É proibido louvar
Fifa repreende seleção brasileira por orar em campo no final da Copa das Confederações
O árbitro apita o fim de jogo. Final de campeonato e a seleção brasileira consagra-se, mais uma vez, campeã da Copa das Confederações, na África do Sul. O jogo aconteceu no final de junho do ano passado em uma emocionante partida em que o Brasil começa perdendo dos Estados Unidos de 2x0 e, por fim, vira e vence por 3x2. O clima de emoção e grande parte de religiosos na equipe, faz com que um sentimento coletivo de agradecimento a Deus invada os jogadores, que se reúnem no meio de campo para uma oração. Estava formado o imbróglio.
A comemoração mais “religiosa” causou desconforto e grande polêmica na Europa. A Associação Dinamarquesa de Futebol pediu à Fifa (Federação Internacional de Futebol) que se posicione e puna a seleção brasileira por estar usando o futebol como palco para manifestações religiosas. A Fifa mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, pois a manifestação ocorreu após o apito final.
Comemorações assim são comuns em países em que a religião entra em campo com o jogador. No Brasil, já é comum ver esportistas comemorarem gols e conquistas oferecendo a vitória aos céus e agradecendo a Deus pelo feito. Marcelinho Carioca foi o exemplo mais enfático disso. Outros vieram antes, como Bebeto, Silas e Muller, mas foi Marcelinho que carimbou essa prática religiosa em estádios brasileiros. No islamismo, isso também é prática. No Brasil, temos o exemplo de Jadel Abdul Ghani Gregório, recordista brasileiro e sul-americano do salto triplo convertido ao islamismo que, em suas comemorações agradece a Deus.
Porém a polêmica gerada com o círculo de oração em campo africano, segundo a Fifa deve-se ao receio de que a falta de uma punição abra caminho para “extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes da Europa”. “A religião não tem lugar no futebol”, afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi exagerada. Ele ainda afirma que foi criado um evento religioso no final de um evento esportivo. “Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar de fora”, conclui. A Fifa mostrou seu desagrado, mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã de comemorar à sua maneira. A entidade diz que está “monitorando” a situação. E confirma que “alertou a CBF sobre os procedimentos relevantes sobre o assunto”. A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final. E as leis apenas falam da situação em jogo.
Para o presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas – Uni – o sheikh Jihad Hassan Hammadeh, apesar de concordar que um evento esportivo não pode servir de palco para proselitismo religioso, acredita que as declarações da Associação Dinamarquesa seja discriminatória e preconceituosa, o que ratifica um estereótipo negativo da religião islâmica e dos muçulmanos. “Declarações extremista e infelizes como esta é que trazem discórdia entre as pessoas, o que mostra claramente que, apesar de estarmos no século da informação, ainda há muitas pessoas que ocupam cargos elevados em instituições mundiais importantes e que não têm o mínimo de conhecimento sobre o islam”, afirma.
Segundo o sheik, a religião está presente em todos os aspectos da vida de uma pessoa. “A religião está em todos os aspectos da vida da pessoa e é inseparável, porém, a forma de demonstrar isso é que precisa ser equilibrada e com bom senso”, explica.
Além de extremista e preconceituosa, o ex-piloto de Fórmula 1 e um dos maiores defensores da liberdade de expressão religiosa no meio esportivo, Alex Dias Ribeiro também classifica a ação dinamarquesa como ato de intolerância. Ele afirma que, apesar de a Bíblia ensinar que toda autoridade é constituída por Deus e deve ser obedecida, se essa autoridade contraria as leis de Deus, o dever do cristão é obedecer a autoridade maior. “Nesse caso, prevalece a lei de Deus sobre a lei dos homens. Os discípulos de Jesus optaram por obedecer a Deus e pagaram o preço”, lembra o evangélico que foi diretor de Atletas de Cristo por vários anos.
Para ele, houve violação à soberania nacional aos países que adotam a Declaração Universal dos Direitos Humanos e, por mais que as regras da Fifa impeçam manifestações políticas e religiosas, a Declaração Universal deve ser respeitada. “Como atleta, eu apelaraia para a ONU, exigindo uma intervenção na Fifa por violação aos artigos 18 e 19 da Delcaração Universal dos Direitos Humanos”, afirma.
Em seu regulamento, a Fifa declara que ‘não deve haver discriminação a um país ou a um indivíduo por razões de raça, religião ou política e que a associação que tolerar, permitir ou organizar competições nas quais a discriminação é praticada, ou que for estabelecida num país onde a discriminação no esporte for declarada em lei, não deverá ser admitida na Fifa, ou deverá ser expulsa, se já for membro’.
Para Ribeiro, ainda, de forma incoerente, a Fifa peca por omissão permitindo ou incentivando confederações dos países filiados a atos de coibição a essas manifestações, agredindo homens e mulheres de boa vontade e fé de todos os credos em todas as nações. “Jogando o jogo sujo para as confederações, a Fifa escapa ilesa da culpa, ainda se oculta os olhos do mundo, de violar descaradamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência, religião, opinião e expressão. Tem direito a receber e transmitir informações, idéias e manifestar sua religião ou crença, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”, explica.
Apesar da seleção não ter sido punida, da CBF não tomar aparentemente nenhuma atitude concreta a respeito do assunto e de tudo ter “terminado em pizza’, esses pequenos atos de intolerância devem ser observados e não esquecidos, pois podem produzir frutos maiores e com consequências irreversíveis não apenas para o esporte, como para a liberdade de expressão, religião e crença.
“O que nos conforta é sabermos que Deus certamente está de olho nessa história. Ele já viu esse filme antes de existirmos e a história atesta que mesmo diante da gigantesca disparidade entre antigos protagonistas como David x Golias ou Igreja Cristã das Catacumbas X Império Romano, o Altíssimo jamais perdeu uma dividida”, conclui Alex Dias Ribeiro.
A comemoração mais “religiosa” causou desconforto e grande polêmica na Europa. A Associação Dinamarquesa de Futebol pediu à Fifa (Federação Internacional de Futebol) que se posicione e puna a seleção brasileira por estar usando o futebol como palco para manifestações religiosas. A Fifa mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, pois a manifestação ocorreu após o apito final.
Comemorações assim são comuns em países em que a religião entra em campo com o jogador. No Brasil, já é comum ver esportistas comemorarem gols e conquistas oferecendo a vitória aos céus e agradecendo a Deus pelo feito. Marcelinho Carioca foi o exemplo mais enfático disso. Outros vieram antes, como Bebeto, Silas e Muller, mas foi Marcelinho que carimbou essa prática religiosa em estádios brasileiros. No islamismo, isso também é prática. No Brasil, temos o exemplo de Jadel Abdul Ghani Gregório, recordista brasileiro e sul-americano do salto triplo convertido ao islamismo que, em suas comemorações agradece a Deus.
Porém a polêmica gerada com o círculo de oração em campo africano, segundo a Fifa deve-se ao receio de que a falta de uma punição abra caminho para “extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes da Europa”. “A religião não tem lugar no futebol”, afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi exagerada. Ele ainda afirma que foi criado um evento religioso no final de um evento esportivo. “Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar de fora”, conclui. A Fifa mostrou seu desagrado, mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã de comemorar à sua maneira. A entidade diz que está “monitorando” a situação. E confirma que “alertou a CBF sobre os procedimentos relevantes sobre o assunto”. A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final. E as leis apenas falam da situação em jogo.
Para o presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas – Uni – o sheikh Jihad Hassan Hammadeh, apesar de concordar que um evento esportivo não pode servir de palco para proselitismo religioso, acredita que as declarações da Associação Dinamarquesa seja discriminatória e preconceituosa, o que ratifica um estereótipo negativo da religião islâmica e dos muçulmanos. “Declarações extremista e infelizes como esta é que trazem discórdia entre as pessoas, o que mostra claramente que, apesar de estarmos no século da informação, ainda há muitas pessoas que ocupam cargos elevados em instituições mundiais importantes e que não têm o mínimo de conhecimento sobre o islam”, afirma.
Segundo o sheik, a religião está presente em todos os aspectos da vida de uma pessoa. “A religião está em todos os aspectos da vida da pessoa e é inseparável, porém, a forma de demonstrar isso é que precisa ser equilibrada e com bom senso”, explica.
Além de extremista e preconceituosa, o ex-piloto de Fórmula 1 e um dos maiores defensores da liberdade de expressão religiosa no meio esportivo, Alex Dias Ribeiro também classifica a ação dinamarquesa como ato de intolerância. Ele afirma que, apesar de a Bíblia ensinar que toda autoridade é constituída por Deus e deve ser obedecida, se essa autoridade contraria as leis de Deus, o dever do cristão é obedecer a autoridade maior. “Nesse caso, prevalece a lei de Deus sobre a lei dos homens. Os discípulos de Jesus optaram por obedecer a Deus e pagaram o preço”, lembra o evangélico que foi diretor de Atletas de Cristo por vários anos.
Para ele, houve violação à soberania nacional aos países que adotam a Declaração Universal dos Direitos Humanos e, por mais que as regras da Fifa impeçam manifestações políticas e religiosas, a Declaração Universal deve ser respeitada. “Como atleta, eu apelaraia para a ONU, exigindo uma intervenção na Fifa por violação aos artigos 18 e 19 da Delcaração Universal dos Direitos Humanos”, afirma.
Em seu regulamento, a Fifa declara que ‘não deve haver discriminação a um país ou a um indivíduo por razões de raça, religião ou política e que a associação que tolerar, permitir ou organizar competições nas quais a discriminação é praticada, ou que for estabelecida num país onde a discriminação no esporte for declarada em lei, não deverá ser admitida na Fifa, ou deverá ser expulsa, se já for membro’.
Para Ribeiro, ainda, de forma incoerente, a Fifa peca por omissão permitindo ou incentivando confederações dos países filiados a atos de coibição a essas manifestações, agredindo homens e mulheres de boa vontade e fé de todos os credos em todas as nações. “Jogando o jogo sujo para as confederações, a Fifa escapa ilesa da culpa, ainda se oculta os olhos do mundo, de violar descaradamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência, religião, opinião e expressão. Tem direito a receber e transmitir informações, idéias e manifestar sua religião ou crença, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”, explica.
Apesar da seleção não ter sido punida, da CBF não tomar aparentemente nenhuma atitude concreta a respeito do assunto e de tudo ter “terminado em pizza’, esses pequenos atos de intolerância devem ser observados e não esquecidos, pois podem produzir frutos maiores e com consequências irreversíveis não apenas para o esporte, como para a liberdade de expressão, religião e crença.
“O que nos conforta é sabermos que Deus certamente está de olho nessa história. Ele já viu esse filme antes de existirmos e a história atesta que mesmo diante da gigantesca disparidade entre antigos protagonistas como David x Golias ou Igreja Cristã das Catacumbas X Império Romano, o Altíssimo jamais perdeu uma dividida”, conclui Alex Dias Ribeiro.
Regina de Oliveira
Colaboradora (Revista Eclésia)
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