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sábado, 29 de novembro de 2008

O Pão que o Homem Amassou




No tempo frágil das horas, o mundo avança mais rápido que a velocidade da luz, sem luz, e à medida que suas descobertas são de extrema importância para o campo científico e tecnológico, sua moral decai velozmente igual a um iceberg sobre o mar gelado. A consciência humana anda tão fria que sua pontada de arrependimento, seu grito de alerta já não sente a dor e o peso de suas medidas. Tudo é verdadeiro e permissivo ainda que injusto, tudo é possível mesmo que seja imoral, todas as verdades se fundem numa só, agradando assim a todos, pois o homem, desde o início da história humana, desvinculou-se da verdade, buscando outras verdades e de lá pra cá o que se vê a olho nu, nada mais é que a ruína daqueles que utilizam a sua própria verdade e não a verdade do Criador (Rm 1.18,23). A Bíblia, em pleno século XXI, é apenas um mero livro como outro qualquer, obsoleto e o mundo considera, em parte, sua autenticidade, mas deixa claro que há outras fontes abalizadoras da verdade, há outros livros que também conduz à vida eterna, há outros caminhos, não só estreitos, mas também largos, há atalhos mais interessantes e menos fatigantes, enfim, um peso e duas medidas de tantos homens e mulheres que já foram beneficiados por Jeová Deus em vida, mas que desconsideraram os benefícios recebidos por Ele e hoje começam a comer o pão que suas próprias mãos amassaram: Fome, guerra, doenças estranhas, imoralidade, violência urbana, a falta de amor... Num tempo tão propício para novas descobertas, então por que o homem amassa o pão que Deus o dá? O que faz o homem ser tão insensível ao amor divino?
Nessa direção, o homem grita por socorro, faz passeatas pedindo basta a tanta violência, ao mesmo tempo em que veicula na mídia imagens sangrentas de batalhas intergalácticas nos desenhos infantis, enquanto a família se reúne na sala esperando a novela trazendo artistas com seus corpos seminus, pregoando seu falso e deturpado conceito de ética num clima de romance, o homem clama, sem saber, sabendo que suas próprias mãos, suas próprias decisões causaram tudo isso. O mundo pede paz quando, ao mesmo tempo, programas televisivos exibem com orgulho suas cenas de crime e imoralidade, enquanto o amor, maior tema de Deus, sufocou-se nas pessoas que não conseguem mais respeitar seu próximo. O homem recebeu de Deus todas as virtudes divinas para desenvolvê-las em sociedade e as rejeitou comendo, dessa forma, o pão que ele mesmo amassou. Deus deu a vida aos seus filhos e o homem a tem tirado, Deus deu ao homem um banquete e ele tem estragado, Deus se despiu de sua glória, descendo do céu para habitar entre nós (Fp 2.7), mesmo assim, o mundo o rejeitou (Jo 1.11).
Sendo assim, como recuar diante da ternura? Deus sempre quis colocar o homem nos braços para ninar (Mt 23.37), enquanto o homem preferiu brincar de ser deus, desobedecendo e comendo o fruto do conhecimento, o homem desejou o poder e a serpente se esqueceu de avisá-lo que o poder é desastroso para quem não sabe usá-lo (Gn 3), mas Deus com seu amor inigualável tenta, a todo instante, ressuscitar a imagem caída do pecador, enquanto o homem troca o seu Deus por coisas pequenas no dia a dia. O homem amassa os tantos pães que Deus o dá, talvez sem perceber, percebendo e o final de suas inconstantes descobertas terminará, com certeza, numa só saída: Céu ou inferno e muitos amargarão por ter rejeitado tanto as providências de Deus em suas vidas, amassando e despojando-se também do Pão Principal: Jesus.
Outro ponto interessante pelo qual muitos amassam o pão que Deus os dá, provém da não manifestação do Espírito Santo na vida das pessoas através de seus frutos, “pelo fruto conhecereis a árvore”, dessa forma, como pode o homem agradar a Deus se este não tem:
v Uma vida permanente em Cristo (Jo 15.5);
v Se não ama a Jesus como seu único e Suficiente Salvador (Mt 10.37,38);
v Se não ama ao seu irmão (1Jo 4.20);
v Se não tem um bom relacionamento com o Criador (Tg 4.4);
v Se não andam em harmonia com a Bíblia (Mt 5.14-16);
v Se não leva uma vida de santificação (Hb 12.14; I Pe. 1.15,16);
v Se não tem paz com Deus e com o mundo (Rm 5.1; Hb 12.14a);
v Se não é paciente ou longânimo (Gl 5.22);
v Se não serve ao próximo (Jo 13.15,16,17);
v Se não é fiel a Deus (1Tm 1.12);
v Se não é manso e obediente (Mt 11.28-30);
v Se não busca os dons espirituais (1Co 14.1);
v Se não busca conversar com o seu Criador, apenas barganhar com Ele (Mt 6.5,7);
v Se não busca aprender e apreender de Jesus na e pela sua inesgotável Palavra (Mt 22.29; Jo 5.39);
v Se procura estabelecer sua maneira de adorar a Deus (Mt 19.16-23).

Dessa forma, qualquer cristão amassará seu próprio pão sem perceber, percebendo, pois “não é assim que faziam e fazem os gentios?”


Até à próxima!
André Silva

sábado, 8 de novembro de 2008



Entre rosas e espinhos: Um abraço



Diante de Jesus tudo muda. Coxo andou, cego enxergou, caloteiros ficaram atônitos, prostituta chorou e se converteu, isto se deu pelo simples fato de todos estes conhecerem a Jesus como Ele era, embora, soubessem que suas práticas seriam reprovadas por Cristo, mesmo assim, a beleza de suas palavras desfez as barreiras do encontro com um abraço apertado na alma e diante de tantas enfermidades, psico-morais e físicas, O Mestre queria mesmo era abraçar a alma, toda vez que reencontrava com qualquer filho perdido, sabe por quê?

“Porque o Filho do homem veio [salvar] o que se havia perdido”. (Mt 18.11)

Não era objetivo de Jesus ser a próxima celebridade, entre tantos reis que estavam subindo ao trono, Ele veio salvar, com a sua morte, o que havia perdido no jardim: o homem. Esse mesmo homem que nasceu com o sopro de Suas narinas para ser imitador dEle, logo, “Sede pois [imitadores] de Deus, como filhos amados”. (Ef 5.1)

Por esse aspecto, obvia-se a disparidade existente entre o Jesus que abraça almas e o Jesus que nós apresentamos as pessoas. Um Jesus, castigador, implacável, cheio de poder e que leva o homem ao inferno acaso o evangelizado não queira correr para os braços do Pai.

Ao imitar Cristo, em primeiro lugar iríamos amar mais, ao imitá-lo, iríamos nos convencer que não somos os melhores por estar no caminho certo, ao imitar Jesus sentiríamos a necessidade de ir buscar o que se havia perdido, afinal, não é assim quando se perde alguém que ama? Paramos tudo, choramos, entramos em depressão, sentimos falta do abraço e dos momentos bons e Jesus soube como ninguém deixar essa marca, esse momento bom que, até hoje, nunca se apagou; a palavra certa para limpar nossas feridas, mesmo doendo, foi bom ser tocado por Ele, mas infelizmente as marcas que costumamos deixar nas pessoas são bem diferentes, porque elas doem, deixam cicatrizes, dão tapas sem mão, negligenciam, escanteiam, desprezam.

Se ao menos parássemos para imitar a Cristo e levá-lo às pessoas como Ele é: amoroso, perdoador, benigno, longânime, o Amigo dos amigos, teríamos mais sucesso na salvação das almas, maior objetivo de Jesus, que negligenciamos tanto sufocando o amor oferecido por Ele por costumes culturais que vem afastando tanta gente dos braços dEle, porque nem você gostaria de abraçar alguém que o reprova. Então, abramos os olhos e voltemos a enxergar que diante da prostituta a beira da chuva de pedras que iria receber, Jesus foi o único que tomou partido, mas você tomaria partido por ela? Acolheríamos os novos convertidos que chegam ao nosso meio todo contrário aos nossos conceitos de regras e ética? As estatísticas comprovam que perdemos mais do que ganhamos, pois os necessitados de um abraço na alma, que gostariam de fazer tudo para nascer de novo, foram expulsos dos braços do Pai com apenas um olhar diferenciado, enquanto aqueles que já provaram do abraço do Deus vivo, afastam-se por não querer dar a mão nem um abraço e dizer: como é bom sermos irmãos, mas a dureza do coração embota os sentidos e nos faz ver apenas os defeitos no convertido por um judeu com o samaritano, dando as costas pra ele por costume, quando o próprio Jesus nos mostrou que lá dentro do coração, o samaritano era mais cristão e irmão. (Lc 10.33) Mostramos a todo instante os defeitos, mesmo assim, sabendo que Madalena estava cheia deles, Jesus disse: “Vai e não peques mais”. E aquela mulher sentiu o abraço de um amigo que passou ser intimamente um Pai para ela.

Queridos irmão, imitemos a Cristo em tudo, não só sendo cumpridores de costumes, mas amando e falando do amor dEle, enquanto as mazelas, deixemos para o Espírito Santo cuidar, vamos dar um abraço na alma das pessoas que sentem sede de Deus, mostrando o amor e o cuidado que Jesus tem por ela, deixemos de julgar e fazer da palavra de Deus um prévio tribunal de inquisição, para que lá no céu não tenhamos surpresas e saber que o bom samaritano que tanto julgamos se encontra no céu em nosso lugar. Mostremos as rosas, enquanto aos espinhos, deixemos que a vida se encarregue de mostrar, até porque, o caminho do céu é estreito e evidente e quem quiser continuar com suas mazelas, continue, mas sabendo: para o céu não vai! Porém, mostremos o amor de Cristo, contemos suas parábolas aos que nunca ouviram falar, contamine o outro do amor de Jesus, daí então você verá que o resultado será melhor, teremos novos convertidos mais conscientes de seus papéis enquanto servos, teremos menos cumpridores de regras e mais amantes da palavra de Deus. Por este âmbito, os estranhos passarão a ser irmãos e juntos compartilharemos, nesse caminho estreito e espinhoso, das bênçãos nos braços do Pai, amém!


Até à próxima!

André Silva.