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segunda-feira, 9 de julho de 2007

Liberdade com algemas:
Nos caminhos de uma eterna contramão

Na busca por uma resposta animadora, segura e pacífica, a sociedade tem procurado uma fórmula mágica para encontrar um caminho seguro e menos burocrático, um caminho de paz, felicidade e gozo, por outro lado, as pessoas encontram-se sitiadas, cercadas por exércitos que aterrorizam, deixando - as famintas de incertezas e sedentas por respostas.
O próprio Jesus disse que era O Caminho e A Verdade, entretanto, muitos estão suando a camisa a procura desse Caminho, outros O encontraram e muitos cortaram o caminho por não encontrar nada em seu caminho, mesmo tendo esbarrado nEle.
E nesse ritmo, muitos andam no caminho sem perceber O Caminho, ao mesmo tempo, outros que andavam com O Caminho, saíram do caminho por não ter encontrado algo satisfatório e encontraram: uma liberdade com algemas.
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (Jo 8.36). Essa é a condição ímpar do Evangelho de Cristo: a liberdade, negada pelo normativismo farisaico do passado, que fazia tudo para agradar a si próprio e a todos, porque vivia à risca as letras da lei no exterior sem usufruir a liberdade da graça, pois o pecado o corrompia.
Cristo liberta do cigarro, da bebida, da vida mundana dizem, mas aprisiona em normas estabelecidas por homens que se acham melhores que os outros por praticá-las. Ora, não eram assim que agiam os fariseus?
Se de fato Cristo o libertou, verdadeiramente você é livre, pois Jesus não quer uma ovelha amarrada em seu pasto, ao contrário, Ele quer que sejamos ovelhas livres neste grande pasto, mas conscientes de onde somos e a quem pertencemos, afinal, as ovelhas conhecem a voz do seu pastor. (Jo 10.14)
Por isso, há tantos cristãos frustrados com a igreja, pois recebem uma lista de normas para serem livres, como se a própria liberdade dependesse de regras.
É no caminho largo que nossa luz brilha para o mundo, é no caminho largo que testamos nossa fé e santidade, foi no palácio muito belo e largo que Daniel provou que podia viver nele sem ser contaminado com suas práticas, sabe por quê? Por que ele era livre, José, por sua vez, viveu em uma terra totalmente idólatra sem idolatrar, pois era livre para seguir a Deus, mesmo que custasse a sua vida.
Não é comprando um pacote de normas que você ganhará o acesso ao caminho estreito, mas é passando pelo caminho largo e sofrendo, é passando pelo caminho largo e sendo apedrejado, é passando pelo caminho largo e vencendo as tentações, é passando pelo caminho largo e fazendo a diferença, porque é neste mundo corrompido e largo que o caminho estreito se abre pra você se estabelecer nele. É justamente ai onde o portão da liberdade se encontra aberto, se não, bastava viver no caminho estreito dentro de mosteiros e conventos separados do mundo, mas, mesmo lá dentro, o pecado também bate à porta do quarto e do coração.
Se o isolamento em regras e costumes nos enviasse a Cristo, não estaríamos aqui, mas o pedido de Jesus a Deus foi bem diferente: “Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do maligno”, (Jo 17.15) quando paradoxalmente “Vós sois a luz do mundo”. Entendeu o trocadilho? Jesus pediu ao Pai que não nos tirasse desse mundo mau, simplesmente pediu para vivermos nele e sermos luz, então, se somos luz, não podemos negar o caminho largo, devemos mais é andar nele e espargir luz com nossa diferença, porque fazer a diferença não é seguir um pacote de costumes e condenar àqueles que não o segue, mas é simplesmente renegar os costumes em prol da liberdade em Cristo proposta nas Escrituras.
Nesse âmbito, os cristãos seguidores de costumes são os que mais deturpam o caminho estreito e por não serem libertos, não conseguem prestar reverência a Deus em sua casa, não gostam de trabalhar na obra de Deus, são preguiçosos e murmuradores, omissos, pois vivem baseados e alicerçados nos costumes farisaicos e não na liberdade do Evangelho.
Se somos livres em Cristo, com toda certeza, os costumes não pesarão como fardos, suavemente a liberdade nos fará conscientes de nosso papel em casa, na rua e na igreja. Por esse lado, a liberdade em Cristo condicionará as jovens a vestirem um traje bonito, mas modesto. A corrupção, a maledicência, o engano, a mentira e a falta de amor não andariam tão soltas em nosso meio, pois a liberdade em Cristo nos fará uma nova criatura, a concorrência pelos cargos eclesiásticos acabaria, pois ser membros libertos em Cristo nos fariam trabalhadores responsáveis e amáveis à obra do Senhor mesmo na condição de membro, seríamos obedientes às autoridades constituídas, cumpriríamos o “Ide de Jesus” com doçura, igual a Paulo e outros discípulos no início da história de nossa igreja em Atos, agora se muitos não obedecem é porque continuam no caminho estreito de costumes, um caminho de sepulcro caiado. (Mt 23.27)
Nos caminhos estreitos de hoje, os fariseus modernos nos imitam com tranqüilidade, afinal qual a diferença? Ora, quando Cristo nos apresentou dois caminhos e uma escolha, acabamos criando um terceiro caminho por ilusão de ótica। Sendo assim, o nosso caminho parece ser bem mais bonito e aconchegante, por sua vez, não me interessa quem está no caminho largo, importa apenas que eu esteja no estreito. Enquanto as palavras de Jesus são deturpadas no caminho daqueles que dizem tanto amar a Deus e ao próximo, quando não trazem para o caminho estreito as almas de caminhos largos, controversamente, as condenam ao inferno, fazendo assim, o papel de Cristo, separando o joio do trigo antes da colheita.

___ Qual é o teu caminho? Por qual porta tu entraste?

Saiba: o caminho largo o conduz ao inferno. O caminho estreito o conduz a salvação e ao céu, mas o caminho “neo-estreito” conduz à hipocrisia, conduz ovelhas a serem seguidoras de regras com cabeças de lagartixas concordando com tudo, sem observar o que está escrito no Evangelho doce de Jesus, sem pesquisar a verdade como fez a igreja de Beréia. (Atos 17.10) Nesse “neo-caminho”, muitos pastores têm deixado para trás, não só uma das noventa e nove, mas dezenas de suas ovelhas, porque não há mais tempo para lavar seus pés e cuidar de suas feridas, mas a ovelha que quiser consertar seus caminhos para seguir O caminho, que corra e faça meia volta para escutar a mensagem da noite, pois esse restinho de tempo que há, tem sido, quase que todo, para administrar bens e não para pastorear almas.
Somente a morte nos condicionaria ao caminho estreito de Cristo, somente morrendo para nascer de novo (João 3.3) conseguiremos, com doçura, carregar a cruz do dia a dia sem murmurações, somente matando nossa carne, traremos o vigor do Espírito Santo em nossas vidas, revestindo-nos com as armaduras espirituais (Efésios 6.11-18) para vivermos nesse mundo largo que tenta, a todo instante, ofuscar a nossa luz, somente morrendo é que seu caminho estreito se transformará em apoteose para o caminho largo ver e ser testemunha ocular de sua mudança, pelo amor, bondade e sal existentes na sua vida e a partir deste testemunho, contaminar o caminho largo com muita luz e amor de um Cristo crucificado o qual deseja que todos, sem exceção, usufrua a cruz diária desse caminho livre e estreito de Seu amor.
Viver em caminho estreito é para quem nasceu de novo e quem quer viver nele sem nascer de novo, apenas se perde no caminho, por não conseguir obedecer tanta placa de sinalização, abalroa em si mesmo por não enxergar que está andando na contramão, mas quando a liberdade do Evangelho entra no coração, mesmo com o seu carro velho, o cristão não atropela nem brinca de velocípede, ao contrário, caminha despreocupado, por saber que o dono do caminho conduz o seu carro, mesmo que por estradas esburacadas, lamacentas e empoeiradas, mas você chega ao final, pois no caminho, O Bom Pastor é o seu guia.
Quer obedecer e andar no caminho estreito de Cristo? Então, comece morrendo como barro amassado na mão do oleiro e você caminhará, nesse mundo largo, por vias estreitas, fazendo a vontade de Deus de forma espontânea, livre das algemas ilusórias, livre para caminhar nos tantos caminhos largos com Jesus (O caminho) ao seu lado, mesmo que morto, mesmo que cansado, mesmo que ferido, mas santo, obediente e fiel até o fim do caminho, isto é, se você quiser chegar no caminho com O caminho para o caminho do céu, amém!

Até à próxima
André Silva.

3 comentários:

Anônimo disse...

André,suas palavras são verdadeiras e demonstram uma sensibilidade rara quanto às questões bíblicas no homem moderno.Parabéns,siga em frente!

Unknown disse...

A paz do Senhor, Missionária, Renata!

Fico feliz por sua análise,de fato é preciso ter sensibilidade para abordar tais questões, caso contrário podemos cair no simplismo do "sou do contra".
Ser crítico é uma tarefa sensível porque nos permite olhar com mais ênfase para a realidade dos fatos sem nos afastar da humildade e do reconhecimento que há dois lados da moeda.
Agradeço a Deus por sua vida.

Em Cristo,
André silva

Ivan Barreto Neto disse...

André!!
Q benção o seu texto!!!
É bem verdade tudo q vc mencionow!!
E foi bem a fundo na questão caminho...
Pra mim o evangelho é bem mais impactante quando somos servos de JESUS na padaria, na lanchonete, na praça, em casa, na luz do dia... Pq é, quando akeles q não são estão com os binóculos ligados em nossas vidas pra ver onde erramos e pra eles temos q ser luz e mansos de coração se não fosse assim como poderíamos evangelizar só de palavras... E muito mais ainda no quarto, que é onde dobramos os joelhos para pedir a DEUS perdão pelos nossos erros quando mesmo tentando ser fiel pela nossa natureza carnal caímos nem q seja por um deslize no dia, talvez uma besteira na concepção de muitos, mas caímos e estamos lá conscientes da queda e pronto para se reerguer no perdão q nos é dado sem merecimento por CRISTO JESUS!!
Amém mano!!!
Vow escrever mais...
Acho q ainda hoje sai um texto!! Kk
Fica na paz mano!!!