No caminho do avivamento:
Dando voltas num caminho sem volta
Geralmente, traduzimos o caminho do avivamento como uma fórmula pronta e acabada: faça assim, seja assim, ande assim e esquecemos que o avivamento é uma estrada sem volta e uma vez partindo rumo a ela, nossos pés tomarão decisões nunca antes pensadas, embora tendo o livre arbítrio como motorista, somos impelidos a nos separar do que nos tange desse poder, sim, as fórmulas prontas não existem por acaso, elas nos localizam pela lei que há em nós, mas o velho homem que há em mim e em você será o nosso companheiro de viagem, para que a graça em forma de liberdade não nos apavore tanto, somos imperfeitos até mesmo no caminho do avivamento.
Quando partimos do princípio de que somos pó e desgraçados, carentes da graça e misericórdia de Cristo, o livre arbítrio, nosso motorista, não desgovernará o carro, às vezes ele pára na oficina para uma revisão, outras vezes ele cai na lama cujos pneus ficam rodando sem sair do lugar, a força que nos empurra para frente em busca de um Deus de misericórdia, muitas vezes é o que nos faz descer do carro e o empurrar para voltarmos a viagem. Ansiamos, enquanto salvos, esse caminho, somos renovados a cada dia a buscá-lo, assim a estrada do avivamento é um eterno vazar de saudades, visto que nosso espírito pertence à pátria amada, nosso espírito tem sede de Deus de estar com Ele, sabemos que nEle somos mais que vencedores. Ele é um abrigo no caminho quando vem a tempestade, Ele é a parada de alerta quando há curvas e ladeiras perigosas, Ele é o farol mais alto quando as neblinas da estrada embaçam o para brisa de nossa visão, por esse motivo o avivamento é uma estrada sem volta e à medida que vamos conscientemente crescendo e amadurecendo na graça, verificamos o quanto nosso espírito pertence ao caminho sem volta, caminho este o qual desembocará nas mansões celestiais. A questão é: Avivento é um caminho ou apenas uma estação no caminho? Poderemos ser totalmente avivados?
Se começarmos a pensar o avivamento como um grande derramamento de poder, teremos que nos permitir, antes de pegar a estrada, a investigar o nosso carro humano, porque uma grande viagem requer uma revisão. Precisaremos, antes da viagem, verificar nossa conta bancária e calcular o quanto gastaremos até o fim do percurso além de acumularmos a esse cálculo os gastos com os supérfluos e os acontecimentos inesperados. Por outro lado, necessitaremos tomar uma posição, se queremos ou não viajar, porque pronto ninguém está, por mais que acreditemos ter tudo nas mãos sempre nos falta alguma coisa. Eis o motivo da auto reflexão estar em falta nos dias atuais, as pessoas tomam decisões avulsamente, saem no seu carro sem medir os perigos, se acham auto-suficientes e plenamente amadurecidas se esquecendo de que o livre arbítrio, nosso motorista, poderá ser guiado ou pelo espírito ou pelo velho homem o mais ilustre passageiro dessa viagem e se o veículo pender por uma estrada estranha, saiba: há assaltos, tragédias e morte a sua espera. Por isso, o temor é a primeira ferramenta que não pode faltar na hora de revisar o nosso carro humano. “O temor é o princípio de toda sabedoria” (Provérbios 1.7)
Nessa direção, com os freios do temor revisados e os cálculos feitos, partamos a revisar o nosso motor, a consciência, verifiquemos se o barulho que estamos fazendo seja uma auto defesa de fariseu camuflado, eu oro, louvo, vou à igreja estou pronto para enfrentar o caminho do avivamento. Esse discurso é comum em motores aparentemente valentes que rugem fortes e camuflam seus medos interiores e suas falhas mais escondidas. Se todo motor avisasse que está com defeito, muitos motoristas adiariam a viagem, muitos escapariam de dormir em estradas escuras e perigosas além de escapar de um grande acidente. Portanto, quem se aventura a andar no caminho do avivamento deve antes se lembrar de rever seu motor, porque uma vez estando no caminho do avivamento a máscara cairá mais cedo ou mais tarde. Pois no caminho do avivamento não há sombras e escuridão, ou você se revela por inteiro e deixa que a graça e a misericórdia o socorra ou o próprio caminho o denunciará, afinal: “poderá uma árvore boa dá frutos maus?” (Mateus 7.16,18)
Depois de tirar as máscaras do engano, o carro humano começa ganhar forma e isso só acontece porque passamos a freqüentar essa tão grande oficina que é a igreja. É uma pena que muita gente ainda tenha uma visão deturpada de igreja. A igreja não é minha, nem sua, nem tão pouco é uma rodoviária para um transitar humano de um vai e vem de gente com suas bagagens velhas e novas, também não é um museu incumbida de contar grandes histórias que de tão velhas deixaram de ser visitadas, assim como não pode ser um círculo de poder de um grupo antigo que já estava ali por muitos anos, não é herança de pai pra filho, não é um órgão democrático, a igreja também não é nem pode ser um palco para as manifestações culturais nem cabe a ela acabar ou solucionar os conflitos sociais, nem mesmo tem uma visão fechada e dogmática de uma ou mais pessoas ou uma visão mui livre e aberta para acompanhar o percurso dessa sociedade falida em si mesma. (João 18.36) Quando olhamos a igreja com essas características, deixaremos de localizar o caminho do avivamento, ainda que nossa bússola, ou melhor, nossos “gps” estejam por demais avançados, precisaremos entender que o nosso carro, mesmo novo, será convocado para um “recall” na concessionária do templo através do óleo da Palavra de Deus que vai retirar as peças defeituosas ou desenferrujá-las. Será a ação da Palavra de Deus na oficina chamada igreja que o seu carro será autorizado a seguir viagem e é lá e somente lá, caso não seja, permita-me uma pergunta: Poderia um carro ser consertado no psicólogo? Podem os artistas dessa cultura popular revisar o seu carro e colocá-lo no caminho certo? Poderá o próprio carro se auto consertar? Eu e você somos esse carro e para seguir viagem precisamos de uma revisão e somente no lugar sério e adequado poderemos receber orientação correta para não ficarmos na estrada, o nosso motor precisa de óleo para se mover de forma leve e esse óleo, que é a Palavra de Deus, só encontraremos em um lugar: na igreja. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hebreus 12.4)
Tendo o óleo da Palavra em nosso motor, leremos melhor as placas de sinalizações, entenderemos que no caminho do avivamento vamos encontrar diversos carros quebrados, prontos a consertar. Não se engane na estrada do avivamento não veremos carruagem de fogo voando em nossa volta, Elias foi uma exceção, Enoque, que andava com Deus no caminho, foi logo tirado dessa terra. Nessa estrada há carros defeituosos e com vontade de serem consertados, ansiosos em serem usados, mas jamais teremos no caminho do avivamento carros que nunca se quebram, posto que sem defeito só Deus e Ele não dá sua glória a ninguém. (Isaias 42.8)
Por essa perspectiva, deixemos de pensar que no caminho do avivamento teremos homens e mulheres com super poderes, estendendo a mão e mortos levantando, cegos enxergando, coxos andando, surdos falando, calma! O caminho do avivamento é lugar de gente consciente de suas limitações, é uma estrada de conserto o tempo todo para que fiquemos habilitados para entrar nas mais altas nuvens e trafegar nas ruas de ouro descritas por João em Apocalipse, é um lugar de gente amadurecida, um lugar de gente normal, falha, um lugar onde não cabe uma encenação, nem performance, nessa estrada não cabem atores interpretando seus melhores personagens, apenas gente de vida real, não é uma sala da justiça cada um com seus dons poderosos e triunfalistas, não! No caminho do avivamento existe um povo que se chama pelo nome dEle, Jeová, o qual se dispõe a vestir pano de saco e derramar cinzas na cabeça, no caminho do avivamento há pessoas que há muitos anos de caminhada continuam dizendo: não sou nada, sou desgraçado, pobre e nu, porém quando clamam pelo nome que é sobre todo o nome, Jesus de Nazaré, Ele responde e o Espírito Santo da verdade nos auxilia como um canal naquele mesmo momento sobre o milagre daquilo que era impossível aos nossos olhos, pois no caminho do avivamento seremos o próximo instrumento a ser usado para glória dEle, do jeito dEle e no tempo dEle, seremos ou o próximo Elias ou um dos sete mil que não se curvaram. Não há profeta maior ou melhor, seremos sempre vasos usados para honra do Deus pai. Assim, todos verão que no milagre o nome do Senhor subsiste para todo sempre.
“Ele me perguntou: Filho do homem, poderão viver estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes. Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis. Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora enquanto eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso. Então ele me disse: Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.” (Ezequiel 37.3-12)
No próximo post estarei continuando esse caminho.
Até a próxima!
André Silva
3 comentários:
Lindas fotos do seu blog,
hello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....
Muito interessante a reflexão.
Parabéns pelo belo trabalho no blog. Já estou seguindo!
Aproveito para lhe convidar a conhecer meu blog, e se desejar segui-lo também, será uma honra.
Seus comentários também serão muito bem-vindos.
www.hermesfernandes.blogspot.com
Te espero lá!
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