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domingo, 29 de janeiro de 2012

Entre as folhas



Uma árvore frondosa foi o meu abrigo por meses, sua sombra resvalava o frescor de uma tarde ensolarada, a brisa que abanava meu rosto me trazia lembranças e passei a viver contigo enquanto o vento soprava. Era uma árvore robusta, seus grandes galhos pareciam alcançar longe, o verde aveludado de suas folhas se quer poderia transparecer seus principais atributos e armadilhas. Todos comentavam, ao passar na estrada, sua formosura; aguardavam ansiosos os frutos que brotariam na sua própria estação, quanto a mim apenas me detive a sua bela aparência e serviço. Por certo tempo, as folhas começaram a se adornar de flores e deixar cair resquícios de sua verdadeira identidade, afinal: podem as tantas folhas esconder a origem dos seus frutos? É verdade que árvores como essa causa espanto e admiração, mesmo assim há nelas lições maravilhosas da qual deveríamos analisar.

Há árvores e árvores, cada uma delas com suas características e frutos, produto final e essencial de cada uma delas. Assim é a vida cristã e o cristão. O cristão é a árvore, a vida cristã são os frutos que só ela, a árvore, pode produzir.ixar cair resquícios de sua verdadeira identidade, afinal: podem as tantas folhas esconder a origem dos seus frutos? É verdade que árvores como essa causa espanto e admiração, mesmo assim há nelas lições maravilhosas da qual deveríamos analisar.


“O que vês, Jeremias? Vejo uma amendoeira! Viste bem...


Os homens são dotados de visão aguçada, tanto que só enxergam o óbvio. Já parou para pensar que as pessoas pouco reparam nos bons frutos? Entre as folhas se consegue ver beleza, serviço, habilidades e dedicação. Como somos bobos, essas flores que brotam entre as folhas podem ou não ser um engano, pois pela Bíblia o que mais evidencia uma árvore são os frutos, porém são para as folhas que mais olhamos, por isso quando saem os frutos os segredos mais ocultos se revelam.


“Pela árvore conhecereis o fruto”


Ai está: muitas e muitas árvores frondosas estão plantadas e firmes, não pelo adubo da graça de Cristo, mas por muita química agrícola e escondem nas folhagens um brilho estranho e um amadurecimento rápido demais para própria estação. As flores do seu adorno são espalhafatosas e sua maquiagem já anda pesada, tudo isso na tentativa de mostrar que seus frutos estarão robustos na próxima temporada. Seus galhos alcançam longe, posto que se esticam para ser vistos pelos homens, sua sombra já não ventila a verdadeira brisa nem a calmaria das verdadeiras árvores que num olhar, num toque, no falar transmitem paz.


Se pararmos para analisar, veremos que os frutos amadurecem devagar e no tempo
, fora disso é fruto de carbureto que tem coloração sem brilho e seu gosto é diferente. Observe que ao amadurecer, as frutas exalam cheiro ao nosso paladar, mesmo assim, alguns se perdem e se enganam com perfumes pré – fabricados jogados sobre as roupas. Muitos escolhem pelas folhas o que a árvore tem: pela condição econômica, pela beleza externa, pelo cargo que ocupa e pelo serviço que prestam em comunidade e se esquecem de que mais cedo ou mais tarde as tantas folhas revelarão seus frutos.

Frutos têm tamanho natural, não crescem de forma avantajada e acelerada, afinal a vida cristã não é um estouro, é um nascer de novo de uma criança que primeiro toma leite materno para depois comer pão e carne. Já observou os tomates, cenouras, goiabas e mangas enormes? Observe bem no supermercado, são grandes demais, sua beleza é artificial e seu gosto traz consigo agrotóxicos enraizados na semente do seu caráter camuflada no adorno de suas belas folhas.

Produzir frutos é um processo natural da árvore e não uma exigência da estação. Por isso, preferem muitos viver de aparência, produzem frutos sem frutificar, queimando as etapas e o fim disso é desastroso, causa náuseas comportamentais, escândalos e atitudes infrutíferas, pois sem Jesus, o máximo que alguém consegue fazer é representar um personagem para que todos se agradem de seu desempenho, ele nunca é ele mesmo, visto que em Jesus o ser humano não tem medo de suas fraquezas e temores, pois sabe que é a Graça e somente a Graça o único remédio para a doença que assola a raiz, amarela as folhas e adoece os frutos. O homem em Cristo não tem medo se a Graça vai escavacar a terra, desnudar a raiz e revelar sua verdadeira procedência ou máscara, tão pouco, sofrerá com o ardor do remédio o qual queimará suas folhas para matar a praga escondida lá dentro, mesmo com sua bela e formal aparência; praga esta que vive alojada: taras e manias guardadas, pelejas, invejas, mentiras, amarguras, mágoas, ciúmes, loucuras, idolatrias, prostituições, tudo isso escondido entre as folhas.



Até quando as folhas serão o nosso adorno? Creio que até o dia em que se decidirem a Cristo e não a religião. Então, quando a chuva de Graça cair, não serão pulos, gritos eufóricos de glórias e aleluias que soprarão em nossas bocas, mas lágrimas de arrependimento, desejo forte de bradar: não nos abandone Senhor, “para onde iremos nós, se só tu tem as palavras de vida eterna”. Quando essa chuva cair, não serão os sons potentes, as belas vozes, a perfeita oratória e versículos bem decorados para seduzir e fazer chorar os incautos, porém será o grito de liberdade em Cristo de tudo o que se era e foi, quando agora é Ele, Jesus, o que será em nós.

Agora, depois de tratado pelo agricultor Jesus, podado e moldado pelo Espírito Santo da verdade, já não vejo somente as folhas frondosas, nem tenho como abrigo a sua sombra de ninguém, mas descanso debaixo da sombra do Onipotente o qual não me faz julgar, pois ele, Jesus, já foi julgado em nosso lugar e assim, conscientes de que continuaremos a ser falhos no caminho, a felicidade o brilho real de minhas folhas será vislumbrado de longe nas estradas da vida, pois estando verdadeiramente em Cristo, nova criatura seremos e estando nele, nenhuma condenação haverá, porque não andaremos mais segundo o mundo.

Assim, com nossa terra molhada pela chuva da Graça, daremos frutos na estação própria, teremos folhas para dar sombra necessária para abrigar nossos testemunhos; nossas folhas não serão medidas nem passarão por fita métrica, afinal o leite materno e o pão cotidiano da Palavra ajustarão as medidas e tamanhos com ordem e decência; mas não será a regra básica e fundamental da nossa fé, mas sim, estar ligado a Cristo, Oliveira verdadeira, onde qualquer galho como eu e você conseguirá frutificar a qualquer tempo entre as folhas ou não.


Até à próxima!

André Silva.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Se o Apóstolo Paulo fosse ao Caldeirão do Luciano Huck o que ele faria?



Pare o mundo que eu quero descer! Famosa cantora “gospel” disse no Twitter que, ao visitar o Caldeirão do Huck, sentiu-se como Paulo no Areópago... Ela ignorou “pequenas” diferenças entre os episódios, pois o imitador de Cristo não pregou a convivência ecumênica nem apresentou uma mensagem que os atenienses queriam ouvir. Ele disse o que todos precisavam ouvir: “[Deus] anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam” (At 17.30).

A cantora “gospel”, deslumbrada por aparecer de novo na maior emissora brasileira, estava sorridente e saltitante. Quanto ao apóstolo Paulo, ao chegar a Atenas, “o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria” (At 17.16). Esse é o sentimento de um imitador de Cristo. À semelhança de seu Mestre, via os pecadores como ovelhas que não têm pastor (Mt 9.36).

Quem conhece o Evangelho chora diante da idolatria prevalecente no Brasil. Mas os propagadores do evangelho do arco-íris estão com o sorriso de orelha a orelha por causa dos milhões de CDs vendidos. O leitor percebeu como a comparação da “levita” foi infeliz?

Ah, se Paulo estivesse no lugar dela... Ele não teria perdido a oportunidade de “disputar” com o apresentador (At 17.17), pois teve a coragem de enfrentar os filósofos epicureus e estoicos, que“contendiam com ele” e zombavam: “Que quer dizer este paroleiro?” Eles o acusaram de ser um “pregador de deuses estranhos. Porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição” (v.18). E o levaram ao Areópago.

Mas a famosa cantora não teve ousadia para discordar do falso evangelho ecumênico propagado pela Rede Globo. Ao ouvir a frase: “O Caldeirão é uma mistura de religiões”, ela respondeu: “Tem espaço pra todo mundo”.

É, meu amigo, o evangelho-show, também conhecido como evangelho do arco-íris, é muito diferente do verdadeiro Evangelho! Paulo não foi ao Areópago para se apresentar. Ele apresentou o Salvador do mundo. E, por isso, dividiu as opiniões (At 17.32-34).

Alguém poderá argumentar: “Não exagere, irmão Ciro. Não seja tão inflexível. A cantora falou da água da vida, que é Cristo”. Sim, ela realmente falou. Mas não de maneira contundente, clara, confrontadora. E, logo em seguida, sua frase foi suavizada mais ainda, ao ser inserida no bojo do sincretismo religioso, pelo apresentador. Teria ela coragem de discordar e dizer o que disse Paulo aos atenienses: “Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos”(At 17.22)?

Como se vê, o nome da cantora é igual ao do apóstolo, porém a sua mensagem é muito diferente. Esse “outro evangelho” pregado por celebridades gospel não confronta o pecado. Ele é light, agradável, apaziguador, simpático, suave e, por isso, recebe aplausos das pessoas mundanas.

Mas Paulo, no caldeirão das superstições e filosofias, em Atenas, pregou sem medo: “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At 17.30,31).

Por: Pr. Ciro Sanches

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Hoje, querem obrigar crianças a ver beijos gays. Amanhã, o que imporão?


O ator Marcelo Serrado, que faz o papel do homossexual Crô na novela “Fina Estampa”, tinha tudo para receber o selo de aprovação do movimento gay.

Ele não é homossexual, mas é a favor da união civil homossexual, chegando a dizer: “Isso é fundamental. Estamos em 2011. Acho um absurdo quando vejo cenas de ‘homofobia’”.

Mas o movimento homossexual não o está aplaudindo. Pelo contrário, o ator está sendo vaiado, porque numa entrevista para Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo (em 8 de janeiro de 2012), ele disse, sobre a exibição de um beijo gay na TV: “Isso é algo que tem que ir quebrando aos poucos. Não quero que minha filha [Catarina, 7] esteja em casa vendo beijo gay às nove da noite [na TV]. Que passe às 23h30.”

Imediatamente, as turbas bárbaras do movimento gay reagiram no Twitter e outras redes sociais, chamando o ator global de “homofóbico”. Tudo porque ele, como pai, não quer que sua filha de apenas 7 anos de idade assista a um beijo gay.

Para os militantes gays, a classificação de programação para menores de 12 anos não deve se aplicar às cenas gays, que devem ser obrigatórias para o público infantil. “Quanto mais cedo as crianças aprenderem a gostar das nossas opções sexuais, melhor”, devem pensar eles.

Os sites e blogs gays condenaram a atitude do ator.

Marta Suplicy, ex-funcionária da Globo e formada em universidades americanas, comentou sobre a postura do ator: “Acredito que Marcelo Serrado não se veja como homofóbico… [mas] o preconceito homofóbico introjetado é supercomum”. (Folha de S. Paulo, 14 de janeiro de 2012)

Apenas expressar a opinião de que seus filhos não devem ver um beijo gay ganha a rotulação de “homofobia” — um termo que o movimento gay emprega abundantemente para igualar os opositores da agenda gay a criminosos. Então, com o PLC 122 aprovado, pais e mães serão tratados de que jeito?

Essa loucura toda ficará restrita só ao beijo gay? Se os pais e as mães aceitarem passivamente essa agressão ideológica, em pouco tempo eles serão também rotulados de “homofóbicos” se impedirem seus filhos de verem cenas de dois homossexuais na cama. E loucuras muito piores virão. Os sinais já estão aí: a maior organização pedófila do mundo é a NAMBLA, sigla em inglês que significa Associação Norte Americana de Amor entre Homens e Meninos. A NAMBLA é uma organização exclusivamente homossexual.

Três décadas atrás, Michael Swift (que se proclama revolucionário gay) profetizou:

“Nós sodomizaremos seus filhos. Todas as leis que proíbem a atividade homossexual serão revogadas. Todas as igrejas que nos condenam serão fechadas. Tremam, porcos heterossexuais, quando aparecermos diante de vocês, sem máscara”.

Será então obrigatório não só deixar nossos filhos verem beijos gays, mas também serem pegos pelos beijadores?

Acho que nossos avós tinham muito mais juízo do que nós. Se dois homossexuais dissessem a nossos avós, “Vocês têm a obrigação de deixar seus filhos de 7 anos verem nosso beijo gay!”, provavelmente, nossos avós chamariam os vizinhos e juntos dariam uma bela surra nos dois sem-vergonhas. Hoje, essa surra merecida seria tratada como crime “homofóbico”. No tempo de nossos avós, a polícia viria e acrescentaria suas próprias surras aos dois sem-vergonhas, elogiando nossos avós e os vizinhos por protegerem seus filhos.

Contudo, perdemos a vitalidade, coragem e valores morais de nossos avós. Muitos já não protegem seus filhos por medo do “terrível” rótulo de “homofobia”.

A defesa da canalhice alcançou proporções políticas e acadêmicas. Alexandre Vidal Porto, diplomata brasileiro formado em direito pela Universidade de Harvard, opinou sobre o beijo gay:

“A maneira como Serrado educa a sua filha é problema dele. Não se condena o teor de suas declarações preconceituosas, porque a homofobia ainda não é crime no Brasil. O condenável em sua atitude é a negação do óbvio. Ele tem o direito de educar a sua filha como quiser, mas não pode enganar a população tentando descaracterizar a natureza do seu preconceito. Ou seja, Serrado é um homofóbico no armário… A caricatura homossexual que Aguinaldo Silva compôs e que Marcelo Serrado se presta a interpretar, por exemplo, levará anos para ser desmantelada no imaginário da nação. Produzirá discriminação e gerará violência”.
(Folha de S. Paulo, 13 de janeiro de 2012)

Antes do ator dizer que sua filha não deveria ver beijo gay, estava tudo tranquilo. Ninguém via nenhuma “homofobia” no ator. Marta Suplicy, os ativistas gays e o diplomata não o condenavam. Mas agora tudo mudou. A opinião do ator se refletirá na própria novela, “produzindo discriminação e gerando violência”. Apenas por causa da questão do beijo gay, ele virou, nas palavras do “ilustre” diplomata, um “homofóbico no armário”!

Provavelmente, o trecho mais assustador da declaração do diplomata foi: “Não se condena o teor de suas declarações preconceituosas, porque a homofobia ainda não é crime no Brasil”. Quer dizer então que se o Brasil já tivesse uma lei em vigor criminalizando a “homofobia”, as “declarações preconceituosas” do ator protegendo sua filha de um beijo gay resultariam em prisão? Ele iria ir para a cadeia apenas por se preocupar com sua filha? Ele ficaria atrás das grades e sua filha sem a presença do pai até ele aprender a deixar sua filha ver beijos, carícias e sem-vergonhices gays? Com autoridades dessa espécie a solta, qualquer cidadão brasileiro que seja bom pai corre perigo!

Daqui a pouco, para não perder oportunidades de emprego na Globo, o ator se sentirá obrigado, de joelhos e em lágrimas, a colocar sua filha na frente de um telão com cena de beijo gay, diante de jornalistas de todo o Brasil, apenas para provar para políticos e acadêmicos canalhas que ele não é “homofóbico”.

Harvard, que formou o diplomata que enxerga o ânus gay como o sol do universo, em torno do qual tudo deve girar, é uma universidade americana que, séculos atrás, foi fundada para formar pastores evangélicos, para pregar o Evangelho. Hoje produz criaturas que se prestam a pregações homossexuais, formando mentalidades de vandalismo acadêmico contra os valores morais e cristãos.

São indivíduos desse calibre sem moral que conseguirão convencer os políticos da necessidade do kit gay, para que as crianças nas escolas vejam como normal o que os defensores da pedofilia veem como normal.

Se o Brasil tivesse um governo sério, o diplomata já estaria no olho da rua.

Mas, em vez disso, ele aparece elogiando abertamente as paradas gays, mostrando em que pé anda a política externa do Brasil. E não é de estranhar: o MRE (Ministério das Relações Exteriores) tem fama de gostar desse tipo de relações.

E, só para recordar, é exatamente dos meios acadêmicos que estão vindo os maiores defensores da normalização da pedofilia.

Talvez o diplomata não concorde com o que seus colegas acadêmicos estão defendendo, mas sua atitude de colocar o bem-estar das crianças e a autoridade protetiva dos pais abaixo das exigências lascivas do movimento gay o deixa o numa situação muito desconfortável moralmente.

Os famigerados Conselhos Tutelares não mostram a cara para condenar Marta Suplicy, o diplomata e outros que, implicitamente ou não, exigem que uma criança de 7 anos seja exposta a um beijo gay. Mas nossos avós não teriam nenhuma dificuldade de entender — e muito menos de resolver — essas questões. Mesmo que o Brasil já tivesse uma Lei Anti-Palmada, nossos avós saberiam agir contra os sem-vergonhas. Suspeito que nem o “ilustre” diplomata escaparia da justa fúria deles.

www.juliosevero.com

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O mundo fantasioso dos cristãos conservadores!


Eu sou conservador. Sou cristão e um conservador teologicamente falando. Eu também me identifico com o conservadorismo político da tradição anglo-saxã. Admiro filósofos conservadores como Edmund Burke e Russel Kirk, além da rica tradição ortodoxa na teologia cristã.

O pensamento conservador é muito caricaturado. E, em parte, é culpa do “conservadorismo popular”. Mas não quero neste post escrever sobre as características do conservadorismo que abraço com entusiasmo. Neste texto quero falar do mundo de fantasias que alguns conservadores cristãos vivem. É, antes de tudo, uma crítica. Vejamos:

1. “O casamento é um ideal de felicidade”

Calma lá! A Bíblia em momento algum vende a fantasia que o casamento é um mar de felicidade e que casar virgem e/ou cedo signifique sucesso no matrimônio. Onde os conservadores cristãos estão lendo essa fantasia na Bíblia? O casamento, é claro, deve ser valorizado, mas sem vender a falsa ideia que casar nos moldes conservadores seja garantia de felicidade. Viver na promiscuidade não é opção para o cristão, mas a castidade não o fará mais radiante. Castidade é como matar um leão por dia. Se a “mortificação da carne” (Rm 8) fosse algo romântico não teria esse nome.

Casamento é relacionamento e não existe relacionamento fácil. O relacionamento é renúncia e entrega; dedicação e atenção. Quem disse que tais coisas sejam são básicas? É gratificante, mas não são tão simples como as quatro operações da matemática. O casamento é lindo e maravilhoso, mas não 24 horas por dia. O ideal de felicidade no casamento é um dos erros dos cristãos tradicionais. Seria essa fantasia uma espécie de autoajuda conservadora?

2. O foco demasiado em certos problemas em detrimento de outros

Li recentemente que um partido político (dito cristão) que diz defender os “valores da família” está brigando por mais cargos no governo. É fisiologismo puro. O fisiologismo é a “conduta ou prática de certos representantes e servidores públicos que visa à satisfação de interesses ou vantagens pessoais ou partidários, em detrimento do bem comum” (Dicionário Houaiss). O que adiante dizer que defende os “valores familiares” e agir como bandidos da riqueza nacional? Jesus chamaria isso de hipocrisia.

Não me esqueço de lembrar o “Escândalo dos Sanguessugas”, também conhecido como máfia das ambulâncias, que foi um caso de corrupção noticiado em 2006 devido à descoberta de uma quadrilha que desviava dinheiro da compra de ambulâncias. Vários deputados da Frente Parlamentar Evangélica estavam envolvidos no escândalo. Quem desvia dinheiro de ambulâncias é um assassino!

3. O país está debaixo maldição, pois as crianças não oram mais nas escolas!

O pensamento acima é bem comum entre os evangélicos norte-americanos. A “educação de orações” cabe aos pais e não ao Estado. Graças a Deus vivemos em uma democracia representativa e a democracia demanda que crenças e convicções sejam livres e exercitadas pelas famílias ou indivíduos e não pelas mãos do Estado. Isso não significa que o Estado deve banir a religião e suas manifestações tradicionais, ou seja, que já fazem parte da cultura de um país. Mas é exagero achar que “a não oração” em escolas públicas seja trágico. Trágico é uma igreja que não ora e hoje, infelizmente, é maioria.

Por: Guitierres Siqueira.

www.teologiapentecostal.com