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sábado, 8 de janeiro de 2011

Deserto: um avivamento que poucos desejam


Imagine-se agora caminhando sem ser notado por ninguém, sem os abraços calorosos dos amigos, sem dinheiro na conta bancária, sem receber convites para as grandes festas de casamento, imagine que agora as oportunidades mais almejadas por você sejam dadas a outras pessoas menos capacitadas, sim, imagine agora que tudo o quanto você diz dói no coração das pessoas causando rancor e ira, imagine que ao falar no meio do povo você seja entregue às autoridades. Você continuaria disposto a caminhar falando em nome de Deus?

Caminhar requer esforço, suor, determinação e renúncia de si mesmo, visto que, nas esquinas da vida encontraremos poços d’água desejável a nossa sede, porém impróprio para o uso. A cada jornada deveríamos fazer uma análise, conforme já falei em outros textos, deveríamos abastecer nosso veículo – a consciência, afinal antes de desejarmos avivamento precisamos admitir quem somos e começar a caminhada a partir das nossas lutas interiores e dramas da vida, dramas os quais tentamos camuflar com uma roupagem exterior a qual apenas esconde para a comunidade o que somos, mas diante de Deus nos deixa nus e indefesos, por isso qualquer avivamento sem entrega total a Graça divina é puro saltar de braços e pernas e gritos de glórias e aleluia, uma vez que, entregues à Graça tal Graça gerará em nós vontade de doar graça, assim: “quem recebeu perdão, perdoa, quem recebeu graça, derrama graça, quem não foi julgado, porque Jesus foi julgado em seu lugar, esse tal não julga: Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos as nossos devedores.”

Nessa direção, muitos desejam avivamento, porém muitos ainda não se enxergam como gente, são meninos, embora orando muito, falando muita língua estranha, profetizando e vendo o que ninguém vê, observe que tal carreira em busca do sucesso ministerial ou não, dessa

forma, só demonstra o quanto a leitura da Bíblia por estas pessoas não passa de uma adaptação para fazer jus a idéia do grupo e da mente e o quanto mais fervoroso, mais apto, o quanto mais eloqüente, mas preparado, quando lá dentro ainda reinam as mentiras, invejas, porfias principalmente, por um poder estranho e avesso ao Reino de Deus – O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui.” (Jo 18.36)

Observemos que Israel foi ensinado por Deus no deserto, lá João Batista foi ensinado e enviado para anunciar O Caminho ao nosso caminho, é para o deserto que Jesus foi enviado 40 dias e 40 noites sem água e pão; mas com fome e com sede o povo de Deus blasfemou e murmurou desejando mais uma vez as carnes do Egito, provando que não adianta ser livre fisicamente se ainda somos escravos de nós mesmos: escravos da murmuração, falta de amor, egoísmo, disputas, pelejas, ciúmes, invejas, mágoas e rancores passados, por isso o deserto é um lugar que poucos almejam por que lá o nosso ego não será alimentado, não teremos a platéia para nos dizer e parabenizar do quanto cantamos bem ou o quanto nossa pregação foi emocionante, no deserto seremos nós mesmos de cara limpa, fora dele nas cadeiras de destaque muitos são personagens, uma ficção da realidade de si mesmo afim de agradar não Aquele que o alistou, mas tão somente à multidão e para agradá-la vende-se até a própria alma para se ter o apoio e o carinho do rei, senta-se nos banquetes de qualquer palácio, festeja-se, da um brando de glória pela queda do próprio irmão são uns verdadeiros Caim’s vestidos de Abel.

No deserto tudo isso cai por terra, pois lá somos quem somos diante de Deus, fora dele poderemos mentir pra nós mesmos que estamos avivados só porque bradamos mais alto que os outros, no deserto seremos ensinados que o nosso pouco poderá ser muito com Deus e o nosso muito: eloqüência, oratória, elegância, bela voz e performance resultará em fracasso no fim do caminho – “Aquele que perseverá até o fim será salvo” Mt 24.13

Eis o motivo do deserto ser para nós uma metáfora da vitória, nele aprenderemos com Deus a perseverar, esperar só nEle, no deserto nossos desejos estranhos serão exterminados pelo fogo santo do Espírito, no deserto não existirá mais “eu” e sim “Ele” o Santo dos santos, no deserto a dor latejará na carne, mas a alma fluirá amor para com todos no desejo de que o Reino de Deus venha até nós. É possível dizer que poucos almejam o deserto porque o único reino encontrado lá é o de Cristo e muitos querem construir seu próprio mundinho de poderes e acreditar na falsa ilusão de que são, quando no Reino de deus não somos nada só servos, enquanto não aprendermos isso precisaremos urgentemente orar para que Jesus nos dirija até lá pela sua santa mão.

Sendo assim, se esse for o seu problema, se o que brota em você ainda são as mesmas raízes de amargura de outrora, se lá dentro ainda pulsa os mesmos desejos do velho homem, se ainda que vestido de cristão sozinho no quarto diante do espelho você só consiga enxergar o velho homem e a mentira vestida de verdade sobre você, então é necessário ir ao deserto de Deus enviado por Ele, não vá só, nem tente ir por impulso senão será a morte e de lá só sai vivo aquele a quem ele enviou, vitorioso e pronto pra batalha só saem aqueles separados para guerra, sim, se este é seu desejo vencer em Cristo e por Cristo, o deserto de Deus é o lugar.

Até à próxima!

André Silva

2 comentários:

Graça Souza disse...

Graça e paz!
Deus abençoe.Post excelente.
Quem não passar pelo deserto...com certeza não vai saber como é bom o refrigério do Senhor.
Em Cristo e só nEle a fonte da àgua da Vida,
Graça Souza.
Obs. Obrigada por mais esta vez.

Unknown disse...

Irmã Graça Souza, Paz do Senhor

Faz um bom tempo que não escrevo, muita coisa aconteceu, Deus fez outras tantas a minha vida e vitória final foi o presente que faltava: meu casamento. Por isso o deserto foi o texto escolhido pra recomeçar escrever.
Estou certo de que as orações dos santos podem muito em seus efeitos e entre eles a sua e de sua casa.
Obrigado por tudo.
André Silva