de comida aos seus pintainhos no topo da montanha abrindo as asas num tom ufânico ao enxergar de longe a comida para prole nos dias de inverno, os cardumes num bailar triunfal se deslumbrando ao lado de seres gigantes que vão a superfície e voltam ao mais profundo e deixam as águas repletas de um borbulhar que diz: ELE É O SENHOR. As gramas saindo das entranhas da terra, colorindo o chão nu, as plantas rasteiras se ramificando e botoando o ambiente com outras cores, as pétalas se abrindo delicadamente exalando perfume e atraindo o beija- flor e as abelhas que extraindo o pólen agradecem ao Criador por sua fantástica obra; sim a adoração está vinte e quatro horas na voz dos seres que não raciocinam, mas entendem que há um Deus superior e Criador que merece total reverência e adoração.

           E o Deus triuno fez o homem e pronunciou: façamos o homem segundo a nossa imagem e semelhança e que ele “governe” (orquestre) sobre toda obra criada. (Gn 1.26-28) Assim entendemos que o homem foi o maestro da maior orquestra filarmônica do mundo: a natureza, e por isso deveria até hoje entender o que são e como são as notas musicais da suprema adoração. Então, o primeiro casal não entendeu o poder existente no louvor e atraído pelo doce veneno da serpente abandonou seu posto e deixou o coral cantando sozinho até que um dia tudo começou a desentoar e produzir as tantas catástrofes: maremotos, tufões, alagamentos, erupções desordenadas, todo som harmônico que rege a nossa vida desentoou talvez porque você e eu abandonamos o nosso lugar de conhecedor da adoração.

          Não quero com isso dizer que a adoração no homem se extinguiu, pense comigo: o homem quis acrescentar uma nota fora do tom ao que já existia, pois no princípio a única ocupação do homem era adorar com o seu trabalho, tanto que na viração do dia Deus falava com ele, quando então o casal decide deliberadamente ser igual a Deus, o Criador se ausenta por ausência de adoração, posto que a adoração é o feedback, a certeza de que adorando seremos ouvidos, adorando seremos agraciados pela santa paz que excede todo entendimento mesmo no momento mais turbulento de nossas vidas, adorando em espírito e em verdade entoamos som como uma bomba atômica contra os poderes do mal, “damos um golpe de estado num estado de coisas”, adorando verdadeiramente ao Rei dos Reis, até a morte tem que retornar ao seu lugar de origem e a pior enfermidade tem que ir embora, nada suporta o som da adoração a Jesus, até os caídos se levantam, os ossos secos criam carne e vida, pois esse é o único som que faz Deus se levantar, pelejar, guerrear e vencer por você.

          Se a adoração verdadeira que é produzida no íntimo da alma é a arma para lutarmos e o som para agradecermos, o que aconteceu com os adoradores? Onde eles estão? Onde está o seu Deus?

          O homem aprendeu a cantar, exibir sua bela voz, bater palmas, levantar as mãos, saltar sem entender que é necessário, mesmo caído, restaurar seu posto de maestro. O caminho inicial sem dúvida é se entregar a Jesus e nascer de novo, mas ai está, nem todos nasceram de novo, muitos buscaram sozinhos e com as próprias mãos mudar para obedecer, mudar para fazer média na comunidade, até obedecem às regras e costumes, mas no íntimo não nasceram de novo, logo sua adoração não é adoração é dor, enfado, interesse próprio, carnalidade revestida de santidade ou não foi assim com a Samaritana? Ela contra-argumentou com Jesus sobre esse tema: “nossos pais adoravam neste monte e vós (judeus) dizeis que o lugar de adorar é em Jerusalém” (Jo 4.20); percebam que a dor da tradição é latente e essa dor é quase incurável, nossos pais, antepassados, isto é, aprendi desde pequena que é assim disse ela, em outro tom dizem: nasci nesta religião e nela vou morrer, e não entendem, como a Samaritana também não entendeu até que Jesus explicasse que o adorar é livre não está aqui nem ali, o adorar é como o vento, qual a sua direção?

          O verdadeiro adorador neste momento está no quarto frio do hospital cercado de aparelhos, porém grato por saber que sua vida, seja aqui na terra como ser carnal ou no paraíso celestial no mundo dos seres espirituais, está nas mãos do criador, afinal Ele é o nosso dono, Jesus é quem resolve o que quer de nós. O verdadeiro adorador está agora na cozinha preparando, mesmo com pouca comida no armário, a mais saborosa refeição para os seus filhos, superior aos mais requintados Buffets europeus, porque ao descascar o único legume que tem ele está sendo grato por mais um prato na mesa, pois sendo nós pecadores e desobedientes, mereceríamos mesmos: o nada. O verdadeiro adorador é aquele que ver a mão de Deus em tudo, até mesmo quando a sentença judicial foi contra ele, então com os olhos em lágrimas, sem entender, ele olha para os céus e entoa: DEUS, EU TE AGRADEÇO! O verdadeiro adorador é aquele homem ou mulher que diante do som do pecado acha estranha àquela nota, olha para orquestra e diz, NÃO, ESTÁ ERRADO! O certo é: EU NÃO POSSO PECAR CONTRA O MEU DEUS, EU PERTENÇO AO SENHOR. O verdadeiro adorador incentiva a outros através de seu testemunho a louvar ao Senhor na beleza de sua santidade. O verdadeiro adorador reconhece que é imperfeito, mas entende que sua fraqueza pode ser aperfeiçoada nAquele que tudo pode e faz. O verdadeiro adorador não julga o outro, porque sabe que Jesus já foi julgado em seu lugar. O verdadeiro adorador caminha duas léguas com inimigo, cobre o nu, veste do frio o adversário, dá a outra face e acima de tudo, ama.

          Por outro lado, aquele que não adora em espírito e em verdade é apenas um adora – (dor), é só dor, dor e dor. Dor por não ser sincero; dor por não receber a benção verdadeira e confundir benção material com prosperidade divina; dor em ir ao culto só para assistir e não para adorar e por não adorar verdadeiramente, continua levando essa vidinha de resmungos, dor por parecer o que não se é; dor por não buscar na fonte certa a verdade; dor pelo juízo que vem, dor em causar mais dor ainda, quando deveria o homem fugir de toda aparência do mal, porém se deleita nas rodas de fofocas, entrega seus irmãos e não consegue andar de dia nem carregar a paz, porque a paz nunca teve. Afinal, “Vai buscar o teu marido e vem cá, disse” Jesus, ela respondeu: não tenho marido e Jesus retruca: “disseste bem, pois já tiveste cinco e este que agora tens não é o teu, agora falaste a verdade”. (Jo 4.16-18) Ora, nenhuma verdade é verdade sem que antes venhamos a conhecer quem é Jesus e quando o homem o conhece, experimenta, segue e o fim é se entregar e adorar, fora disso é só religiosidade, hipocrisia, fanatismo e muito farisaísmo.

          Mas ainda tem uma saída! É possível, mesmo hoje, transformar adora- (dor) em “a - dor – ação”. Jesus disse a Samaritana: “aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede” (Jo 4.13,14) Talvez seja esse o primeiro princípio para que o maestro retorne ao seu posto e orquestre uma sinfonia que mova o coração de Deus e restabeleça sua aliança com ele, mas onde está o homem? Quem sabe buscando naquele “hino de vingança” confortar o seu ego e mentir para si mesmo, pois o inimigo que deve ser humilhado e morto, segundo a Bíblia, é o diabo e seus anjos os quais pelejam o tempo todo para que eu e você paremos de adorar, outro inimigo é a morte a qual Jesus já tem o fim para ela em breve. Agora nosso maior inimigo humano existe para exercitarmos canções de louvor em adoração a Deus, pois é o amor, fruto produzido pela Água Viva do Espírito Santo em nós, que nos faz perdoar aqueles que nos perseguem, porém não estou aqui bancando um super – crente que já foi transportado pela carruagem de fogo da santidade, perdoar o inimigo demanda esforço e exercício diário dessa luta entre a carne e o espírito, não é fácil, mas a água da vida nos faz mudar de visão, sai então a visão carnal limitada e surge ao longo do amadurecimento da vida cristã a visão espiritual ilimitada. “Como sendo tu judeu pedes de beber a mim que sou samaritana?” (Jo 4.9) Para a samaritana carnal tal união era impossível, mas quando ela passasse a experimentar a Água da Vida, toda barreira seria quebrada.
         
           Onde Está o Deus dos adora – (dores)? Em primeiro lugar, o Deus dos adora- dores não é o verdadeiro Deus é apenas um deus criado na imaginação daqueles que se vestiram de religião, mas nunca beberam na fonte, não nasceram de novo, logo escutam vozes estranhas, o que ganha perece e o fim será gritar: “Profetizamos tanto em teu nome, em teu nome expulsamos demônios”, a resposta é uma só: “Nunca os conheci”, dirá Jesus. (Mt 7.22)

          Em segundo lugar, esse deus é fruto da tradição cultural, logo seus produtores são como violões com apenas uma corda, só têm uma nota:  o eu, eu, eu, só eu...

          Assim, os verdadeiros adoradores estão acostumados às sinfonias, o que é belo não é a sua voz, mas a essência do seu trabalho, portanto na alegria ou na dor, mesmo que o fruto da oliveira minta, que falte mantimentos, que tudo se acabe, eu, porém, louvarei ao Senhor. Faça isso agora, aconselho você que pare agora um minuto onde estiver e eleve seus pensamentos aos céus, direcione – se ao trono da Graça e apenas adore, adore, adore... Esqueça passado, presente e futuro, problemas, sonhos não realizados e adore, as demais coisas você verá: serão acrescentadas, assim diz o Deus dos verdadeiros adoradores, Jesus Cristo.

Até à próxima!
André Silva.

quinta-feira, 21 de março de 2013


O Super Espermatozóide de Augusto Cury e os pregadores



Não são poucos os pregadores famosos que bebem das águas do cientista Augusto Cury. Alguns, inclusive, fazem questão de dizer que os livros desse psiquiatra cristão (cristão?) são um fiel retrato do Deus apresentado nas Escrituras. Será?

Já citei, em outro artigo, alguns trechos do livro Nunca Desista dos seus Sonhos. Neste, citarei partes da obra Você É Insubstituível, a fim de demonstrar como esse brilhante psiquiatra e autor de best-sellers está equivocado quanto ao seu pensamento a respeito do Criador e suas criaturas, a ponto de, conscientemente ou não, diminuir o Senhor Todo-poderoso, ao supervalorizar o ser humano.

“Você foi surpreendente! (...) Somente alguém com uma força descomunal como a sua poderia vencer uma corrida com milhões de concorrentes pisotenado-o, pressionando-o. (...) Você foi um grande sonhador. Sonhou sem ter capacidade de sonhar. Sonhou, através do seu programa genético, com o espetáculo da vida. O que você pensou na corrida? Nada! Você ainda não pensava. (...) Sem sonhos, a vida não tem brilho. (...) Lembre-se de que, comparando o tamanho do espermatozóide com as montanhas que teve que escalar dentro do útero de sua mãe para fecundar o óvulo, você escalou centenas de montes Everest. Nada podia detê-lo. Quando temos um grande sonho, nenhum obstáculo é grande demais para ser superado” (Você É Insubstituível, Sextante, pp.32-43).

O que há de errado com o belo palavreado de Augusto Cury? Em primeiro lugar, ele descreve todo o processo de concepção do homem sob a ótica antropocêntrica. Não enfatiza que o fato de um único espermatozóide, dentre milhões, conseguir fecundar o óvulo se deve ao grande Criador, que dá origem à vida e a preserva desde a sua concepção. Veja o que está escrito em Salmos 139.16: “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia”.

É exagerada e descabida a ideia de considerar a partícula masculina — o espermatozóide — vencedora por ter atingido o óvulo. Na verdade, a vida humana só tem origem quando as partículas masculina e feminina se encontram. E, antes disso, não há nada que possa ser valorizado em um espermatozóide, a ponto de se comparar a sua chegada ao óvulo com o escalar de centenas de montes Everest! Oh, nada pôde detê-lo. O nosso super-herói venceu! Viva o Esperman, o invencível!

Para reforçar a teoria do Super Espermatozóide, Cury afirma: “Você nadou sem barco de apoio, bússola ou outra tecnologia para fecundar o óvulo. E, além disso, tinha de atingir um ponto minúsculo sem ter o mapa do alvo. Imagine sair a nado da Europa até os EUA e atingir um alvo pequeno como um ovo de páscoa. Sua pontaria foi incrível! Você bateu todos os recordes imagináveis de nado livre” (Você É Insubstituível, Sextante, 46).

Ora, que me perdoem os fãs desse grande cientista e psiquiatra, mas a ilustração acima é risível. Não há força descomunal nem incrível pontaria algumas em um espermatozóide! Isso é conversa de palestrante de autoajuda. O pior é ter de ouvir pregadores famosos — que não discorrem sobre a Ajuda do Alto (Hb 13.5,6) — dizendo: “Dentre milhões de espermatozóides, apenas um atingiu o óvulo da sua mãe. Diga para o seu irmão: ‘Você é vencedor desde o ventre materno’”, como se isso fosse uma grande verdade da Palavra de Deus!

Ao contrário do que assevera Cury e seus fãs, surpreendente é Deus, e não o espermatozóide! Afinal, somente Ele, com o seu grande poder, podia ter feito com que o espermatozóide atingisse o óvulo da nossa mãe! Por isso, o mesmo salmista (Davi) reconheceu a grandeza de Deus, ao criá-lo: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.14).

Cury também assevera que o Esperman já era um sonhador! E, a partir dessa grande “descoberta”, introduz a sua “fantástica” teoria de que tudo gira em torno dos nossos sonhos. Em outras palavras, o ser humano, a rigor, não precisa de Deus. “A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, e a ausência dos sonhos transforma milionários em mendigos” (Nunca Desista de seus Sonhos, Sextante, p.12). Mas, como já vimos em outro artigo, entregar o caminho ao Senhor, priorizando a sua vontade, é muito mais importante do que sonhar de olhos abertos (Sl 37.5; Lc 9.23; Rm 12.1,2; Pv 16.1).

“Sua mente é insondável, mas talvez nem perceba. (...) Determine ser alegre, seguro, feliz. Dê um choque de lucidez em sua emoção, arquive novas experiências! Seja autor e não vítima de sua história” (Você É Insubstituível, Sextante, pp.57-61). Não é incrível tudo isso que Cury escreveu? Ser feliz é mais fácil do que se imagina. Você não precisa entregar a sua vida ao Senhor Jesus e segui-lo, como diz o antigo mas atual Livro dos Livros. Basta você usar todas as suas potencialidades. Elas estão dentro de você! Ouse sonhar! Determine!

Viu de quem alguns pregadores e cantores estão recebendo as suas “inspiradíssimas” mensagens sobre os sonhos de Deus que jamais vão morrer? Diferentemente do apóstolo Paulo, que dizia: “eu recebi do Senhor o que também vos ensinei” (1 Co 11.23), eles podem afirmar, de boca cheia e aparentando muita espiritualidade: “eu recebi do grande psiquiatra, cientista e autor de best-sellers Augusto Cury”. Oh, como são “maravilhosas” as pregações e canções da pós-modernidade! Como elas massageiam o nosso ego!

Mas o senhor Cury, que já “analisou” a inteligência de Cristo — que pretensão, hein! —, deveria saber que insondável mesmo é a sabedoria e a ciência de Deus (Rm 11.33). Ademais, somente o Senhor pode determinar. E Ele é quem deve ser o autor da nossa história! Quanto a nós, falíveis e fracos mortais (1 Pe 1.24,25), devemos depender inteiramente dEle (1 Pe 5.6,7), como nos ensina a sua Palavra: “Posso todas as coisas naquele que fortalece” (Fp 4.13).

O antropocentrismo desse grande psiquiatra não para por aí. Diz ele, com convicção: “Talvez você esteja ocupado que nem ache tempo para dialogar consigo mesmo. É provável que você cuide de todo mundo, mas tenha se esquecido de você mesmo” (Você É Insubstituível, Sextante, p.79). Viu qual é a diferença entre a autoajuda de Cury e a Ajuda do Alto esposada na Palavra de Deus? A primeira nos estimula a acharmos tempo para nós mesmos. A segunda nos exorta a dedicarmos o melhor do nosso tempo ao Senhor e meditarmos em sua lei de dia e de noite (Sl 1.1-3; 55.17; 119.97; 1 Ts 5.16,17, etc.).

Augusto Cury não poderia concluir o seu best-seller Você É Insubstituível sem falar novamente do Super Espermatozóide: “Lembre-se sempre de que no início de sua história você era fragilíssimo e solitário, mas foi um gigante. (...) Você nasceu vencedor. (...) Brilhou tanto, que merecia o Oscar, o Nobel... Mas tudo isso era pequeno para premiá-lo. Então entrou em cena um ser especial, o Autor da existência, Deus, do qual ouvimos muito falar e conhecemos tão pouco. Ele observou sua capacidade de lutar. E, por fim, o premiou com o maior de todos os prêmios: O MILAGRE DA VIDA. (...) Se você não existisse, o universo não seria o mesmo” (Sextante, pp.88-107).

Meu Deus! Como podem os pregadores não perceberem o quanto a teoria do Esperman diminui o Senhor e endeusa o ser humano? Ela ignora que Deus é quem dá origem e controla todo o processo da concepção. E ainda afirma que o Criador dá um prêmio para o vencedor, depois de ter percebido que ele — o espermatozóide, nesse caso — teve capacidade de lutar! O pior é que o senhor Cury ainda posa de entendido no estudo sobre Deus, ao dizer: “entrou em cena um ser especial, o Autor da existência, Deus, do qual ouvimos muito falar e conhecemos tão pouco”.

Infelizmente, não são apenas os pregadores que estão enveredando pelo caminho da autoajuda, em detrimento da Ajuda do Alto. Há muitas canções “evangélicas” de sucesso pelas quais se afirma que já nascemos para vencer, que já tínhamos cara de vencedores! Repito: isso é conversa de palestrante de autoajuda! À luz da Palavra de Deus, o ser humano nasce pecador, perdido, derrotado (Rm 3.23; Sl 51.5). Nasce para perder, e não para vencer! Ele precisa atender ao chamamento do Senhor Jesus para a salvação (Mt 11.28-30), dirigido a todos os homens (At 17.30,31), a fim de que se torne mais que vencedor, em Cristo (Rm 8.37).

Amém?
Ciro Sanches Zibordi

segunda-feira, 11 de março de 2013


O Ecumenismo é bom ou ruim?


Houve uma época em que o ecumenismo era um grande perigo para a Igreja de Cristo. Pastores verberavam contra ele. Cristianismo verdadeiro e catolicismo romano eram coisas completamente antagônicas e irreconciliáveis. Mas os tempos mudaram. Hoje, com a aproximação entre evangélicos e católicos — fomentada pela festejada comunhão entre padres galãs e astros da música gospel —, o ecumenismo está se tornando obrigatório.

O que é o ecumenismo e por que os cristãos do passado não o viam com bons olhos? A palavra “ecumênico” (gr. oikoumenikós) significa “aberto para o mundo inteiro”. O Senhor Jesus disse: “Eu sou a porta” (Jo 10.9), e os apóstolos corroboraram a sua declaração (1 Tm 2.5; At 4.12). Já os adeptos do ecumenismo argumentam que cada pessoa tem o seu ponto de vista, e o importante é acreditar em Deus e amar o próximo. Se alguém faz isso, já é uma pessoa do bem e não precisa se submeter aos rígidos mandamentos contidos nas Escrituras.

A despeito de haver pessoas boas e honestas em todas as religiões, penso que o caminho para o céu é um só, aceitemos ou não essa verdade. É claro que devemos respeitar a escolha de cada um; só não podemos ignorar o que a Palavra do Senhor ensina. Ela deixa claro que priorizar sentimentos em detrimento da verdade é um grande erro: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Seria o amor entre católicos e evangélicos uma justificativa para se abrir mão da verdade?

O ecumenismo prioriza o amor, em detrimento da verdade, contrariando o que diz a Palavra de Deus em Efésios 4.14,15: “que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (ARA). Para Deus, o que vale é a unidade em amor, em torno da verdade (Jo 13.35), e não a unidade com aqueles que ensinam falsas doutrinas ou apoiam comportamentos anticristãos.

Se o amor anulasse a verdade, e devêssemos, em decorrência disso, tolerar o erro, em prol da unidade, por que o Senhor Jesus disse as seguintes palavras? “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos despedacem” (Mt 7.6).

O amor sem a verdade é fraco e sem influência. Já a verdade sem o amor é rígida demais, sem misericórdia. O amoroso Deus é santo e justo, e aqueles que permanecerem no pecado, por mais convincentes que sejam as suas argumentações, serão lançados no inferno, e a sua parte “será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte” (Ap 21.8).

Não é fácil comunicar o Evangelho a uma geração que ouve com os olhos e pensa com o coração. Mas o verdadeiro amor não abre mão da verdade. O amor de Deus não anula a sua santidade. Amor não é sinônimo de tolerância. Quem ama o Senhor deve se submeter aos seus mandamentos, pois amá-lo implica fidelidade à Palavra: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23).

O apóstolo Tiago, depois de mostrar que o amigo do mundo é inimigo de Deus (4.4), afirmou: “Sujeitai-vos, pois a Deus...” (4.7), pois quem o ama se sujeita à sua vontade. E, em 1 Coríntios 16.22, Paulo declarou: “Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; maranata”. Se católicos e evangélicos devem se unir em amor, sem levar em conta a verdade da Palavra de Deus, por que o apóstolo foi tão categórico ao dizer que está sob ou é anátema — amaldiçoado, condenado — quem não ama Jesus?

É claro que Paulo não sugeriu uma “guerra santa” entre os evangélicos e os católicos. Porém, a solução para o mundo não é a união de todos em torno de suas próprias verdades, criadas mediante consensos, e não recebidas do alto (1 Co 11.23). É do Senhor que vem a verdade, através das Escrituras, pois somente elas são divinamente inspiradas e proveitosas para ensinar, redarguir, corrigir e instruir em justiça (2 Tm 3.16).

Aparentemente, o ecumenismo está coberto de coerência, haja vista firmar-se no pressuposto de que cada pessoa possui a sua crença, e que devemos respeitá-la. Parte-se do princípio “democrático” de que cada um tem o direito de acreditar no que quiser sem ser incomodado, desde que guarde consigo a sua verdade e não emita nenhuma opinião sobre as verdades alheias. Isso já vigora em boa parte da Europa e dos Estados Unidos — o que chamam de liberdade ou exercício pleno da democracia.

Nada tenho contra os padres galãs e as pessoas que seguem ao catolicismo romano. Entretanto, a Palavra de Deus é clara: “E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (At 5.32). Ora, quem ainda tem Maria por mediadora e Pedro por fundamento da Igreja obedece ao Senhor? Não! Por isso, Jesus afirmou que o mundo não pode receber, ver e conhecer o Espírito da verdade, que está em nós (Jo 14.17).

Amém?
Ciro Sanches Zibordi