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segunda-feira, 16 de março de 2009

Supérfluos



O dia levantou-se quente, horas antes, muitos não dormiram esperando - o chegar. O que nos aguarda? Eis um mistério. Como é misterioso o dia, você já parou para observá-lo?
Ansiosos, muitos saem a buscar respostas para suas dúvidas, outros saem em busca de pão no labutar árduo do escaldante sol, enquanto alguns nem saem por não terem mais esperança.
No supermercado, as filas são intermináveis, uma inquietação move as pessoas e elas nem percebem o que acontece em sua volta. As caixas registradoras metralhando nossa consciência no novo barulho de um clic em um botão emitindo um lazer que registra o preço, mas também a vida. Pessoas apressadas nas filas, os carrinhos cheios de supérfluo e o dia de pé continuando acordado como se esperasse por nós.
A fila anda, dizem inocentemente os jovens de hoje, sem perceber que naquela fila andam conosco nossas aflições, tristezas, esperanças e temores. E enquanto a caixa registradora nos entrega a nota, dezenas de pensamentos se perdem, enquanto o dia vai mudando de roupa e nem percebemos.
Apesar do seu domínio sobre os homens, o dia descansa, não se preocupa, não teme, não fica ansioso, não envelhece rápido, não cobiça a natureza alheia, não corre demais, faz tudo na hora certa, dorme bem e não enruga o rosto, nós humanos é que nos preocupamos quando no amanhã o dia sempre se levantará com alguma novidade.
Pela manhã, o agricultor olha o horizonte verde, que de esperança nada tem a não ser muita terra a cultivar, um sombreiro no caminho nos fazer parar na caminhada, uma fruta madura no pé a nos chamar, belas flores no jardim... Ah! São tantas coisas a desvirtuar nossa atenção, tantas coisas que nos faz esquecer de que, até que o dia se deite, é uma nova chance para recomeçar, uma nova chance de dizer basta, uma nova chance em se permitir sonhar, uma nova chance para se reconciliar com o outro, mas também, ao pôr do sol, um novo momento nos espera e o dia se deita e esquecemos de enterrar com ele nossas inquietações, frustrações e medo, afinal de contas: basta a cada dia o seu mal. (Mt. 6.33,34)
A fila continua parada, enquanto isso mais um motivo para deixar o carrinho e ir buscar o que não se precisa, assim somos nós buscando os supérfluos da vida, preenchendo nosso tempo no lugar do tempo com Deus a quem promete nos acrescentar o que nos falta. E com isso, os olhos ficam tensos, o franzir da testa apenas confirma nossa pressa, nossa falta de paciência por uma fila que não anda, apenas aumenta e o dia que não espera, passa e não vemos nada acontecer, então assim reclamamos a falta de eficiência do caixa, quando nós é que colocamos no carrinho o que não deveríamos, sim, acumulamos idéias, planos futuros e preocupações como se o dia fosse mil em um e se para cada dia sua porção e mal porque será que pedimos pressa em nossas vitórias? Se somos nós mesmos que a adiamos. (Tiago 4.3)
Já verificou seu carrinho de supermercado? faça um teste, retire os supérfluos: As preocupações as quais chorando e se lamentando não se resolvem, retire também os planos mais apaixonados do coração, eles só inflacionam e aumentam o preço final de seus pedidos e lhe deixa mais tempo nessa fila, retire desse carrinho as dores físicas, porque até para elas há um dia específico e quando elas vêm servem apenas para provar que somos pó sobre a terra, suas dores são lembranças das mentiras e chicotadas até a cruz, Cristo suportou, nós filhos do Rei diríamos apenas: O que queres comigo? Que me darás em troca por esse momento de tortura? Não adianta se alojar, minha carne nasceu para morte, mas meu espírito pertence à vida, ao mestre; aproveite e tire do carrinho seus sonhos, esses sãos os supérfluos mais difíceis de saírem pelo simples fato de que acreditamos precisar dele para nossa alimentação diária, dizem até que quem não sonha está morto, mas não disseram ainda que nossos sonhos são daqui, pedidos incoerentes do coração, não têm consistência, sustância vitamínica, são caros, porque precisam ser conseguidos com esforços próprios e esquecemos que o nosso Deus trabalha para aquele que nEle espera, Ele trabalha, Ele realiza, nós apenas temos que obedecer, Ele faz, nós apenas temos que buscá-lo em primeiro lugar e Ele manda o que falta, é simples! Imagine agora ser um rei em toda sua majestade, mas sem poder se vestir com os lírios do campo, paradoxal no mínimo, assim são muitos dos nossos sonhos e desejos, são bons pedidos, porém inflacionam o tempo na fila, não são atendidos porque não glorificam a Deus e sim a nós mesmos.
Ah, quanta gente frustrada por esperar o irrealizável e acreditar que Deus é culpado, sem entender que na verdade Deus não atendeu para livrá-lo de um abismo lá na frente, então faltou colírio espiritual nessas compras, com ele não nos enganamos nem nos embaraçamos com as coisas dessa vida, então dobre o joelho, se derrame nos pés do Senhor, tire mais esse supérfluo e ponha colírio no carrinho, você precisará em breve.
Se todas as pessoas retirassem seus supérfluos dos carrinhos, a fila diminuiria, o tempo de espera seria menor, o dia seria melhor aproveitado, as rugas demorariam a surgir, as doenças psicossomáticas não seriam uma constante em nosso meio, se não é, observe ao seu redor tanta gente doente não do corpo, mas de mente e da alma, precisando refazer as compras, colocar o básico para que o Senhor venha apenas acrescentar, o ruim é que nós é que queremos acrescentar ao nosso gosto, por isso as contas aumentam, a fila pára, as rugas ficam explícitas e o tempo se vai sem dizer adeus.
Meu Deus, como esta compra foi cara! Dizia uma senhora resmungando sem entender, outras pessoas se movimentando a procura de mais supérfluo, a fila congestionada e lá fora os carros passando velozes correndo para vencer o invencível: o tempo. Às 10 horas da manhã, o dia abafado, e no supermercado as luzes acesa nos dando a idéia de que o tempo está parado e esperando por nós.
As nuvens se formando escuras prevendo a chuva, a inquietação aumentando, porque temos medo do escuro, do imprevisível? A chuva fina começou a cair e aumentar o desespero das pessoas, então entendi: o medo do fim assusta, mas nos fundo no fundo, não estamos nem ai com o fim, pois o agora alimentado pela ansiedade é o que vale, por esse motivo os supérfluos engordam nossa consciência cega, nos deixa obesos corporeamente, mas desnutridos e sem forças para discernir o dia, os supérfluos nos deixam doentes físico – espiritual, sãos os doces em demasia, as carnes deixadas no Egito as quais sentimos saudade de comê-las, fazendo em silêncio explodir o diabetes que não dói, nem se mostra, mas ao chegar é como os filisteus que nos rendem e nos cegam os olhos, ai então só a misericórdia de Deus para nos dá a força novamente quando clamarmos por Ele.
É hora de passar as compras, ficar atento se a caixa registradora multiplica por dois o preço, afinal o mundo é mau, não podemos nos assustar o que nos faz o homem, o mundo é governado por ele, homem – deus – anjo, precisamos ficar atentos na escolha e no preço, até porque Jesus nos ensinou que na vida diária a cruz é pesada, ela existe, sem preço para pagar, é andar no mundo de Alice, muitos querem o mundo de Alice no país das maravilhas, mas o nosso país é outro, é de cima, e por isso entrar lá custa caro, o preço é caro, a estrada é estreita, não há flores nem guloseimas no caminho, se você pensar ao contrário é porque a miopia causada também pela diabetes já afetou sua saúde, sim, a salvação é grátis, já foi paga, agora permanecer com o bônus da salvação tem um preço: permanecer fiel até o fim, então cuidado para não encher o carrinho de gato por lebre, material falsificado, made in China, até funcionam, são mais baratos, caminho fácil e descomplicado para atender nosso ego ávido pelos sonhos da carne, mas que no fundo nos fazem sofrer as duras penas e até que nos encontremos com Deus nos vale de Jaboque, haja sete anos trabalhando de graça por um sonho que nunca chega e tendo que confessar o verdadeiro nome e vencer o anjo para que a vitória chegue, sim amados, observe o preço, sem preço não há vitória.
Ao passar as compras, saímos sorrindo, mas a cabeça enorme, não sobrou dinheiro, não teve reserva para o meio do mês, dias complicados onde a alimentação começa a faltar, nesses dias o inesperado acontece, alguém adoece, os créditos do telefone acabam, um objeto na vitrine nos incendeia a vontade de acumular a dívida e o mês parece não acabar. Precisamos entender que sem reserva, passamos a temer os dias nublados, sem reserva ficamos alheios as setas que voam ao meio dia, aos conselhos camuflados de um quase amigo, tentados a ficar sentadinho no sofá admirando a formosura da Batseba ou mesmo céticos, influenciados pela cultura moderna, sem crer em mais nada.
Esse é um momento complicado, ver os armários encher no início de mês, até parece que a fome se vai, é tanta comida que ficamos sem fome, é tanta coisa pra escolher, nossos olhos cegam e na sobra deixamos de continuar nossa busca, na sobra deixamos de nos alimentar, é quando os supérfluos entram, ao invés de um feijão com arroz e carne, preferimos um iogurte, um sanduíche, um chocolate porque o dia está passando e não podemos perder a hora, não dá tempo, a pressa não nos faz enxergar as minúcias e segredos do texto, os detalhes no outro, uma palavra, um olhar, um gesto belo, mas que denuncia o beijo da traição. Com o armário cheio é mais difícil buscar a Deus, tenhamos cuidado, comamos o necessário para não ficarmos obesos de tanto supérfluo e venhamos adoecer acreditando estarmos bem, há muitos assim em nosso meio, sem remir o tempo e as horas frágeis do dia, porque haverá dias em que muitos terão fome e sede, não de alimentos, mas da Palavra. Então, cuidado ao encher o carrinho, cuidado com o preço, antes de comer, busque o reino, quanto a comida, bebida, as vestes com certeza serão acrescentadas, homens de pouca fé. Assim diz o Senhor.

Até à próxima!
André Silva

4 comentários:

Anônimo disse...

A paz do Senhor, irmão André.
Boa reflexão. Ás vezes parece que o povo cristão se esquece da sua verdadeira nacionalidade. Não somos daqui, e também ñ damos nenhuma mostra dessa verdade. Andamos passo a passo paralelo com o mundo nos estressando como eles, comendo e comemorando igualzinho a eles; veja só que agora teremos a corrida dos cristãos pelo famoso ovo de chocolate(?)sacrificamos todo os princípios por causa de uma guloseima representativa criada pelos pagãos; qual será mesmo o retorno desse ato? o esfriamento da fé...a busca desordenada por "sonhos" temporais, e acima disso colocamos em risco até a própria salvação. Que Espírito Santo transmita essas verdades para corações desejosos de viver nova vida; acorde vidas adormecidas; e nos traga claramente todos os dias a certeza de que : o dia certamente nascerá...mas também terá o seu final...a noite chegará.Grande abraço irmão. Obrigada por mais esta vez. Graça Souza

Debora Zibordi disse...

A paz do Senhor, irmão André.

É verdade! Gastamos tempo e dinheiro com nossos próprios desejos e ambições! Deus fica de lado!

Muito sofrem, padecem com necessidades básicas enquanto estamos gastando tempo e dinheiro somente por prazer.

Irmão, obrigada pela excelente reflexão.

Deus te abençoe.

Unknown disse...

Irmã Graça, Paz do Senhor Jesus

Excelente observação a sua e mais uma vez enriquecendo meus textos.
Tenho demorado a escrever devido o meu trabalho, mas saiba queleio tudo o que é mandado com muito carinho.
Que o Senhor Jesus venha ainda mais derramar de suas bençãos sobre sua vida e a vida de sua familia.
Em Cristo,
Irmão André

Unknown disse...

Irmã Débora, Paz do Senhor

Não posso deixar de concordar com suas colocação mais que pertinentes.
Você é jovem de Deus que vem cumnprido o Ide também aqui.
Que o Senhor continue te dando graça diária!
Em Cristo,
André